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Formas de vestir uma ideia

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Ramon Ribeiro
Repórter

Colaborou – Cinthia Lopes
Editora

A roupa que vestimos diz muito sobre nós. Um filme marcante, aquele artista que você admira, a música que você ouve, o livro de cabeceira… tudo que revela nossa personalidade  pode ser traduzido numa camiseta. Peça icônica, popular, versátil, a vestimenta há muito tempo ultrapassou o conceito de moda para ser um item cultural. Em Natal, essa tendência vem atraindo cada vez mais pessoas e já é um canal importante na divulgação de artistas plásticos, poetas e escritores, e da cultura potiguar.
Simona Talma, Luiz Gadelha e Pheel Balliana vestem Ficção, nova coleção da Pitanga Camisetas
A Mary Hoo, coletivo que alia produção de roupas com conceitos da cultura alternativa e da fotografia já criaram uma coleção de camisetas em que homenagearam um dos símbolos da culinária potiguar, o camarão. Agora, a marca está de volta com a linha “Caos” reunindo pinturas exclusivas feitas pelo grafiteiro Pok, famoso pelas olhos de cores marcantes que pinta em inúmeros muros e caixas de energia nas ruas de Natal. As peças foram lançadas nesta quinta-feira (26),
no Mahalila Café e Livros (Rua Dra Nívea Madruga, Potilândia).
Obras do artista visual Pok fazem a nova coleção da Mary Hoo

“Nosso interesse é retratar algo característico da cidade e o trabalho do Pok é uma identidade muito forte das ruas de Natal. Temos um apreço grande pelo trabalho dele. Alguns dos nossos sócios, na adolescência, tiveram ele como referência artística, antes mesmo dele começar a pintar os muros, quando mostrava seu talento apenas nas folhas de caderno”, comenta Lucemir Melo, um dos integrantes da equipe da Mary Hoo. Ele explica que o artista foi remunerado pelas artes que compôs para a marca. O valor das peças varia de R$55 à R$65.

Parceria da Pitanga Camisetas e a cantora Simona Talma propõe coleção com letras do próximo disco Ficção
Música, poesia e arte

Proprietário da Pitanga Camisetas, o publicitário e designer Jorge Andrade é fã de música. Uma de suas cantoras potiguares favoritas é Simona Talma. Ele nunca chegou a ter contato com a artista, mas quando soube que ela estava com projeto de fazer um disco novo, ele a procurou para poder colaborar. A forma encontrada foi criar uma coleção exclusiva com trechos de músicas da artista, chamada de “Ficções”, nome também do novo trabalho a ser lançado.

Ao preço de R$45, quem comprar uma camisa vai estar ajudando diretamente na realização do disco – tirando os custos de produção, todo o valor das vendas vai para a cantora. As compras são pela loja virtual www.pitangacamisetas.com.br.

Simona lembra o quanto é difícil lançar novos trabalhos, por isso busca sempre processos colaborativos. “É uma forma de vestir a camisa, literalmente”, brinca. “Quando você compra uma camiseta com uma letra nossa você afirma o quanto se identificou com aquela obra, o quanto ela moveu você. É enfatizar esse sentimento que cada música desperta na gente”.

Literatura e poesia vestem os consumidores da marca Vestimenta

Pequenas e com pouco tempo no mercado, outras marcas como Vestimenta, Tenho Dito e Sem Etiqueta aderiram a essa tendência e têm estampado em suas camisetas obras, poemas, trechos de livros, pedaços de músicas, todos de artistas locais, e há espaço até para estampas com registros engraçados do cotidiano potiguar. A novidade tem caído no gosto dos natalenses, estejam eles em Natal ou em outros Estados.

“Existe um mercado forte de pessoas que curtem camiseta. É uma vestimenta que serve para você ir para qualquer lugar, é versátil, prática, pode ser combinada com acessório. Acho que agregar a camiseta frases legais gera esse interesse das pessoas”, comenta Nina Barbalho, proprietária da Vestimenta, marca lançada em em abril e que estampa poemas e trechos de livros de autores potiguares que lançados pela editora Jovens Escribas.

Carito, Sinhá, Regina Azevedo, DeCristo, todos são poetas que tiveram seus versos nas camisas da Vestimenta. “A escolha foi pelas poesias que a gente gostava de ler. Como a editora publica muita coisa, pensamos em atingir mais pessoas levando essas poesias para além dos livros”, explica. As peças custas R$70 podem ser encomendas pelo perfil da marca no Instagram e em feiras como a Bazar Independente, no Duas Estúdio, em ponta Negra.
Textos publicados na fanpage de Paneloviski se transformam em camisetas. Já são mais de 500 encomendadas
#SAIBAMAIS#De forma própria, o escritor Paneloviski, sucesso nas redes sociais, tem levado seus textos curtos para além da internet. Pelo menos uma vez por mês ele cria uma nova estampa com o texto mais popular. Até agora foram cinco estampas, sendo a “Gambiarra” a mais famosa. No geral, ele diz que já ultrapassou a marca de 550 unidades vendidas. Todo o processo de venda acontece nas redes sociais, Facebook e Instagram. Mas uma loja virtual vai ser lançada no segundo semestre. “As camisas ganharam o mundo, caíram na estrada. Hoje eu envio peças para o país inteiro”, diz o autor.
A marca Tenhodito celebra parcerias com artistas plásticos. A estampa acima é de Marcelus Bob
Também com obras de artistas visuais da cidade, a Tenho Dito foi uma forma de unir o gosto pelas artes das sócias Suzy Leal e Andressa Macedo com a vontade de dar mais apoio e visibilidade a produção dos próprios artistas. A marca trabalha com cerca de 20 estampas, com artes de nomes como Flávio Freitas, Clarisse Torres, Rafaela Farias, Marcelus Bob, Civone Medeiros. Suzy diz que 10% das vendas vai para o artista. Suas peças custam R$50 e podem ser encomendadas pela página da marca no Facebook.

As falas e gírias do cotidiano potiguar são o foco da Sem Etiqueta
“Galado” e “Fuderoso”

Focada em explorar o cotidiano potiguar, ao estilo bem humorado que marcas cariocas já fazem, Raoni Fernandes criou a Sem Etiqueta Camiseteria. Dentre os destaques do acervo estão as roupas com expressões que ressaltam o lado peculiar e engraçado dos natalenses, como “Galado” e “Fuderoso”. A identificação com a própria cultura é o que faz com que cada vez mais pessoas se interessem por esses tipos de camiseta, principalmente pessoas que vivem fora do Estado, acredita Raoni. “É uma forma de re-acesso a cultura, seus costumes e dialetos”, diz. Suas peças podem ser encontradas a preços a partir de R$43, no site www.semetiqueta.com.br.

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