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Franklin Jorge e a luta pela palavra

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Lívio Oliveira

[Advogado público e escritor ]
Acredito que o título deste texto possa traduzir de forma fidedigna – quero me permitir essa afirmação – o que representa o polivalente escritor Franklin Jorge para o cenário literário potiguar: um lutador bravo e incansável, um navegador de mares indômitos, um desbravador de fronteiras, um criador de caminhos novos e perenes. E essa mínima homenagem que ora faço à figura maiúscula é por ser eu uma das testemunhas de parte importante da sua relevante trajetória, que se perfez e se perfaz em prol do direito de escrever e de dizer, por batalhas sagradas para que a palavra seja cultivada com esmero e estilo – essas as condições das quais nunca se afastou e sempre exigiu de forma crítica e aguda, por vezes também até ácida e belicosa, mas sempre com a crença meticulosa e honesta no que afirma e escreve.

Franklin, todos sabem, é um minucioso e exigente estilista do texto, que desenha as palavras diante dos nossos olhos atentos e embevecidos como um artista nipônico escreveria letras ancestrais, numa caligrafia exata e indelével. Ler um texto de Franklin Jorge nos faz perceber os cuidados do ourives e do artista fiel à palavra. Isso significa, em síntese, receber uma aula de estilo e de saberes múltiplos e refinados.

Sei de muitas personalidades, não somente do mundo literário e artístico potiguar, mas brasileiro – alguns vivos e outros já saudosos – que dariam testemunhos muito mais aquilatados do que o meu, este, que é mera tentativa de dizer algo sobre esse personagem por mim inalcançável. Um deles, certamente, seria Américo de Oliveira Costa, que tenho a certeza visualizada de ter apreciado forte e detidamente as obras literárias do nosso homenageado. E nomes nacionais são inúmeros. A lista não caberia aqui, mas relembro somente um: Jorge Amado, para ficar num exemplo translúcido e direto.

Permito-me – mas ciente da ousadia e da insuficiência das minhas linhas para descrever o que pretendo descrever, enaltecer o que quero enaltecer – dizer que Franklin chegará aos 70 anos em setembro, com orgulho e encontrando ânimo para prosseguir nessa luta (muitas vezes ingrata, mas sempre valorosa). A admiração é toda nossa. Por essa razão mesma, o meu atrevimento não chegará ao ponto de comentar a obra do meu homenageado, que hoje acompanho mais de perto através das diárias e sempre atualizadas postagens no multicolorido e dinâmico site Navegos (www.navegos.com.br).

Por evidente, Franklin não está inserido somente no cenário artístico da Literatura. Culto e perspicaz que é, tem contribuições importantíssimas noutras áreas da Cultura e da Arte (coloco essas palavras em maiúsculas por motivos menos próximos dos gramaticais e mais perto do que se firma como mérito, merecimento). Destaco que Franklin é um sensível e talentoso crítico de artes visuais/plásticas, e passeia das análises acerca da boa arte naïf até as obras mais eruditas, com a mesma facilidade e mestria.

Não cansarei mais o leitor de Franklin Jorge com as minhas limitadas condições para compor um quadro que lhe destine o belo perfil intelectual que possui. Somente peço aos que amam a palavra bem realizada: continuem a ler tudo o que Franklin Jorge escrever e disser. Possuo a certeza de que teremos muitas e boas novidades nas páginas com que esse mestre e artista do texto nos brindará nos novos, criativos e intensos tempos que estão por vir.

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