Brasília (AE) – O governo vai propor hoje aos bancos a definição de um teto e, conseqüentemente, a redução das taxas de juros cobradas nos empréstimos a aposentados realizados por meio do crédito consignado, onde as parcelas são descontadas diretamente do benefício pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ontem, os ministros da Previdência, Nelson Machado, e do Trabalho, Luiz Marinho, discutiram as alternativas com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
“Queremos discutir com as instituições uma redução na taxa de juros porque achamos que está havendo abusos na prática de spread (a taxa de risco que as instituições incorporam ao custo do empréstimo)”, afirmou Marinho.
O ministro Nelson Machado disse que, apesar de assunto estar em pauta na reunião com os bancos, uma decisão efetiva só deverá ser oficializada na próxima semana, na reunião do Conselho Nacional de Previdência Social. A atuação do governo é uma resposta às reivindicações feitas pelas centrais sindicais na semana passada. Os sindicalistas reclamaram que as taxas aplicadas tornaram-se abusivas.
De dezembro de 2005 a março deste ano, o porcentual foi elevado em 0,7% ao ano, enquanto a taxa básica de juros da economia, a Selic, apresentou movimento de queda. Ao ano, as taxas de juros variam de 36% a 59%. Uma eventual redução dos juros no crédito consignado, no entanto, pode encontrar resistências dentro dos próprios bancos do governo. O presidente do Banco do Brasil, Rossano Maranhão, disse não ver necessidade de redução dos juros .