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Filme do HBO aborda a ‘vida imortal’ de Henrietta Lacks

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 Em 1951, uma mulher afro-americana de 31 anos estava morrendo de câncer de colo de útero. Sob as luzes intensas de um centro cirúrgico, médicos extraíram células do seu tumor, que se revelaram impressionantemente imortais e mudaram a medicina para sempre. No entanto, sua identidade e a história dessa doação de células involuntária ficaram desconhecidas por muito tempo.

Rose Byrne e Oprah Winfrey protagonizam história real
Rose Byrne e Oprah Winfrey protagonizam história real

Produção original do HBO, o filme A Vida Imortal de Henrietta Lacks estreia neste sábado, dia 22 de abril, às 22h.

A trama conta a história dessa mulher pela ótica da sua filha, Deborah Lacks (Oprah Winfrey). Com a ajuda da jornalista Rebecca Skloot (Rose Byrne), Deborah saiu em busca de informações sobre a mãe que ela não conheceu para entender como a extração de células cancerígenas de Henrietta (Renée Elise Goldsberry) levou a uma descoberta que revolucionou a medicina e mudou inúmeras vidas. Trata-se de uma história real sobre a arrogância médica e sobre vitória, raça, pobreza e uma amizade profunda e improvável. Além de Oprah Winfrey, o longa é estrelado por Rose Byrne, Renée Elise Goldsberry, Reg E. Cathey, Rocky Carroll, Courtney B. Vance, Ruben Santiago-Hudson e Leslie Uggams. Com direção de George C. Wolfe e roteiro de Peter Landesman, Alexander Woo e do próprio Wolfe, o filme se baseia no livro de Rebecca Skloot. Alan Ball, Peter Macdissi, Oprah Winfrey, Carla Gardini e Lydia Dean Pilcher são os produtores executivos; Rebecca Skloot é coprodutora executiva. O elenco conta ainda com Reed Birney, Adriane Lenox, Roger Robinson e John Douglas Thomas. A Vida Imortal de Henrietta Lacks é uma produção da Harpo Films, Your Face Goes Here Entertainment e Cine Mosaic. Após a estreia no canal, o filme também estará disponível na plataforma HBO GO e na HBO On Demand.

A História
Henrietta Lacks cresceu em uma fazenda de plantação de fumo na Virgínia e, em 1951, quando tinha 31 anos, era casada e mãe de cinco filhos, recebeu o diagnóstico de um câncer de colo de útero. Durante seu tratamento no Hospital Johns Hopkins, em Baltimore, células do seu tumor maligno foram extraídas sem o seu conhecimento nem da sua família, como era habitual naquela época. As células do tumor foram entregues ao médico George Gey, que durante quase 30 anos no Johns Hopkins vinha tentando fazer o cultivo de uma linhagem de células imortais.

Até então, ninguém tinha conseguido fazer cultivo de células humanas em uma placa de Petri. No entanto, as células de Henrietta Lacks, que se multiplicavam em ritmo acelerado aumentando o tumor mortal dentro do seu corpo, também continuavam crescendo inexplicavelmente – como que milagrosamente – e se multiplicando fora do corpo, em condições de laboratório. O que começou como uma curiosidade médica levou ao nascimento da indústria biomédica e ao uso do que ficou conhecido como células HeLa em dezenas de milhares de pesquisas ao longo dos anos para o desenvolvimento de medicamentos contra a Poliomielite, Leucemia, Gripe e o Mal de Parkinson, para clonagem e mapeamento genético. As células foram até enviadas ao espaço na primeira missão para estudar o impacto da gravidade zero nas células humanas. As células de Henrietta Lacks foram compradas e vendidas aos bilhões e continuam existindo e se multiplicando até hoje.

Rebecca Skloot, jornalista especializada em ciência, dedicou mais de dez anos à pesquisa da história por trás das células HeLa, com o objetivo de trazer a história de Henrietta à tona. Seu livro homônimo, que chegou à lista dos best-sellers do The New York Times em 2010, além de explicar os bastidores científicos da história de Henrietta, conta seus esforços para conquistar a confiança da família Lacks e se unir à sua filha Deborah para conhecer a mulher cuja contribuição silenciosa mudou o mundo.

O Filme
Ganhador de vários prêmios Tony e do DGA e indicado ao Emmy®, George C. Wolfe levou o livro à tela a partir de uma adaptação da história. “O livro é grandioso”, explica Wolfe. “Grandioso emocionalmente, intelectualmente. É um livro científico e um livro pessoal sobre famílias e raça nos Estados Unidos, também é sobre negócios e poder. E todas essas coisas são exploradas de maneiras fascinantes e interessantes.”

A produtora executiva e protagonista Oprah Winfrey se interessou pelo livro antes mesmo de ele ser publicado. Ciente da disputa pela compra dos direitos para filme, ela procurou Rebecca Skloot para expressar à escritora sua admiração e seu apreço pelos dez anos de determinação para conseguir contar a história de Henrietta Lacks.“Se ela não tivesse tido determinação com a história, nós ainda não conheceríamos Henrietta; o mundo não conheceria a sua história. Rebecca foi capaz de apresentá-la em um contexto em que o mundo poderia entender, e agora nós levamos a história ao patamar seguinte”, comentou Oprah Winfrey. Inicialmente Winfrey não se via participando do projeto como atriz porque não conseguia se identificar plenamente com a personagem da filha de Henrietta, Deborah. Isso mudou quando o diretor Wolfe colocou a mão no roteiro.

Wolfe decidiu se concentrar na determinação de Deborah Lacks de buscar informações sobre o passado da mãe que ela tinha perdido aos 2 anos, assim como no seu relacionamento com Rebecca Skloot, a persistente jovem jornalista que instigou a sua busca. “A história é sobre perda e identidade, sobre o poder de conhecer a sua própria história e como ela se manifesta dentro de você. É sobre o desejo de saber para ser um ser humano mais completo”, afirma Wolfe.

“Quando eu vi a mudança que o George fez no roteiro, eu entendi que era na verdade uma história sobre uma filha em busca da mãe”, explicou Winfrey.

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