Michelle Ferret – Repórter
Fugir das chuvas que ensopam a cidade nos meses de maio e apostar nas bandas alternativas com trabalhos sólidos foi a rota traçada para este ano pelo Festival Música Alimento da Alma – MADA – que acontece este mês nos dias 23 e 24.
Atrações nacionais como Ana Cañas, Marcelo D2, Sonic Júnior, Copacabana Club, Natiruts, Ganeshas e Pitty são alguns dos nomes anunciados esta semana. Até agora, somente três bandas locais foram definidas, “DuSouto”, “Mc Priguissa” e “Tricor”. “Até a próxima semana estaremos divulgando todas as bandas locais”, adiantou Jomardo Jomas, organizador do Festival que já está em sua 11ª edição. Segundo ele, o objetivo principal que já era voltado para a cena independente, este ano está ainda mais evidente.
Quanto à mudança da data e a estrutura, Jormado conta que foi uma estratégia para fugir das chuvas que caem de março a agosto em Natal. “Nessa época, a cidade se transformou num dilúvio. Esse formato menor não significa que diminuímos o tamanho do evento, mas estamos com uma programação muito mais forte”.
O número de material que Jomardo recebeu praticamente dobrou. Ao todo – entre inscrições via internet e pelos Correios – o MADA recebeu 1.300 materiais de bandas de todo o Brasil. “ Ficamos surpresos com a qualidade e a quantidade dos materiais. Os músicos de São Paulo foram os responsáveis pela maior quantidade e ficamos surpresos com isso. Só pela internet a gente recebeu 320 materiais”, disse o organizador, também responsável por selecionar o material.
Os critérios utilizados para o garimpo são: qualidade do material enviado e bandas com discos novos (como o potiguar DuSolto). “A Internet é sem dúvida o carro chefe. Na minha visão, o mercado independente é a mola que faz pulsar toda essa difusão e produção. Todas essas novidades que estão surgindo como o facebook, o twitter ou o myspace serem como trocas de informações. E no fundo, tudo está interligado, todas as bandas que mandam material para o MADA, mandam também para os mais de 40 festivais realizados no Brasil inteiro”, disse Jomardo.
Em meio a dificuldades, perda de patrocínio e a assinatura de novos patrocinadores, Jomardo acredita que falta hoje um olhar mais cuidadoso dos órgãos públicos do Rio Grande do Norte. “O MADA é um festival que abre portas, promove troca entre os músicos locais com os do Brasil todo e mesmo assim sofre dificuldades em acontecer. Dá impressão que é aquela expressão que diz: “A grama do vizinho é sempre mais bonita”, e terminam sem perceber, de olhos fechados ou de costas para um dos festivais mais importantes do Brasil”, desabafou Jomardo.
Grupos
Copacabana Club (PR), Marcelo D2 (RJ), Ana Cañas (SP), Pitty (BA), Natiruts (DF). Das indies, destaque para a Ganeshas (RJ), banda carioca que ganhou o festival B de Banda do Jornal do Brasil em parceria com o Mada, e ainda Lenzi Brothers, Chico Antronic Embola DUB, mais Fungos Funk (MG).
