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Fifa cede e aprova uso de chips nas bolas e traves

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A bola nunca mais será a mesma. Depois de décadas de polêmicas e de lances que atravessam gerações sem um acordo dos torcedores, o futebol vai viver uma revolução. A conservadora International Board, entidade que serve de guardiã das regras do jogo, cedeu e aprovou na quinta-feira passada o uso da tecnologia para detectar se uma bola cruzou ou não a linha do gol, pela primeira vez em mais de 120 anos de vida da entidade.

A tecnologia já será usada na Copa das Confederações de 2013 e no Mundial de 2014, ambos no Brasil. Mas será o Corinthians o primeiro time brasileiro a testar o sistema, que será inaugurado no Mundial de Clubes, em dezembro, no Japão, competição que servirá de ensaio geral para os futuros torneios organizados pela Fifa. “É uma decisão histórica”, disse Joseph Blatter, presidente da entidade. “O jogo está cada vez mais rápido e árbitros precisam de ajuda”, admitiu o secretário-geral Jerôme Valcke.

Cada campeonato nacional estará livre para decidir se quer ou não adotar a tecnologia. Mas a condição para aprová-la é a de que o árbitro continuasse com a palavra final em campo. Ou seja, se a tecnologia registrasse um gol e o juiz optasse por não validar o lance, a decisão que contaria seria a do árbitro. “Isso tudo é para ajudar o juiz. Só isso. Ele é ainda a autoridade”, afirmou Massimo Busacca, chefe de arbitragem da Fifa.

No caso da Copa de 2014 e da Copa das Confederações de 2013, Valcke garantiu que a entidade pagará a instalação dos sistemas nos 12 estádios. “Não haverá custo para o Brasil. Nós vamos pagar”, avisou o dirigente. Cada sistema custará entre US$ 150 mil e US$ 250 mil (R$ 300 mil e R$ 500 mil) por estádio.

Duas empresas foram selecionadas como sendo as únicas autorizadas a oferecer o serviço ao mundo do futebol por enquanto. Elas terão sua licença válida por 12 meses e terão de mostrar que são capazes de instalar a tecnologia.

Uma delas é a Hawkeye, que coloca 14 câmeras em cada campo e permite que um chip na bola seja detectado quando ela cruza a linha do gol. Em milésimo de segundo, a informação é transmitida para um relógio no pulso do árbitro. O outro sistema é o da “bola inteligente”, com um chip e com um campo magnético nas traves que registra o gol, transmitindo ao árbitro.

Críticos alertam que se pode estar criando duas classes de futebol. Uma dos países e clubes ricos, com capacidade financeira para instalar o sistema. E outro mundo que continuará a depender dos olhos dos árbitros.

Valcke rejeita a crítica. “Não estamos obrigando ninguém a adotar. Os custos vão cair nos próximos anos e as regras serão sempre as mesmas para todos”, disse o dirigente. “O custo do sistema é nada comparado a quanto custa construir um estádio.”

O secretário-geral da Fifa disse que federações mais pobres tem outros problemas ainda a resolver antes de debater a introdução do sistema. “Já existem diferentes níveis do futebol. Obviamente que levará anos para que as 209 federações adotem o sistema”, avaliou.

“O uso da tecnologia começa e termina aqui”, insistiu Alex Horne, presidente da federação inglesa. Ele disse que não será expandida para outras áreas, como a marcação do impedimento. “Ninguém quer nada que interfira no fluxo do futebol. Não estamos abrindo as portas para a tecnologia. O futebol deve preservar o caráter humano”.

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