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Governo atrasa primeira parcela de piso acordado com professores

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A primeira parcela do reajuste do piso do magistério – para quem ganha acima de R$ 4.420,55 – não foi paga dentro do prazo acordado entre Governo do RN e categoria. Conforme o acerto, que motivou o fim da greve dos professores em abril, a implementação do novo piso deveria ter começado na folha de maio, mas uma indefinição sobre a aprovação do PL que autoriza o pagamento no Legislativo travou o processo. De acordo com o governo estadual, a expectativa é de que o aumento seja instituído até a próxima semana e o pagamento seja feito por folha suplementar em meados de junho. 
Fátima Cardoso, do Sinte, vê descumprimento do Governo como “desconcertante”
Deputados da base do Governo na Assembleia Legislativa afirmaram ontem que conseguiram dispensar a tramitação do projeto nas comissões  da Casa e que a matéria deverá ser votada em plenário na próxima terça. Segundo a coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sinte-RN), Fátima Cardoso, o impasse pegou os profissionais de surpresa e tem provocado grande descontentamento. “A nossa expectativa é de que hoje a gente já não falasse mais desse assunto. Temos muita gente descontente porque é o primeiro ano que isso acontece na gestão Fátima. É desconcertante porque algumas pessoas estavam contando com esse dinheiro, mas agora estão aguardando uma decisão da Assembleia”, detalha. A categoria planeja fazer uma manifestação na ALRN para pressionar pela votação do projeto.
O secretário de Estado da Administração, Pedro Lopes, afirma que “a folha está pronta”, aguardando apenas a aprovação do PL pelos deputados. “O governo já fez o acordo político na Assembleia, mas para a gente implantar é preciso que a lei seja aprovada, senão é ilegal. Não pode nem se cogitar pagar sem ter a lei. A expectativa é que ela seja aprovada até próxima semana. Sendo aprovada, a governadora vai sancionar e publicar imediatamente e a gente implanta no mês de junho”, coloca Pedro Lopes. 
Segundo Pedro Lopes, caso a matéria seja aprovada na votação em plenário até a quarta-feira (7), o reajuste será implementado no meio de junho por folha suplementar. No entanto, se a aprovação ficar para depois do dia 10 de junho, o pagamento do reajuste, com o retroativo de maio, entra na folha salarial de junho. Para os que ganhavam abaixo do piso, o pagamento já ocorre normalmente mediante um acordo judicial. 
Sobre o pedido de urgência, a TN questionou o Gabinete Civil do Estado, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. O Projeto de Lei Complementar 14/2023, que reajusta os vencimentos básicos do magistério, chegou à Assembleia Legislativa no início do mês passado sem regime de urgência, o que obriga a tramitação nas comissões correspondentes, respeitando os prazos regimentais em duas votações em plenário. Até o momento, a matéria passou apenas na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), sem data oficial definida para ir à votação.
A Mensagem nº 012-2023-GE foi encaminhada aos deputados no dia 5 de maio. Na terça-feira (30), a Comissão de Justiça aprovou o parecer favorável do deputado relator, Kleber Rodrigues (PSDB). O texto prevê o que foi acordado com o sindicato da categoria, o Sinte-RN, após a greve dos educadores que começou em 7 de março e seguiu até o dia 13 de abril.
No salário de maio, deveria constar 7,21% de reajuste. O restante seria escalonado da seguinte forma: 3,61% em novembro e 3,41% em dezembro. O retroativo ficou para ser parcelado entre maio e dezembro de 2024, ao final do pagamento do retroativo referente ao piso de 2022.
Sem o pedido de urgência, o deputado Nelter Queiroz (PSDB), que participou da reunião da Comissão de Justiça, diz que o governo está procrastinando a aprovação da matéria para ganhar tempo. “Desde que o projeto chegou na Assembleia, não houve o cuidado para agilizar a tramitação. A governadora Fátima não quis que o projeto tramitasse em urgência porque tinha interesse em procrastinar a discussão na Assembleia, para que demore, porque não tem dinheiro para pagar, já que o estado está quebrado”, criticou o deputado.
Ele apresentou uma emenda para estender o reajuste a outros servidores da educação, como merendeiras, ASGs, porteiros e vigias, mas a proposta foi considerada inconstitucional pelo relator Kleber Rodrigues. “É inconstitucional porque implica em aumento de despesa e deputado nenhum pode propor aumento. É prerrogativa do Chefe do Executivo. Não posso acompanhar esse vício (de iniciativa) relacionado à emenda”, disse ele ao apresentar o voto. 
O deputado Francisco do PT, presidente da comissão, explicou que a matéria tramita na Casa desde do dia 5 de maio, mas ficou parada na diretoria legislativa. “De fato, só recebemos a matéria da diretoria legislativa na semana passada e imediatamente foi colocada na pauta da votação para que pudéssemos garantir o máximo de celeridade”, pontuou.
Francisco do PT, Divaneide Basílio e Isolda Dantas, todos do PT, disseram ontem, em um vídeo nas redes sociais, que um acordo de líderes possibilitará a dispensa nas comissões e o projeto será votado na próxima terça-feira. Dessa forma, o pagamento poderá ser realizado até meados do mês de junho. “Se votássemos o mais rápido possível, poderíamos ter uma folha suplementar, o que também não é novidade, porque os governos fazem isso com frequência”, disse Francisco do PT.
A deputada Isolda Dantas, líder do PT na Casa, destacou que, após a aprovação na CCJ, os deputados estão se articulando para agilizar a tramitação. “Agora estamos no processo de articulação na perspectiva de acelerar a votação que está bastante avançado. Essa semana, ou, no máximo, na próxima, a gente tem a votação para o pagamento do piso dos professores acordado com o sindicato. Esse é um desejo de toda a bancada, especialmente da bancada do PT que tem trabalhado diuturnamente para que essa matéria chegue ao plenário o mais rápido possível”, destacou a parlamentar.
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