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Gente da Academia

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Woden Madruga

Abrindo a gaveta dos papeis desarrumados encontrei, logo na primeira pescada, um cartão-postal (ah, sou do tempo dos cartões-postais!) que Lenine Pinto me mandou de Brasília, ainda no século passado. Terça-feira que vem, 23, faz um mês de sua morte e na quinta-feira, 25, a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, onde ocupava a cadeira n. 34, realizará a sessão especial de seu necrológio, a saudação de louvor por conta do acadêmico Manoel Onofre Jr. O cartão de Lenine, datado de 24 de agosto de 1996, fala da morte de outra grande figura de nossas letras, o folclorista Veríssimo de Melo, também imortal da ANRL:

“Caríssimo Woden.

Há amigos que deixam saudades, outros que além da saudade fazem falta.

Com quem, agora, bater os papos matinais na solidariedade dos cafezinhos e do cigarro, já que Veríssimo se foi?

Eu nem teria a quem dizer isso, não fosse você.

Abraços, Lenine”.

Veríssimo de Melo havia falecido no dia 18 de agosto, aos 75 anos. Ocupava a cadeira n. 12, sucessor de Juvenal Lamartine de Faria.

A outra pescada deu numa carta de Mário Moacyr Porto (03/01/1912 – 20/11/1997) para Enélio Lima Petrovich (13/06/1934 – 06/01/2012) e que me chegou às mãos através de um bilhete de Enélio. A carta do doutor Mário Moacyr Porto, magistrado e jurista, escrita à mão, diz assim:

“Natal, 12/4/93

Caro Enélio:

Estou sabendo que você retornou hoje do Rio onde foi passar a semana santa. Gente fina é outra coisa.

Escrevo-lhe para sugerir – você que é homem de imprensa – uma “nota” em jornal local sobre a homenagem prestada ao nosso amigo Manoel Rodrigues de Melo pela Academia de Letras. É imprescindível uma certa publicidade a respeito para que a homenagem não caia no esquecimento e fique o dito por não dito.

Um abraço do amigo

Mário Moacyr Porto”

O bilhete de Enélio foi escrito no rodapé da carta:

“WM:

Eu ampliei a homenagem propondo o nome “Casa Manoel Rodrigues de Melo”, com solenidade para esse fim. Justiça em vida. Aprovação unânime”.

Enélio”

Mário Moacyr Porto ocupou a cadeira n. 20, Enélio Petrovich, a 4, e Manoel Rodrigues de Melo (07/07/1907 – 29/02/1996) a de número 30. Ele presidiu a Academia por 21 anos e construiu a sua sede própria. Foi saudado na imortalidade acadêmica por Luís da Câmara Cascudo, fundador da cadeira 13.

No mundo dos queijos
Agora em agosto, de 5 a 7, no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, acontecerá o 15º Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados (Enel).  Na programação, destaque para o Concurso de Queijos Regionais do Nordeste. Lugar de honra para os queijos artesanais, marca forte de nossa cultura.

Virão queijeiros de todas as partes, até do Sul, passando por Minas.

Das zebuínas
Por falar em queijos, o último número (junho) da ABCZ Revista, editada pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu, com sede em Uberaba (Minas Gerais), publica   matéria com o título   “Queijo de coalho com leite de vacas zebuínas”, onde destaca o trabalho do Laboratório do Leite da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Laboleite, UFRN).

Essas pesquisas do Laboleite, dirigidas pelo professor Adriano Rangel, estão voltadas para o leite das vacas das raças Sindi, Guzerá e Gir. Queijo de coalho de alta qualidade.

Na Carnaúba
Sexta-feira que vem, 26, começa o Dia D, a exposição pecuária da Fazenda Carnaúba, em Taperoá, Paraíba, o universo de Manoel Dantas Vilar (Manelito) e do primo Ariano Suassuna. É a maior mostra de caprinos e ovinos das raças nativas do Brasil, exposição também de bovinos das raças Sindi, Guzerá e Curraleiro Pé-Duro. Eis aí o Nordeste puro, real, verdadeiro.

Destaque especial para os queijos Grupiara, ali fabricados, que estão entre os mais premiados do Brasil. Queijos de leite de cabra e também de vacas zebuínas. Este ano a Carnaúba ganhou a Medalha de Bronze no Mondial du Fromage, realizado em Tours, na França.

Além do mais, conversar com Manelito, ouvi-lo, é uma festa.  Vamos todos nos encontrar por lá.


Paulo Balá
Hoje, 21, é o segundo aniversário do encantamento de Paulo Bezerra, o médico, professor universitário, escritor e criador de boi. O querido doutor Paulo Balá, seridoense da melhor cepa, imortal (continua sendo) da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras.

Será celebrada missa às 19h30 na Igreja de Santa Terezinha, no Tirol.

Nadelson
Perdemos Nadelson José Freire, que faleceu no dia 12, aos 82 anos de idade. Engenheiro, cartógrafo, professor da UFRN e da ETFRN, dos quadros do DNER, apaixonado pela Fotografia, derna de menino. Suas lentes estavam sempre focadas na rica flora nordestina. Das matas do Litoral às floradas do Sertão passando por seus cactos e espinhos.

Geraldo Batista de Araújo, professor e escritor, escrevendo a apresentação do livro-álbum de Nadelson, Natureza, uma dádiva de Deus, escreveu assim: “Nadelson pinta quadros com sua máquina fotográfica (…) Suas flores são tão perfeitas que quase se sente seu perfume, e as frutas nos abre o apetite”.

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