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Gols salvos por mãos cirúrgicas

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AMOR AO CLUBE - Fabiano se identifica com os torcedoresAs mãos que costumam livrar o América de sofrer gols muitas vezes com uma precisão cirúrgica, revelam um lado todo especial de Fabiano. Titular absoluto do time natalense, em 1998 o goleiro foi obrigado a optar entre terminar o curso de Odontologia ou seguir em frente na tentativa de fazer carreira no futebol. Para felicidade da torcida do Alvirrubro, clube que hoje luta para regressar à divisão de elite do futebol nacional, a vontade de se tornar um atleta pesou mais na decisão final.

A idéia inicial era seguir carreira na área da saúde, onde pretendia se formar em cirurgião dentista. Ele não esconde que a base escolar hoje facilita a vida de atleta, fornecendo base no tratamento com os companheiros principalmente. O goleiro salienta que deseja dar continuidade aos estudos a partir do próximo ano, mas vai procurar um curso que possa mantê-lo ligado a área esportiva.

“Quando me profissionalizei estava cursando o quarto ano de Odontologia, já partindo para uma especialização. Na época morava em Santos e fazia o curso em São Bernardo, foi também na oportunidade que comecei a rodar por alguns times do interior e não deu mais para conciliar a carreira com os estudos”, lamentou.

A dedicação exclusiva que a carreira exige foi a explicação que deu a mãe para convence-la a aceitar a idéia de ver o filho abandonando o curso no quarto ano. “Minha mãe sempre apoiou muito os meus estudos, sempre quis ver o filho formado. Mas isso não impediu que ela entendesse meu lado. Hoje sente muito orgulho daquilo que faço e sempre se emociona quando me vê atuando. Afinal ela sabe que estou feliz e que realizei um grande sonho”, ressaltou. “Futebol depende de físico e para estar bem o goleiro tem que treinar muito sempre”, destaca.

Se a mãe sempre incentivou os estudos do filho, o pai apesar de dar uma importância grande ao fato, sempre foi mais voltado para o lado esportivo. Tanto que é apontado como o maior incentivador da sua carreira no futebol. “Ele sempre me deu muita força, não faço as contas de quantas horas ele tirou para me levar para treinar e nunca reclamou de nada. Ao contrário, sempre me incentivou muito e me ajudou a superar os momentos mais difíceis”, frisou.

Estereótipo não condiz com a verdade

A imagem de que jogador de futebol possui uma baixa escolaridade, não sabe se expressar e não está dando a mínima para outra realidade que não seja a do seu mundo, hoje já não serve mais para descrever o futebolista. Depois da era “Sócrates”, que se formou em medicina em plena atividade como jogador profissional, o exemplo serviu para mentalizar melhor os atletas da nova geração, que entenderam a necessidade de se tornarem pessoas esclarecidas. “Temos de acabar com a generalização de que o jogador de futebol é inculto”, destacou Fabiano. O goleiro acha que o estudo possui muita importância na vida das pessoas e que o jogador de futebol deveria, no mínimo, terminar o segundo grau. Na visão dele isso serviria para o profissional administrar melhor a carreira.

No tocante as questões relativas a parte esportiva em si, o camisa um do América é da opinião que nas quatro linhas a cultura não pesa tanto. “Já tive a oportunidade de ver jogadores que mal sentaram no banco da escola, mas tinham uma inteligência impressionante em campo. Neste caso a inteligência profissional vem através de um dom.”

A preocupação em ter um futuro melhor é o que faz Fabiano dar uma importância especial aos estudos, ciente de que a carreira como jogador de futebol é curta e a fama passageira, o atleta já faz planos para prestar o vestibular de Educação Física no próximo ano. “Do que eu aprendi em Odontologia ainda consigo me lembrar de muita coisa, mas devido ao tempo que estou sem estudar não daria para me arriscar em intervir nem numa situação emergencial. Como gosto de esporte tenho planos de tentar me formar em Educação Física, para mais tarde tentar fazer carreira como treinador”, antecipou. 

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