Spa (Bélgica) – A previsão de que, com mais frio em uma pista marcada pela alta velocidade, a Brawn GP não encontraria facilidades para brilhar no Grande Prêmio da Bélgica começou a se confirmar nesta sexta-feira. Sem nenhum de seus pilotos entre os 16 melhores do primeiro dia de treinos livres, a equipe viu McLaren e Toyota confirmarem sua evolução: com um grande tempo já no fim, Lewis Hamilton tirou Timo Glock da ponta.
Nesta mesma sexta, Mark Webber minimizara suas chances de título na Fórmula 1 argumentando que os circuitos restantes no calendário beneficiariam Jenson Button. A opinião do australiano pode até valer para Cingapura e Abu Dhabi, conforme ele disse, mas não para o rápido circuito de Spa, no qual o inglês ficou apenas em 17º nesta tarde (horário local) – Rubens Barrichello, por sua vez, apareceu um posto atrás – mostrando, com uma baixa temperatura de 18º C, um desempenho discreto parecido àquele de Silverstone.
Ao contrário da manhã, quando a chuva auxiliou a Toyota a liderar com Jarno Trulli, desta vez a escuderia ratificou o bom desempenho na pista seca, em que Glock era o primeiro colocado até os minutos finais. O alemão, depois, acabaria batido por apenas 0s016 por Lewis Hamilton, que roubou a cena com 1min47s201.
Enquanto atrapalhou a Brawn GP, o frio de Spa acabou ajudando a Red Bull em uma medida menor que a esperada. Assim, Webber até chegou a ocupar o topo, terminando o treino depois no quarto lugar, seis à frente de Sebastian Vettel. A performance, portanto, representou uma grande reação após a discrição de Valência.
Mesmo sem chuva, o segundo treino belga seguiu modificando a teórica hegemonia da Fórmula 1. O novato francês Romain Grosjean, por exemplo, foi 1s5 mais rápido que Fernando Alonso e levou a Renault à quinta colocação. Quatro colocações após apareceu outro piloto inexperiente, o espanhol Jaime Alguersuari, da Toro Rosso. Entre eles surpreendeu ainda a Force India de Giancarlo Fisichella, que foi o sexto mais rápido do dia.
Se Grosjean e Alguersuari se destacaram, não se pode dizer o mesmo de Luca Badoer. Realizando sua segunda exibição desde que retornou à categoria, o italiano foi o último colocado com um tempo dois segundos inferior ao de Kimi Raikkonen. O finlandês, por sua vez, manteve a Ferrari em alta ao anotar a terceira posição.
Barrichello reconhece que dia foi ruim
Após ver a Brawn GP colocar seus representantes nas 17ª e 18ª posições no primeiro dia de treinos para o Grande Prêmio da Bélgica, Rubens Barrichello poderia apenas minimizar o resultado discreto e prometer evolução hoje. O brasileiro, contudo, chegou a admitir que esperava mais do carro, “menos competitivo” na comparação com aquele que triunfou em Valência.
Em uma sexta-feira bastante movimentada em Spa, a Brawn até começou bem pela manhã com Button e Rubinho entre os seis melhores, porém nessa sessão apenas dez pilotos puderam testar sobre a pista seca. Quando a chuva desapareceu, pela tarde (horário local), a equipe esteve longe de brilhar, e os velhos parceiros ficaram a nove décimos de segundo do líder, Lewis Hamilton.
Descontadas as diferenças entre os combustíveis portados por cada carro, Barrichello considera que essa diferença ao menos cairá para quatro, contudo isso ainda não seria considerado suficiente. “Os tempos não contam a história verdadeira, mas não estamos tão competitivos quanto em Valência”, reconheceu, lembrando-se do desempenho do fim de semana passado.
Nada disso, em todo caso, desanima o veterano, que já adiantou até mesmo qual será sua meta para o treino classificatório de sábado: largar entre os cinco primeiros colocados. “Ainda há um caminho a percorrer para entendermos todo o potencial do carro, mas não há problemas como na Hungria”, afirmou, em referência à etapa na qual a Brawn GP marcou apenas dois pontos. “A pista (da Bélgica) nos favorece. Estou tranquilo, dá para conseguir um lugarzinho em quarto ou quinto”.
