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FIFA faz campanha e quer banir jogadores “cai-cai”

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Zurique (AE) – A Fifa quer que árbitros punam jogadores que adotem uma atitude de “cai-cai” dentro de campo durante a Copa do Mundo de 2014. A entidade iniciou essa semana a preparação dos árbitros que serão levados para o Mundial do Brasil, na esperança de dar um basta às críticas que vem marcando as Copas.

Uma das preocupações é com o comportamento de jogadores que tentam manipular incidentes dentro de campo, jogar a torcida contra o árbitro ou simplesmente simular uma falta. “Nossa mensagem é de que o fair-play precisa vingar”, disse o italiano Massimo Busacca, ex-juiz e que hoje é o coordenador de árbitros da Fifa.

Questionado sobre a polêmica em relação a Neymar, Busacca preferiu não comentar. “Não vou falar em nomes. Não estaria correto. Mas a mensagem é de que, com um futebol veloz e dinâmico, não há como aceitar essa situação”, afirmou. “Queremos capacitar os árbitros para identificarem essa situação”, declarou o uruguaio Jorge Larrionda, ex-juiz que apitou a última Copa e que hoje é instrutor do novo grupo para 2014. “A simulação atrapalha quando o juiz não vê”, admitiu.

Mas se a promessa do presidente da Fifa, Joseph Blatter, era de que em 2014 só árbitros profissionais entrassem em campo, hoje esse projeto já foi abandonado diante do número pequeno de árbitros pelo mundo que se dedicam exclusivamente a essa atividade. Busacca preferiu reformular a ideia. “Precisamos trabalhar de uma forma profissional. O que precisamos é considerar o trabalho como profissional”, argumentou o coordenador, lamentando que só poderá se reunir em poucas ocasiões com o grupo. “Temos de confiar nas confederações”, disse.

Busacca alerta, ao contrário de outros Mundiais, que a Fifa está disposta a levar a campo os melhores e não necessariamente que haja uma distribuição política por países dos árbitros que irão ao evento. “Queremos os melhores. É verdade que queremos árbitros de todos os locais, mas só os que tiverem qualidade”, explicou. Condição física e técnica serão os dois critérios básicos de seleção. Na primeira lista da Fifa, o brasileiro Wilson Luiz Seneme fez parte. “Hoje a lista está aberta e todos sabem disso”, alertou Busacca.

O próprio grupo da Fifa que orienta os árbitros para 2014 é repleto de polêmicas. Busacca ofendeu a torcida suíça em uma partida, fazendo gestos vulgares. Na Copa de 2010, foi mandado para casa depois de apitar um jogo do time local. Larrionda entrou para a história como o árbitro que não viu o gol da Inglaterra contra a Alemanha, nas oitavas de final. Outro em campo era o inglês Howard Webb, juiz da final de 2010 e que não puniu ninguém em uma partida marcada pela violência.

Erro histórico

Autor de um erro que entrou para a história do futebol, o ex-árbitro uruguaio Jorge Larrionda defende a adoção imediata de tecnologia no futebol e alerta que, diante da velocidade do futebol, a “habilidade humana” já não é suficiente para apitar.

No jogo que apitava na Copa de 2010, Larrionda não deu um gol legítimo da Inglaterra contra a Alemanha. A bola de Lampard bateu no travessão e entrou. Mas ele não viu. “Foi um momento muito difícil”, comentou o árbitro, em relação ao erro. “Joseph Blatter esteve comigo e expressou o que sentiu naquele momento. Foi muito duro o que senti”, declarou.

Segundo ele, porém, seu erro abriu as portas para a introdução da tecnologia no futebol. “Ficou claro que há casos que estão além do fator humano. A introdução da tecnologia será uma evolução para o árbitro”, disse Larrionda.

No Mundial de Clubes no final do ano, no Japão, a Fifa irá inaugurar o uso de um sistema para detectar se a bola cruzou ou não a linha do gol. “A tecnologia é usada hoje para fabricar as bolas, para os campos, para os clubes. Só os árbitros não tinham Nós temos que proteger o futebol. A credibilidade do futebol pode ser afetada”, disse. “O futebol está mais veloz, mais rápido. O fator humano não é mais suficiente (para apitar)”, afirmou.

Para ele, a introdução da tecnologia vai tirar a pressão dos árbitros e vê seu erro como um fator que ajudou os cartolas a entenderem o problema. “Árbitros são esportistas e precisam conviver com o erro. Mas o que ocorreu em 2010 foi importante para que o mundo reagisse e reconhecesse que a habilidade humana já não resolve situações”, declarou.

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