O sinal de alerta acionado mais uma vez na rede pública de atendimento à saúde devido à recusa dos hospitais conveniados ao SUS de receber pacientes idosos da ortopedia terá um novo desdobramento. Além do inquérito criminal, que já tramita na Delegacia de Proteção ao Idoso, tendo como réus os diretores dos hospitais Itorn e Médico Cirúrgico, o Ministério Público fará um Termo de Ajustamento de Conduta a ser assinado pelos gestores públicos de saúde. “Está na hora de parar com o faz de conta. Precisamos agir e está mais do que na hora de a Prefeitura Municipal ter um hospital público”, destacou a promotora de Defesa de Proteção ao Idoso, Iádia Gama Maia.
O Termo de Ajustamento de Conduta, que está sendo feito pelas promotorias de Proteção ao Idoso e Saúde, será assinado no próximo dia 28 pelo secretário estadual de Saúde, Adelmaro Cavalcanti, e pela secretária municipal, Aparecida França. Mas antes mesmo desse documento, a promotora Idádia Gama Maia já está ouvindo os dois gestores.
Adelmaro Cavalcanti e Aparecida França compareceram espontaneamente à Promotoria. As explicações feitas pelos gestores e pela diretoria do Hospital Walfredo Gurgel, apontaram à promotora alguns erros na “logística” do atendimento ao idoso.
Iádia Gama observou que não há porquê os pacientes serem transferidos do seu município de origem para o Hospital Walfredo Gurgel e só em seguida receber um encaminhamento para o hospital privado conveniado à rede pública. “Está na hora do Hospital Walfredo Gurgel deixar de ser uma casa de passagem. O paciente pode receber o atendimento no hospital do seu município e depois ser encaminhado diretamente para o hospital de Natal onde receberá o atendimento”, comentou a promotora, cobrando o atendimento das unidades municipais do interior.
Ontem, no Hospital Walfredo Gurgel havia dois pacientes idosos para atendimento ortopédico. As pessoas foram transferidas de Caraúbas e Apodi. A direção da unidade informou à promotora que eles seriam estabilizados e em seguida transferidos. “Estamos acompanhando e qualquer paciente recusado deverá ser comunicado. Isso já se transformou em caso de polícia”, ratificou Iádia Gama.
Outra preocupação da promotora é com o vencimento dos contratos da Secretaria Municipal de Saúde com os hospitais privados, que se encerra dia 31 de agosto. “Se os hospitais não desejarem renovar o contrato a Secretaria tem que apresentar um plano, o paciente não pode é ficar sem atendimento. Está na hora de termos um hospital municipal, que pode ser o Hospital de Pescadores”, completou a promotora.
