Nos dias de antanho, dizia-se que a seleção brasileira jogava o futebol-arte. Era comum aos locutores e comentaristas chamar um craque de artista da bola. Quando o gol era lindo, sempre havia a complementação narrativa do repórter de campo dizendo que o goleiro nem saiu na moldura, imagem narrativa carregada nas letras – como um pintor nas tintas. E decretava-se que aquele golaço tinha sido uma verdadeira pintura. A arte definindo padrões.
Uma camisa icônica, por exemplo, transfere parte do seu valor histórico para o time e para o craque que a vestiu ou seus herdeiros; isso lá na Europa, onde o negócio da bola rola com profissionalismo. O uso da imagem é outro fator.
Um jogador tem o salário, os prêmios, os contratos com patrocinadores, com fornecedores e ainda a publicidade extra. Já o pintor fatura o preço vendido ao colecionador, que depois detém o direito de imagem da obra nos leilões.
A valorização de uma tela após sair do ateliê do artista, às vezes atinge a estratosfera dos cifrões, e isto não significa qualquer repasse ao autor da obra. O pintor pode ficar com a fama, mas os dólares e os euros ficam nas galerias.
Após décadas do futebol movimentando bilhões, com retornos financeiros aos artistas da bola, não seria a hora de resgatar o espírito do pintor Robert Rauschenberg durante um famoso leilão em Nova York no ano de 1973?
O evento foi em 18 de outubro, quando a loja Sotheby Parke Bernet recebeu a nata das artes e dos negócios, expondo parte do acervo do colecionador Robert Scull, um ex taxista apaixonado por Pop Art e Expressionismo Abstrato.
Anos antes, Scull havia comprado um quadro de Rauschenberg por US$ 900 e o viu ser arrebatado naquele leilão por US$ 85 mil. Um resultado que chamamos de gol de placa do colecionador, uma enchida de bola na sua conta.
Durante o consumo de um sofisticado coquetel, o autor da tela confrontou o colecionador, dizendo que trabalhava duro para ele faturar fortunas. O que Rauschenberg questionou ali foi a ausência de royalties para os artistas.
Creio que a questão da diferença entre futebol e arte está exatamente nos direitos. Um belo gol, uma grande apresentação, dão retornos extras aos jogadores. Uma tela fantástica não rende mais ao autor depois que ele assina.
No meio do debate sem a presença das populações dos bairros envolvidos, surge uma boa ideia para decidir questões mais polêmicas na reforma do Plano Diretor: um democrático plebiscito com a participação maciça dos moradores.
Totalitarismos
O século XX ficou marcado por um alinhamento das três ideologias totalitárias na perseguição aos cidadãos judeus. Nazistas, fascistas e comunistas não toleram o judaísmo. O século XXI tem sido uma guerra contra a família cristã.
Fundão
O presidente Jair Bolsonaro precisa vetar no dia 3/10 o derrame de dinheiro público do “fundo partidário”. Assim, não dará tempo do Congresso derrubar o veto, pois pela Lei Eleitoral a aprovação teria que ser publicada 1 ano antes.
Fuzis
O governador paulista João Doria está seguindo os passos do seu homólogo carioca. A Polícia Militar de SP vai adquirir 300 fuzis 5.56mm via licitação internacional vencida pela fabricante italiana de armas de fogo Beretta.
Economia
Certeiro o jornalista Guilherme Fiuza. Enquanto a lacração midiática-ideológica salva a democracia nas manchetes e nas postagens, o País atinge a meta de US$ 20 bilhões em apenas 9 meses com desestatizações e concessões.
Poesia e Cascudo
Dácio Galvão participou ontem no Espaço Cachuera, em São Paulo, do show Poemas de Câmara Cascudo, recitados e cantados por Arrigo Barnabé, Cid Campos, Gereba Barreto, Na Ozzetti, Vânia Bastos e pelo próprio Dácio.
Ainda Dácio
Na quarta e quinta-feira, os poemas do livro de Dácio, “O Poeta Câmara Cascudo Um Livro no Inferno da Biblioteca”, serão destaque no Sesc Guarulhos e Sesc Pompeia, respectivamente às 19h e 19h30.
Fina estampa
O publicitário Luiz Fontenele montou seu próprio negócio em casa e está fazendo impressões a laser especiais em diversas superfícies, do papel à madeira, do metal à cerâmica, do plástico aos tecidos. Contato 98190-3065.