Governo do Rio Grande do Norte

Câmara Cascudo era uma máquina de pesquisa e escrita. Seus métodos de trabalho ainda precisam ser estudados. Daliana Cascudo, que dirige hoje o Instituto que leva o nome do historiador, folclorista, etnógrafo, jornalista e memorialista, entre outros desígnios para este escritor múltiplo, que foi o natalense Luís da Câmara Cascudo, fala que ele tinha as suas cadernetas de anotações.

Pesquisador em tempo integral e anotador, Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) dedicou-se a temas da história local no qual podemos citar uma história da cidade do Natal e uma história do Rio Grande do Norte, para além de uma penca de livros e, nesta seara, encontramos o pouco e não tão conhecido “Governo do Rio Grande do Norte: cronologia dos capitães-mores, presidentes provinciais, governadores republicanos, interventores federais, de 1597 a 1939”.

O livro saiu em 1939, primeira edição; e depois pela Coleção Mossorense de Vingt-Un Rosado, em dois volumes, fac-símile em 1989. O trabalho é magistral, porque antes da invenção do Google e da Wikipedia, Cascudo se comprometeu a reunir o nome, o período de governo e algumas ações e informações biográficas de todos aqueles que dirigiram o Rio Grande do Norte da capitania à República (1939). Todos os nomes estão lá em verbetes. 

São duas partes. A primeira, uma lista em ordem cronológica de todos os governantes; a segunda, os perfis (ou notas) biográficos. São informações mais variadas e gerais a partir do que Cascudo foi encontrando em suas pesquisas.

A notícia final é que nos aventuramos a continuar Cascudo e, reunindo um time de pesquisadores, escritores e intelectuais do Rio Grande do Norte, nos atrevemos a completar a pesquisa de 1939 até os dias de hoje. Aguarda publicação.

Este artigo é parte de uma série de artigos do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN) coordenada por Gustavo Sobral e André Felipe Pignataro para o jornal Tribuna do Norte. A série trata de livros de autores do Rio Grande do Norte.

Fundado em 1902, o IHGRN completa 120 anos em 2022. É a mais antiga instituição cultural potiguar. Abriga a biblioteca, o arquivo e o museu mais longevos em atividade do Estado. Promove exposições, palestras e atividades voltadas à manutenção e divulgação da cultura, história e geografia norte-rio-grandense, e publica a sua revista desde 1903, sendo a mais antiga em circulação no Estado.