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Governo da Bahia quer rever decreto

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São Paulo – O governo da Bahia quer revogar uma zona de amortecimento  criada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis  (Ibama) ao redor do Parque Nacional Marinho de Abrolhos.

O Estado entrou com  uma ação contra a medida, que impede a instalação de quaisquer empreendimentos  de grande porte numa área de 95 mil quilômetros quadrados.

O governo baiano alega que o Ibama não tem competência para ampliar o entorno  protegido do parque – o que só poderia, diz, ser feito pelo Conselho Nacional  de Meio Ambiente (Conama) ou o presidente da República. A direção do parque  e uma coalizão de entidades ambientalistas afirmam que o Estado quer apenas  viabilizar um projeto de carcinicultura (cultura de crustáceos)  nessa região,  que provocaria impactos ambientais irreversíveis.

O juiz federal Antônio Corrêa pediu mais informações antes de tomar uma decisão  – esperada para os próximos meses. Ele evitou derrubar a zona momentaneamente  para evitar a instalação de empresas com atividades poluidoras. A zona de amortecimento foi estabelecida em maio deste ano e atinge o litoral  da Bahia e do Espírito Santo.

O tamanho é baseado numa simulação de acidente  durante a exploração de petróleo ou gás, feita quando o Banco de Abrolhos estava  na 5ª Rodada de Licitações da Agência Nacional de Petróleo, em 2003. Ele foi  retirado antes do leilão.

Segundo estudos da organização não-governamental Conservação Internacional  (CI), a poluição atingiria de 150 a 200 quilômetros a partir do ponto de origem  do acidente em cinco dias. “É realmente uma zona extensa, mas o padrão do ambiente  marinho é completamente diferente do terrestre”, diz o biólogo Guilherme Dutra,  da CI. “É um ambiente extremamente dinâmico, com influência das correntes e  dos ventos.

Para o assessor jurídico Marcelo Palma, um dos advogados que montou o pedido  para o governo baiano, a atuação do Ibama na região extrapolou sua competência.  Ele trabalha para a Bahia Pesca, autarquia ligada à Secretaria de Agricultura  do Estado, que estimula projetos de aqüicultura.

Esta não é a primeira tentativa de representantes do governo baiano  de suspender a zona de amortecimento. Duas ações foram conduzidas pelos municípios  baianos de Caravelas e Nova Viçosa, mas não deram em nada. Um projeto de decreto  de seis senadores de Bahia e Espírito Santo corre no Senado. Ele passou pela  Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, mas não pela de Meio Ambiente.  Entre os autores está o senador João Batista Motta (PSDB-ES).

Segundo a CI,  ele é sócio de uma cooperativa que quer instalar uma fazenda de camarão, com  1.500 hectares de extensão, nos manguezais do complexo de Abrolhos.

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