quinta-feira, 25 de abril, 2024
24.1 C
Natal
quinta-feira, 25 de abril, 2024

Fila de espera por um rim tem 700 pacientes

- Publicidade -

PACIENTE - José Airton Cavalcanti já foi transplantadoO Dia Nacional do Doador de Órgãos, com o slogan ‘Vida é para doar e para receber’, foi comemorado em Natal pela Secretaria Estadual de Saúde e pela Central de Notificação Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos do Rio Grande do Norte com um café da manhã para os transplantados.

A programação do evento contou também com um ato ecumênico e panfletagem. As atividades tiveram como objetivo conscientizar as pessoas sobre o tema, através do esclarecimento de como funciona o processo de doação de órgãos e a importância desse procedimento.

O Rio Grande do Norte realizou desde 2000, quando a central de transplantes do Estado foi regulada pelo Sistema Único de Saúde, 144 transplantes renais, 5 cardíacos, 550 de córnea e 26 de medula óssea.  

A coordenadora da Central de Notificação Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos do Rio Grande do Norte, Francinete Guerra, informou que no Estado o número de pessoas que esperam pela doação de órgãos não é muito grande.

Segundo ela, dentre os órgãos e tecidos mais aguardados estão o rim, a córnea e o coração. Cerca de 700 pessoas esperam pelo rim, 425 pela córnea e 5 pessoas aguardam na fila do transplante de coração.

Francinete Guerra explicou que o maior desafio do transplante é a compreensão das famílias quanto à importância do transplante. “É necessário investir na informação e na educação. A família não doa porque não tem esclarecimento sobre o assunto”.

Para que esse esclarecimento aconteça, a coordenadora disse que um grande trabalho de informação sobre a importância do transplante está sendo realizado nas escolas, nos centros comunitários e nos grupos religiosos.

A coordenadora explicou que no Estado, a córnea é o tecido mais doado. Enquanto o rim é o órgão mais doado, tanto por doador vivo, quanto por doador cadáver. “A doação viva ocorre quando as pessoas têm órgãos duplos ou partes de órgãos, cuja retirada não cause transtornos à vida do doador”.

Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos 60 mil brasileiros aguardam por um transplante. A doação de órgãos no Brasil foi regulamentada por lei em 1997. De acordo com a legislação brasileira, dois tipos de doação são permitidos: doação de órgãos de doador vivo, se o doador for familiar até o 4º grau de parentesco; e doação de órgãos ou tecidos de doador falecido, determinada pela vontade dos familiares até o 2º grau de parentesco e mediante termo de autorização de doação.

Transplantado recebeu o rim da própria mãe

O transplantado José Airton Cavalcanti (37) contou que só  depois de passar três anos e meio fazendo hemodiálise três vezes por semana, pôde receber o rim da sua mãe.

Ele explicou, que apesar da sua mãe e sua irmã serem compatíveis para doação, ele só pôde ser submetido ao transplante quando não apresentava nenhum outro problema de saúde. “Devido à insuficiência renal tive complicações graves no esôfago e na tireóide. Cheguei a me preparar duas vezes para a cirurgia”.

José Airton disse que essa precaução é tomada devido à medicação tomada para evitar a rejeição do órgão, que tira toda a defesa do organismo.

 Eugênia Carla de Lima (22) descobriu que possuía insuficiência renal aos 14 anos e aos 17 anos  perdeu os dois rins, tendo que se submeter à hemodiálise três vezes por semana. “A gente morre um pouco a cada sessão de hemodiálise. É muito difícil,  mas depois que recebi o transplante de rim comecei uma vida nova. Hoje sou outra pessoa”.

Fim de contrato prejudica pacientes

O término do contrato de aluguel das ambulâncias disponibilizadas ao Programa de Atendimento de Remoção Especial (PRAE), da Prefeitura do Natal, prejudica o retorno para casa de pacientes de hemodiálise, cujo tratamento feito nas clínicas conveniadas com o SUS termina à noite.

Embora a Prefeitura tenha prorrogado por mais 45 dias o contrato com a empresa que arrenda os veículos para o PRAE, esse transtorno vem acontecendo desde a última segunda-feira, 25, pois houve redução tanto da frota quanto da carga horária. Antes o Programa contava com três ambulâncias em um regime de 24h, mas atualmente, existem apenas dois veículos atendendo os pacientes durante 12h, ou seja, de 7h às 19h, o que acaba prejudicando os pacientes que terminam o tratamento entre 19h30 e 20h.

Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal Saúde (SMS), a Prefeitura pretende adquirir veículo próprio para o PRAE, para tanto está com processo de licitatório em andamento, por isso, enquanto os veículos não são adquiridos foi providenciada a prorrogação do contrato de aluguel das ambulâncias.

Com relação à redução da jornada de atendimento dos veículos, a assessoria da SMS informou ainda que as famílias dos pacientes cadastrados no PRAE foram previamente avisadas da diminuição da jornada de atendimento dos veículos devido ao processo de reestruturação e aparelhamento do Programa. Contudo, algumas ações como a mudança do horário de tratamento nas clínicas estão sendo estudadas, mas por enquanto, a Secretaria conta com a compreensão dos familiares para garantir o retorno dos pacientes para casa.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas