Brasília – O governo e as centrais sindicais vão assinar hoje, em solenidade no Palácio do Planalto, o acordo que reajusta para R$ 380 o salário mínimo e corrige em 4,5% a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). O acordo também prevê uma política de longo prazo para o reajuste do mínimo, conforme a variação do PIB de dois anos antes, mais a inflação. Derrotado na negociação, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que queria um reajuste menor, também vai participar da cerimônia. Mantega ficou enfraquecido com o acordo fechado pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Ele defendia um valor de R$ 367 e o acordo foi interpretado como um sinal de afrouxamento da política de responsabilidade fiscal. Mas nos últimos dias, Mantega e outros integrantes da equipe econômica têm se esforçado para mostrar que o acordo não vai comprometer o equilíbrio das contas públicas e que a definição de uma política dará previsibilidade para os próximos anos.
No dia seguinte ao anúncio do acordo, Mantega avisou que o governo não concordará em reabrir as negociações no futuro. O aumento maior do mínimo – R$ 5 a mais do que os R$ 375 previstos na proposta orçamentária – trará um custo adicional de R$ 1 bilhão nas despesas do INSS.