Após dezesseis anos de iniciado o projeto, primeira parte das obras do Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, é entregue ao Governo do Estado. com base nas últimas estimativas, a obra é liberada com dois meses de antecipação e uma economia de cerca de R$ 7 milhões.
Competia ao Exército a execução das pistas de pouso e decolagem, pistas de taxiamento, pátio de estacionamento de aeronaves e a macrodrenagem das pistas. O tempo geral foi alongado, principalmente, pela paralisação de seis anos para mudança de projeto de trabalho.
A solenidade, com liturgia militar, marcou na manhã de ontem a entrega das obras e contou com a participação da governadora Rosalba Ciarlini, do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, do prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado, autoridades estaduais e locais, além de autoridades militares.
Mais de uma década de conversas, negociações e execução do serviço. As obras eram executadas periodicamente, determinadas pelos convênios estabelecidos entre o Departamento de Engenharia e Construção (DEC) e a Infraero. O primeiro foi celebrado em 02 de outubro de 1996, para realização de serviços topográficos e geotécnicos preliminares e construção da cerca perimetral. O seguinte em 1998, quando houve a paralisação para mudança de projeto, sendo retomado somente em 2004, com novo convênio. O último acordo foi celebrado em 2011, pelo Termo de Cooperação Técnico Financeiro (TCTF).
Segundo o tenente-coronel Sirnando Neves, comandante do 1º Batalhão de Engenharia e Construção (1º BEC), foram necessárias mudanças no projeto inicial já que haveria intervenção na navegação dos vôos com destino ao Aeroporto Internacional Augusto Severo. Por isso, mudaram o eixo de direção das pistas e pátio, tornando a obra mais “complexa”, e por isso o atraso geral.
Ele disse ainda que não existia uma data prevista para a entrega final da parte realizada pelo Exercito, no contexto geral do Aeroporto. Para cada convênio exista uma previsão de conclusão. O Termo de Cooperação Técnico Financeiro (TCTF) atual, último celebrado, tinha como prazo o dia 20 de fevereiro de 2014.
Recursos investidos
Contratado pela Infraero, o Exército recebeu, desde o primeiro convênio até o TCTF, o valor de R$ 221.385.000,00. O valor anteriormente divulgado de R$ 113 milhões, correspondia somente ao último convênio, segundo informação do comandante do destacamento. Os recursos aplicados na obra são da União e repassados pela Infreaero ao Exército.
#SAIBAMAIS#Estiveram envolvidos na obra mais de 600 homens, entre militares e civis, sob o comando do 1° Batalhao de Engenharia de Construção (1° BEC – Caicó/RN), organização militar subordinada ao Comando do 1° Grupamento de Engenharia (João Pessoa/Pb), experientes na execução de obras similares: os aeroportos de Teresina (2005), Guarulhos (2011) e São Luís (2012).
A obra é constituída por um pátio de aeronaves, uma estrutura de concreto de 74 metros de largura, 1.146 metros de comprimento e espessura média de 36 centímetros com bordos espessados para 45 centímetros, dimensionada para o estacionamento das aeronaves de grande porte comerciais em operação atualmente. As pistas de pouso e decolagem compreendem uma extensão de 3 mil metros, com largura de 75 metros possibilitando a aterrissagem de aeronaves do tipo A380. Foram construídas, também, uma pista de táxi com 3.000 metros de comprimento por 60 metros de largura, que permitirá a aterrissagem de aeronaves de médio e pequeno porte.
Uma das partes mais dificultosas da obra foi o processo de cura do concreto, das pistas construídas. A exposição constante ao sol e ventos fez com que essa parte da obra fosse executada no período noturno. Já a confecção do pátio constituiu o emprego de equipamentos como acabadora de concreto, espargidora de cura química, escavadeira, vibradores de imersão, torres de iluminação.
O espaço fica liberado agora para intervenções da Inframérica na instalação de equipamentos técnicos do aeroporto; instalação de cabeamento, rede de dados, informações de balizamento, segundo informou o tenente coronel Sinardo Neves. O Exército assegura ainda a cobertura de manutenção até fevereiro de 2014, para devidas correções, caso sejam identificadas. Posteriormente, ficará a cargo do Consórcio Inframérica o cuidado com a estrutura física do local.