quinta-feira, 28 de março, 2024
33.1 C
Natal
quinta-feira, 28 de março, 2024

Frasqueirão: um sonho concretizado

- Publicidade -

FECHADA - Estádio Maria Lamas Farache - Frasqueirão - é o mais novo orgulho da torcida do ABC

“Comece fazendo o necessário, depois o que é possível e de repente você estará fazendo o impossível”. Não se sabe ao certo para quem ou qual o momento que levou o religioso São Francisco de Assis a construir esta frase. Mas, com todas as letras, esta mensagem viajou pelo túnel do tempo e chegou ao futuro, inspirando idealistas alvinegros, amantes do futebol e apaixonados por um clube que rejuvenesce aos 90 anos de idade.

Mesmo sob uma intensa “chuva” de críticas, a atual diretoria do ABC, tendo à frente o obstinado presidente Judas Tadeu, provou que realizar um sonho antigo da torcida seria possível. Tudo começou com a última mudança de endereço, do nobre bairro de Morro Branco para um terreno – com buraco – e bem menos valorizado, na longínqua Ponta Negra da década de 1970.

O que para muitos parecia loucura – a diretoria da época, que tinha à frente o empresário José Nilson de Sá, também foi alvo de duras críticas – os dirigentes responsáveis pela transação imobiliária apontavam como necessário, mesmo sem ter a certeza do que a “nova terra”, descoberta numa região, até então, inóspita da cidade poderia render. Iluminado pela mensagem do santo dos pobres, o tempo, no entanto, tratou de transformar o necessário em possível.

E como num passe de mágicas, o que um dia parecia impossível tornou-se realidade. O sonho da “casa” própria inicia, hoje, uma nova era no ABC Futebol Clube. Maria Lamas Farache, “Frasqueirão”, “Colosso de Ponta Negra”, não importa o nome, para a imensa torcida alvinegra o que mais interessa é alimentar a nova realidade do patrimônio que foi construído no “buraco” situado na área, que três décadas depois de adquirido, desperta a cobiça de investidores estrangeiros, em especial, os europeus.

Para marcar a data histórica, a diretoria responsável pela reestruturação do terreno, que passou a se chamar Vila Olímpica, programou um dia inteiro de festas. Até chegar ao estádio, a torcida alvinegra promete fazer uma romaria pelas ruas de Natal.

Dezenas de carreatas com saídas de vários bairros da cidade vão dar início a programação extra-oficial da festa já no início da manhã. O largo do ginásio Humberto Nesi (Machadinho) será o ponto de encontro. Depois de uma queima de fogos, a caravana partirá, às 10h, rumo ao Frasqueirão, percorrendo a BR-101 e Estrada de Ponta Negra, até chegar a Rota do Sol, novo endereço para os jogos do ABC a partir de hoje.

Este dia 22 de janeiro de 2006 ficará marcado na lembrança do torcedor abecedista e estabelecerá um novo marco no futebol potiguar. Se fosse vivo o radialista Souza Silva, que marcou época na rádio Cabugi, cobrindo o ABC diria: “Alô Deus, a Frasqueira lhe agradece senhor”. Este chavão do saudoso radialista, fanático pelo ABC, ultrapassou as fronteiras do tempo para se eternizar no folclore do “clube do povo”.

Torcida abecedista fiel e feliz

Aos 64 anos de idade, o aposentado Airton Araújo de Souza integra a seleta lista de abecedistas que tiveram o privilégio de acompanhar a trajetória alvinegra em três fases distintas. Desde a primeira metade do século passado, quando o futebol era praticado no Juvenal Lamartine – estadinho do Tirol – até o moderno “Frasqueirão”, passando pelo Machadão (que um dia já foi Castelão), Seu Airton, como é mais conhecido, sempre marcou presença como torcedor e conselheiro.

Com orgulho, ele, que já chegou a ser impedido, por recomendação médica (problema no coração), de freqüentar os jogos do ABC, revela a satisfação de ver o sonho de todo torcedor alvinegro concretizado. “Como conselheiro votei à favor do projeto e sempre acreditei. Hoje, me sinto um homem realizado. O sonho de todo torcedor do ABC, agora, é real”, declarou.

“Poucos tiveram a honra e o privilégio de acompanhar o ABC em todos os estádios de Natal. Sou do tempo do JL, acompanhei a mudança para o Castelão e hoje estou vivo para ver o ABC se mudar para sua própria casa. O ABC está no caminho certo. Será um clube auto-sustentável a partir de agora”, completou Seu Airton.

Ele vai todos os dias à Vila Olímpica para acompanhar as obras e “tomar conta” de sua cadeira cativa. “Já quitei a compra da minha cadeira e domingo (hoje) estarei nela pela primeira vez”, brinca Seu Airton, com o orgulho, que contagia milhares de abecedistas, como o policial civil Gustavo Henrique Cavalcanti de Albuquerque, 31 anos.

Segundo ele, “não há nada na vida comparável ao dia de inauguração do estádio do ABC”. “Não tem nascimento de filho ou outra coisa qualquer que seja mais emocionante do que isso”, confirmou, emocionado, o policial pai de duas filhas. Damião Ricardo Câmara, 36 anos, é mais uma prova de que a paixão do torcedor não tem limite. Fanático confesso do ABC, Dami, como é mais conhecido, fez uma promessa inusitada, a qual deve ser cumprida hoje, no estádio.

“Quando começou as obras do estádio fiz uma promessa de só voltar a cortar o cabelo no dia da inauguração”, revelou Dami, que deve levar a tesoura para cumprir a promessa no estádio. “Vou cortar o cabelo e realizar meu sonho comemora antecipadamente.

“Casa própria” rende dividendos ao ABC

O déficit do clube com os encargos trabalhistas foi a “gota d’água” para a diretoria do ABC, que em 1997 resolveu apostar no futuro, elaborando um projeto para a Vila Olímpica que trouxesse dividendos para o clube ao invés de despesas. Surgia o projeto do estádio “Frasqueirão”. Aprovado pelo Conselho Deliberativo, a construção da “casa própria” era considerada a única saída viável para transformar o ABC num clube auto-sustentável.

om a inauguração do estádio, o ABC inicia uma nova era, apostando em novas fontes de renda, que até “ontem” dependia de cotas de patrocínios na camisa do time de futebol, de renda dos jogos ou da boa vontade de dirigentes e conselheiros abnegados. “Com o estádio vamos ter outras possibilidades de levantar recursos”, emendou Judas Tadeu, presidente do clube e um dos mentores do projeto “Frasqueirão”.

De acordo com o próprio dirigente, a bilheteira do estádio continuará sendo uma das principais fontes de renda, só que com a vantagem de não ter que pagar pelo aluguel do campo, como acontecia no Machadão. A praça de alimentação, composta de oito bares, fornecerá ao clube R$ 3.600,00/mês mais 10% do faturamento bruto de cada um.

Com o estádio e adjacências, o ABC ainda terá como lucrar vendendo produtos com a marca do clube no ABC Shop, lojinha localizada na frente do estádio e que foi arrendada por um período experimental de três meses. “Fizemos um contrato de experiência durante os próximos noventa dias. Se não der certo, nós mesmos vamos explorar o negócio”, revelou o presidente alvinegro.

O lucro com a manutenção das cadeiras cativas e camarotes ainda não foi contabilizado pela diretoria, mas calcula-se que seja aproximadamente de R$ 300 mil por ano. “Todo ano será cobrada uma taxa de manutenção, que pode chegar aos 300 mil”, confirmou o presidente alvinegro. Só com a venda dos 14 camarotes o clube arrecadou cerca de R$ 500 mil.

Com o direito de arena, por mês, a previsão do dirigente é para cifras em torno de R$ 30 e 35 mil. Existe ainda 9 mil metros quadrados de uma área para exploração comercial, localizada às margens da Rota do Sol. São nove lotes, segundo Tadeu, com mil metros quadrados cada – 20 x 50 metros. “Estamos negociando cada lote por trinta mil reais de luvas mais três mil reais por mês para um contrato de doze anos”, explicou Judas Tadeu.

Como se não bastasse, ainda há um terreno ao lado do estádio com capacidade para alojar 1.200 carros, o que poderá render R$ 6 mil por jogo, caso seja cobrado R$ 5,00 por carro. Além do estacionamento, o ABC ainda poderá lucrar com o aluguel do estádio para eventos, os mais variados, carteira de sócios e venda de jogadores. No mesmo complexo da Vila Olímpica está sendo projetado um CT para a descoberta de novos valores. Num levantamento aproximado chega-se a conclusão de que o ABC pode faturar mais de um milhão com o estádio no ano.

Um estádio de dez milhões de reais

þDez milhões de reais. Estes foram os custos aproximados para a construção da primeira fase da obra, segundo o arquiteto Glay Karlys, 34 anos. “É difícil precisar o valor total desta primeira etapa da obra porque foram utilizados muitos recursos do próprio clube”, revelou o arquiteto. “É bom que se diga que os dez milhões são referentes a construção, sem contar com o valor do terreno”, esclareceu.

Depois da permuta de parte do terreno com uma empreiteira de Natal, a Vila Olímpica passou a contar com 10 hectares – 10 mil metros quadrado

. Em todo complexo, além do estádio, há um estacionamento para 1.200 carros, que ainda será pavimentado, uma concentração para trinta jogadores mais a comissão técnica (com refeitório), campo de treinamento, sede social; o campo 3, onde o ABC treinava até o ano passado, será reformado para receber o Centro de Treinamento das categorias de base. Ainda existem mais nove lotes com mil metros quadrados cada, todos localizados à margem da Rota do Sol para a exploração comercial.

Segundo Glay Karlys, foram necessários três anos e meio para concretizar o sonho. “O acordo com a empreiteira ocorreu em 1999. Foram seis anos de descrédito e desconfiança. Foi uma fase complicada pelo histórico do clube. Mas, e  2002 começamos efetivamente a construção. E três anos e meio depois, um tempo considerado normal para o porte da obra, aí está o estádio”, contou Glay, apontando com orgulho para o seu “filho” mais novo.

O estádio Maria Lamas Farache – Frasqueirão – tem capacidade para receber neste primeiro momento dez mil torcedores – 12 mil com a arquibancada móvel que foi instalada por traz de um dos gols. “Esta arquibancada móvel deve ficar até março, quando esperamos um confronto com o Flamengo. Se houver, realmente, este jogo pela Copa do Brasil há a possibilidade também de se colocar um lance de camarote vip por traz do outro gol”, completou o arquiteto. Em março, o ABC deve começar as obras do terceiro módulo de arquibancada com capacidade para mais 2.500 lugares.

De acordo com o projeto inicial, o Frasqueirão deve comportar 15 mil torcedores nos quatro módulos de arquibancada – hoje só existem dois construídos. Mas, segundo Gley Karlys esta capacidade pode aumentar para 20 mil, já que há a possibilidade de construir mais um lance de arquibancada com capacidade para cinco mil lugares sobre o módulo do sol, onde fica a Frasqueira.O estádio conta ainda com 14 camarotes, 4.170 cadeiras cativas, 12 cabines de imprensa, duas praças de alimentação com quatro bares em cada praça, vestiário do clube, adversário e árbitro, banheiros localizados vizinhos às praças de alimentação, dois elevadores, três entradas para o público (A, B e C), entradas e saídas de emergência, sala de musculação e fisioterapia e campo com dimensões oficiais, afastados 7,5 m do alambrado, nas laterais.

“Projetamos um estádio moderno para oferecer todo o conforto e segurança ao torcedor”, emendou Gley Karlys, que fez questão de deixar sua mensagem à torcida do ABC: “O estádio tem um significado muito grande. Agora, o ABC terá a capacidade de conseguir a auto-sustentação, com recursos próprios, sem precisar mexer no bolso de dirigentes ou conselheiros”.

Projeto

O Módulo 1 do Frasqueirão, o primeiro a ser construído, tem capacidade para 4.450 espectadores sendo 280 em seus 14 camarotes e 4.170 em cadeiras cativas. Além de camarotes e cadeiras cativas, o módulo 1 conta ainda com bares, banheiros, loja do ABC, vestiários do clube visitante e dos árbitros, 12 cabines para a imprensa e toda a parte administrativa necessária ao pleno funcionamento do estádio.

O Módulo 2, segundo a ser construído, tem capacidade para 4.448 espectadores, todos de arquibancada. A popular frasqueira também possui bares e banheiros exclusivos, além de abrigar o vestiário do ABC, que terá seu túnel de acesso ao gramado bem em frente à sua torcida.

O Módulo 3, que só será construído a partir de março, inicialmente destinado à torcida do clube visitante, terá capacidade para 2.468 espectadores e contará também com bares e banheiros exclusivos. O Módulo 4, o último a ser executado e ainda sem previsão ocupará a área onde hoje está localizada a piscina, terá capacidade para 2.468 espectadores e como todos os outros módulos, bares e banheiros exclusivos.

O acesso ao estádio será por meio de 3 portões: A, B e C. Os portões A e C darão acesso às arquibancadas. Pelo portão B tem-se acesso às cadeiras cativas, camarotes e cabines de imprensa. Os espectadores que acessarem o estádio pelos portões A e C poderão ocupar qualquer módulo de arquibancada, já os que acessarem pelo portão B ficarão restritos ao módulo 1, que é o módulo dos camarotes e cadeiras. No Frasqueirão, os espectadores estarão a apenas 7,5 m do campo e a uma altura de 1,5 m acima do nível do gramado.

Fonte: www.abcfc.com.br.

Uma casa para sempre na avenida Rota do Sol

Everaldo Lopes – Repórter e pesquisador

Antes de chegar à sede administrativa definitiva – Vila Olímpica – o ABC teve de peregrinar por vários endereços. Sofreu “na pele” o dissabor, nos primeiros anos de sua existência, de ser obrigado a reunir a diretoria na residência de diretores, às vezes encontrando resistência dos familiares, principalmente, quando as discussões ficavam acaloradas.

A primeira residência, que serviu de local de reuniões, foi a do presidente da Associação Comercial do RN, cel. Avelino Alves Freire e do seu filho, João Emílio Freire. Numa dessas reuniões, inclusive, a de fundação dia 29 de junho de 1915, Emílio foi eleito presidente, por aclamação. No casarão foram votadas e aprovadas as cores do uniforme do clube, padrão da primeira camisa e desenho da bandeira.

Depois de “usar e abusar” da residência do cel. Avelino Freire, o ABC resolveu alugar sua própria sede, tendo antes o cuidado de reunir um grupo de abnegados que contribuiria cada um com R$ 1000 réis por mês para fazer frente ao aluguel. O local foi a rua Chile (antiga rua do Comércio) número 120, 1º andar, daí passando-se para a rua Doutor Barata, ainda na Ribeira, número 39e, tempos depois o primeiro andar do prédio n° 232, edificação que ainda hoje está de pé.

Dalí, a secretaria do Alvinegro mudou-se para a rua Senador Bonifácio, nº 10, e alguns anos depois na Tavares de Lira. O endereço era também o da residência do benemérito Enéas Reis (um dos presidentes do clube em mais de um mandato). Um dos últimos pontos de reuniões dos abecedistas foi na esquina da rua Potengi com a av. Afonso Pena, residência de Vicente Farache, em frente ao local de jogos do clube.

O ABC ainda ia transferir sua sede administrativa para o antigo estadinho “Maria Lamas Farache”, em 1951. A penosa peregrinação do ABC na busca de um lugar definitivo para suas reuniões foi quando da inauguração da sede social na esquina da rua Potengi com a av. Afonso Pena, na administração de Ernani Silveira, com inauguração solene dia 31 de janeiro de 1959.

O diretor social era o advogado Mozart Romano. Dias depois, a 29 de junho ao completar 45 anos o ABC inaugurou sua concentração e boate da “Frasqueira” em Morro Branco. Ernani Silveira presidiu o ABC, de 1956 a 1960. Ao ser negociado, o estadinho “Maria Lamas” e todo quarteirão da sede social para a compra do terreno de Ponta Negra, o ABC instalou seu escritório na av. Prudente de Morais entre as ruas Mipibu e Mossoró, quando da administração de Severo Câmara. Na mesma avenida, esquina com Bernardo Viera – Farmácia Guararapes, de Paiva Torres – o ABC usou como sede administrativa.

Por último, e aí em caráter praticamente definitivo, o clube se mudou com armas e bagagens para a Vila Olímpica, com a parte física construída nas administrações de Edson Teixeira e Ruy Barbosa da Costa. Posteriormente, vieram Eudo Laranjeiras, Paiva Torres, José Wilson e Leonardo Arruda, porém sem maior ampliação da parte física da Vila.

A primeira concentração foi um trabalho pessoal de Ernani Silveira, através doação de amigos. De justiça, deve-se ressaltar que os recursos para aquisição do terreno do “Frasqueirão” foram decorrência do “olho clínico” de Ernani, ao adquirir todo quarteirão de Morro Branco, com decisiva participação do engenheiro e conselheiro do ABC, José Nilson de Sá.

“O clube está sendo projetado para o futuro”

São oito anos dirigindo um dos clubes mais tradicionais do Estado. A emoção do torcedor – do mais humilde ao mais rico – não é menor do que a de Judas Tadeu Gurgel, 55 anos. Presidente ABC, desde 1997, o representante comercial sentirá, hoje, um gostinho todo especial.

“Estamos há dez anos acompanhando todas as dificuldades do clube. Essa é a semana mais importante da história do ABC, por isso a emoção é muito grande”, disse o dirigente, que não faz idéia de como o coração vai suportar a tanta emoção.

Símbolo dessa nova era no clube, Judas Tadeu recorda com orgulho os momentos difíceis enfrentados pelo clube no final da década passada, quando ele e uma comissão de dirigentes e conselheiros abnegados resolveram apostar no estádio.

Em entrevista a TRIBUNA DO NORTE, Judas revela sua emoção em presidir o clube de coração num momento tão importante, além de contar um pouco mais da história deste sonho que virou realidade e que rejuvenesce um “velhinho” de 90 anos:São oito anos dirigindo um dos clubes mais tradicionais do Estado. A emoção do torcedor – do mais humilde ao mais rico – não é menor do que a de Judas Tadeu Gurgel, 55 anos. Presidente ABC, desde 1997, o representante comercial sentirá, hoje, um gostinho todo especial.

“Estamos há dez anos acompanhando todas as dificuldades do clube. Essa é a semana mais importante da história do ABC, por isso a emoção é muito grande”, disse o dirigente, que não faz idéia de como o coração vai suportar a tanta emoção.

Símbolo dessa nova era no clube, Judas Tadeu recorda com orgulho os momentos difíceis enfrentados pelo clube no final da década passada, quando ele e uma comissão de dirigentes e conselheiros abnegados resolveram apostar no estádio.

Em entrevista a TRIBUNA DO NORTE, Judas revela sua emoção em presidir o clube de coração num momento tão importante, além de contar um pouco mais da história deste sonho que virou realidade e que rejuvenesce um “velhinho” de 90 anos:

• Quando e como surgiu a idéia do projeto Frasqueirão?
Judas Tadeu: Na minha cabeça começou quando cheguei no ABC em 1995, ainda como diretor. O clube estava muito endividado e precisava criar uma alternativa para quitar os débitos. A partir disso, resolvemos permutar parte do terreno da Vila Olímpica. Em 1998 (já como presidente), eu e minha diretoria apresentamos o projeto do estádio ao Conselho Deliberativo.

• Como você se sente ao concretizar o sonho da torcida?
JT: Em primeiro lugar, é uma realização pessoal, porque a gente entende que foi necessário muita coragem para tocar o projeto. Espero que a partir deste novo momento do clube, a torcida do ABC tenha esperança, porque o clube está sendo projetado para o futuro e, em breve, será uma das grandes potências do Nordeste.

• Que mensagem você pode deixar para os críticos?
JT: Que acreditem. Estamos entregando a primeira fase da obra, agora, e a partir de março iniciaremos a segunda etapa do projeto, com a construção de mais sete mil lugares no estádio e a reestruturação da sede social.

• Você teve o apoio de sua família. Como dividir o tempo com casa, trabalho e ABC?
JT: Sou muito cobrado por isso. Minha família reclama, as vezes, minha falta, porque dedico boa parte do meu tempo ao ABC. Mas, sou compreendido, todos têm paciência e me deixam muito a vontade. Sempre contei com o apoio da minha família.

• Qual a viabilidade do novo complexo Vila Olímpica?
JT: O ABC precisa, agora, de inteligência para mantê-lo, conseguindo tornar-se viável, explorando o que for possível. Preciso jogar o ano todo, em primeiro lugar. Os resultados em campo serão importantes. Temos que criar alternativas para manter o estádio em atividade o ano inteiro. Temos contratos publicitários na arena (publicidade estática em campo), aluguéis dos bares, por isso não podemos deixar o estádio fechado por muito tempo.

• O estádio será alugado para eventos que não seja futebol, como shows, por exemplo?
JT: Sim. Poderemos alugar o estádio para qualquer evento, cultural ou esportivo.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas