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Garra Cinzenta está voltando

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Alex Medeiros 
Nós já gritamos no passado que o petróleo era nosso e ensaiamos sempre um canto por propriedade da Amazônia. Das coisas nacionais, só ganhamos no grito – e no canto – com o samba. Até a Bossa Nova há quem veja influência no jazz americano e no romantismo francês. Agora, chegou a hora de resgatar nosso pioneirismo nas HQs de heróis e de vilões com o retorno de uma personagem criada um ano antes do Superman e dois anos antes do Batman.
A Editora Super Prumo lançou uma campanha de financiamento para botar nas bancas o antiherói brasileiro “Garra Cinzenta”, surgido em 1937 como um suplemento do tablóide Gazetinha e que inaugurou no país os gêneros de terror e super-heróis. Apesar de protagonista da antiga edição, que circulou até 1939, era um vilão considerado o mais infernal delinquente de todos os tempos, segundo o anunciado na própria publicação do jornal A Gazeta.
Em 2008, a relíquia de um exemplar da primeira edição me chegou às mãos como um presente todo especial do pesquisador de HQ Marcelo Coelho, com quem mantive constantes contatos durante os tempos de O Jornal de Hoje.
A “Garra Cinzenta” (com artigo feminino) era sempre perseguida pelo impávido inspetor Higgins, chamado de inteligente, engenhoso e destemido, e que era auxiliado pelo agente policial Miller, um cara fulminante e rápido no gatilho.
O nome do vilão fazia tremer quem o pronunciasse. Ele tinha auxiliares assustadores e enigmáticos, como a Dama de Negro; o Homem Macaco, um monstro sem origem mantido numa masmorra; e Flag, um robô que tudo sabia.
A cabeça de caveira da “Garra” gerou debates entre estudiosos de HQ nacional, pelo fato da obra de Renato Silva (desenhos) e Francisco Armond (textos) ter rodado o mundo por décadas sem merecer a devida autoria. 
Aliás, um capítulo muito especial na ousada obra é sobre um dos criadores, o roteirista Armond, que anos depois teve a sua identidade revelada: tratava-se da jornalista e poetisa Helena Ferraz de Abreu, que foi diretora de A Cigarra.
A “Garra” fez sucesso na Europa em edições pirateadas que ganhavam selo e autoria mexicanas, às vezes belgas e até francesas, estas a batizando na tradução livre “La Griffe Grise”, mas sem jamais citar a sua origem brasileira. 
O suplemento de A Gazeta foi tão revolucionário para a história dos quadrinhos de terror que a estampa do vilão inspirou diversas personagens com cabeça de caveira que vieram depois, como Killing, Kriminal, Black Terror, Blazing Skull…
O Caveira Vermelha (inimigo do Capitão América), o Patrulheiro Fantasma, Fantomas, o Motoqueiro Fantasma e até o Esqueleto (do desenho He-Man) muito provavelmente beberam na fonte do nosso poderoso vilão tupiniquim. 
Sua popularidade entre as décadas de 1930 e 1950, após as cópias é suficientemente grande para comprovar a influência. A contracapa da primeira edição trazia carta dos editores ao público, chamado “mundo juvenil brasileiro”. 
Diz assim: “Não há, hoje em dia, quem não conheça o inspetor Higgins e a Garra Cinzenta. Essas duas figuras estão gravadas no cérebro de todos.
Entregando este álbum estamos certos de que vão ler uma das histórias mais sugestivas até hoje lançadas”.
A relíquia que ganhei há 13 anos foi posta na estante-UTI do meu acervo, onde estão os exemplares raros que precisam sempre de um cuidado especial. Garra Cinzenta está na companhia de outras primeiras edições que me orgulham. Espero juntar àquela velha edição as que serão reeditadas.
Tornozeleira 
No episódio do arrastão em Mirassol, um dos bandidos usava tornozeleira. Multiplicam-se os casos de delinquentes na rua com o equipamento. Cadê o  monitoramento que permite à Polícia interceptá-los? É pra isso a geringonça.
Depredação 
Continuam os sobressaltos dos moradores em torno do Hospital Ruy Pereira, abandonado pelos novos proprietários e depredado por delinquentes que usam o espaço como esconderijo. Os donos são advogados em São Bernardo, SP.
Invasão 
A governadora Fátima Bezerra determinou que a Secretaria da Mulher acompanhe o caso da invasão de uma casa em São Miguel do Gostoso. A Ouvidoria da Segurança está instaurando um procedimento de investigação.
Versão 
O vizinho que invadiu a casa repassou para um policial imagens de dias antes da invasão, em que filmou o dono da casa (seria voyeurismo?). O agente, por sua vez, mandou para um blog, mas logo o editor apagou ao perceber o erro.
Candidaturas 
Acabou a discriminação no campo político contra militares, juízes, policiais e promotores. O plenário da Câmara dos Deputados derrubou a tal da quarentena que exigia tempo de 5 anos após serviço para se candidatarem. 
Samba 
O escritor e fotógrafo Eduardo Alexandre, Dunga, um dos líderes da BAMBA – Boêmios e Amigos do Beco da Lama e Adjacências, critica a SAMBA por abrir inscrição de chapas sem prazo suficiente para a articulação das oposições.
Fotografias 
O livro “O Pôr do Sol na Pandemia em Fotos”, do jornalista e publicitário potiguar Casciano Vidal, impresso pela editora Viseu, do Paraná, entrou nas gôndolas virtuais das grandes plataformas de vendas Amazon e Magalu.
Mimimi 
O Twitter foi dominado no domingo e ontem pelo embate de posts entre os fãs de Neymar e Patrícia Pillar. Hilário foi alguém enaltecer o fato de uma ser atriz e o outro só jogador, tendo a réplica: “Ela fez A Casa de Papel? Neymar fez!
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