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Finalmente chega ‘O ano em que meus pais saíram de férias’

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HISTÓRIA - O pequeno Mauro (Michel Joelsas) tinha 12 anos quando vê às voltas com a realidade de viver longe dos pais, militantes de esquerdaA euforia futebolística dos anos 70, a tensão repressora da ditadura, e os dilemas de uma criança em meio a tudo isso. Bastou que os ingredientes fossem bem dosados para que o filme “O ano em que meus pais saíram de férias”, segundo longa do diretor Cao Hamburger (“Castelo Rá-Tim-Bum”), causasse boa impressão em crítica e público. A produção, que ganhou o prêmio de “melhor filme” pelo júri popular do Festival do Rio 2006, entra em cartaz em Natal – com bastante atraso – na sala sete do cinema Moviecom.

A trama se passa nos anos 1970, quando o Brasil e o mundo pareciam virar de cabeça para baixo. Mas a maior preocupação na vida de Mauro (Michel Joelsas), 12 anos de idade, tinha pouco ou nada a ver com a proliferação das ditaduras militares na América do Sul ou com a Guerra do Vietnã. Seu maior sonho era ver o Brasil tri-campeão do mundo. Mauro se encontra naquele momento de transição da infância para a adolescência.

É nesse ponto de virada que ele se vê obrigado a viver longe dos pais quando, por serem de esquerda, são forçados a viver na clandestinidade e deixá-lo com o avô. O bairro é o Bom Retiro, centro de comércio têxtil paulistano de grande concentração judaica. Mas algo inesperado sucede com seu avô, e o garoto fica sozinho sem poder avisar os pais. Quem acaba tomando conta de Mauro é Shlomo (Germano Hauit), o vizinho do avô, um velho judeu solitário, funcionário da Sinagoga. Essa convivência inesperada resulta, para ambos, num mergulho em mundos desconhecidos do qual emergem, cada um à sua maneira, bastante amadurecidos.

Enquanto espera um telefonema dos pais, Mauro aprende a encarar uma realidade muitas vezes difícil e dolorosa, mas que tem seus momentos de alegria e descoberta. Ele se vê sozinho e repete assim, de certo modo, a saga de seus avós – imigrantes judeus – sobrevivendo num mundo novo. A partir daí, entram na vida de Mauro, além de Shlomo, o zelador da sinagoga com quem é obrigado a morar; a irreverente Hanna (Daniela Piepszyk), pouco mais velha do que Mauro, com enorme talento para apostas e novos negócios; a jovem Irene, que incendeia a imaginação de todos os garotos do bairro; o Rabino, um fanático torcedor do Corinthians; Ítalo, filho de italiano envolvido em movimentos estudantis, Edgar, goleiro mulato do time do bairro, entre outros.

Com seus novos amigos, Mauro divide, entre muitas outras coisas, sua paixão pelo futebol, as primeiras descobertas da sexualidade e seu desejo de recuperar a felicidade sufocada pela ditadura. O roteiro de “O Ano em que…” levou quatro anos até ser concluído. Foi realizada uma pesquisa com mais de mil crianças, para a seleção dos intérpretes dos personagens pré-adolescentes de filme.

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