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Governo da Bolívia oferece diálogo com os opositores de Evo

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BOLÍVIA - Crise política deixou população sem o abastecimento de gás para uso doméstico

O governo boliviano ofereceu, na sexta-feira, a oportunidade para iniciar diálogo —sem impor condições prévias— com o governador de Tarija, Mario Cossío, com o objetivo de acabar com a violência política que já deixou ao menos oito mortos e mais de 30 feridos. Os protestos no país já afetaram o envio de gás ao Brasil e Argentina.

“O governo volta a reafirmar sua convicção séria e decidida para retomar um diálogo produtivo nas próximas horas’’, anunciou o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana.

Cossío, que coordena os colegas opositores nas relações com o governo, pediu na noite de ontem ao presidente Evo Morales que fixasse data e hora para que as partes envolvidas no conflito se sentem à mesa de negociação.

O governador foi chamado pelo governo para uma reunião no fim da tarde de hoje. Segundo Quintana, está é uma “oportunidade valiosa para dialogar, que exige que não exista nenhum condicionamento prévio’’

Repercussão negativa

A presidência francesa da União Européia (UE) condenou ontem os atos de violência na Bolívia que já provocaram a morte de ao menos oito pessoas e pediu um “diálogo’’ entre as partes para evitar que a situação se deteriore ainda mais.

“A União Européia condena os atos de violência que se multiplicam atualmente na Bolívia, em particular nos departamentos de Santa Cruz, Tarija, Pando e Beni’’, afirmou a presidência francesa em um comunicado divulgado em Bruxelas (Bélgica).

“A União Européia renova seu pedido às partes envolvidas para que comecem o mais rápido possível um diálogo construtivo para evitar que a situação se deteriore ainda mais e conduza à perda de vidas humanas’’, acrescenta o texto. O comunicado ainda expressa a “disponibilidade’’ da União Européia para “co-ajudar no processo de diálogo ao lado de todos que desejem contribuir’’.

Os choques entre grupos civis opositores e partidários do presidente Evo Morales deixaram ao menos oito mortos e afetaram o envio de gás ao Brasil e Argentina. Cerca de 30 pessoas também ficaram feridas.

Abastecimento está normalizado

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que o fornecimento de gás da Bolívia para o Brasil está praticamente “normalizado’’. Segundo ele, dos 31 milhões de metros cúbicos por dia importados da Bolívia, estão chegando ao país entre 29 milhões e 30 milhões.

“A situação atual é que já se restaurou praticamente todo o gás boliviano’’, afirmou Lobão, após visitar a central nuclear de Angra de dos Reis.

Lobão explicou que a válvula incendiada em uma das ligações do gasbol (gasoduto Bolívia/Brasil) já está praticamente consertada. O ministro reafirmou que o Brasil conta com um plano de contingência caso haja novas interrupções no fornecimento de gás boliviano.

Ele explicou que, caso seja necessário, as usinas termelétricas da Petrobras movidas a gás terão o funcionamento suspenso ou passarão a usar óleo diesel como combustível. Lobão não descartou ainda que o contingenciamento atinja indústrias e usuários de veículos movidos a gás natural.

“Temos um plano, mas não estamos contando mais com a interrupção do fornecimento de gás, apesar dos problemas na Bolívia’’, explicou o ministro

A Bolívia abastece mais da metade do mercado de gás natural do Brasil por meio do gasoduto, manuseado por uma empresa binacional, com capacidade nominal para transportar 31 milhões de metros cúbicos por dia do combustível. O gás abastece mais da metade do mercado brasileiro e 60% do Estado de São Paulo.

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