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Fios e postes borram a cidade

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Daísa Alves – Repórter

Poluição Visual: “degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente […] afetem as condições estéticas e ou sanitárias do meio ambiente”. Entendendo a Lei 9.605/98, Art. 3º, III,  a poluição visual, então constitui um dano ao meio ambiente à medida que o excesso de elementos visuais afetam as condições estéticas do meio urbano. Um elemento intensamente presente, e pouco reparado no cotidiano pela população é o emaranhado de fios de energia e cabeamento de empresas de telecomunicação percorrendo ruas e avenidas da cidade. Eles estão ali, lado a lado dos caminhantes, destoando  a paisagem urbana da cidade, além de atrapalharem a visualização de obras históricas. Quase um crime ao turismo e a boa convivência visual urbana. A solução com o enterramento da fiação arrasta benefícios, mas custa caro.

É só olhar um pouco acima que o horizonte vai estar riscado pelos fios, em sentido livre e como bem queiram. Às vezes seguindo o rumo da calçada, por vezes em zig-zag acima das ruas. Numa visita ao corredor histórico de Natal, em Cidade Alta, numa parada para uma fotografia o natalense, ou turista, tem que dividir a imagem entre ele, o prédio e o acúmulo de fios.
Igreja do Galo tem sua beleza escondida por metros de fiação
#SAIBAMAIS#Os fios estão em posição de hierarquia. Acima, o trio horizontal são da rede de média tensão e abaixo deles, os dois fios são de baixa tensão.  Estes, de responsabilidade da Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern). Abaixo a fiação da iluminação, responsabilidade da Prefeitura de Natal, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur). E por fim, o cabeamento de redes de televisão e internet. Este último, frequentemente, é o encontrado com pior aspecto visual. Fios sem organização, por vezes soltos. Deslocam-se dos prédios para a rede central sem nenhum padrão estético.

Para os arquitetos e urbanistas, é um dos principais problemas hoje na reabilitação de localidades históricas, o principal empecilho é a fiação. A afirmação é confirmada por Natal Miranda, professora do departamento de arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). “Cria uma concorrência com a fachada do prédio. Quando ele foi construído não existia isso, não tinha energia”, aponta. Em seu ponto de vista, a melhor opção seria a fiação subterrânea. “É um serviço caro, complicado, parece significar pouco, mas faz diferença. Quando a pessoa vê, sabe que o local está diferente, mas não identifica o por quê”, ressalta.

Nas grandes cidades mundiais, como Nova York, Paris, a fiação aérea já foi eliminada da paisagem urbana. No Brasil, alguns locais também avançam neste sentido. São Paulo tem 7% da fiação subterrânea e se articula para ampliar. Os centros históricos de Recife e Olinda, também já tem toda sua fiação por debaixo da terra.

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