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Governo irá inaugurar Rampa dia 27

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O Governo do Estado corre contra o tempo para finalizar as obras do Complexo Cultural da Rampa, que comporta o Museu da Rampa e o Memorial do Aviador, e inaugurar o equipamento no dia 27 deste mês. As obras estão 80% concluídas, mas ainda restam muitos serviços a serem feitos, entre eles um deque e dois piers de 24 e 26 metros que devem avançar pelo  rio Potengi. A data de inauguração foi estabelecida pelo secretário Estadual de Turismo, Manuel Gaspar, que visitou ontem as instalações do complexo. Segundo ele, os recursos já estão assegurados e, por isso,não há impedimentos para atrasar o cronograma.

Falta cerca de 20% para a conclusão do Complexo Cultural da Rampa. Secretaria de Turismo irá finalizar as obras em 15 dias


Falta cerca de 20% para a conclusão do Complexo Cultural da Rampa.
Secretaria de Turismo irá finalizar as obras em 15 dias

A obra foi inciada  em 2013 e deveria estar pronta durante a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, como parte dos atrativos da cidade sede para os turistas, sobretudo americanos, já que Natal sediaria uma partida da seleção dos Estados Unidos no mundial. Porém, os trabalhos foram paralisados antes dos jogos e só retomados em 2015.

Ao todo, estão sendo investidos cerca de R$ 8 milhões na obra, recursos advindos do Ministério do Turismo com contrapartida do governo estadual. “Foi necessário um esforço muito grande, inclusive financeiro, para levar o projeto adiante. As paralisações exigiram reajustes no valor do contrato, que tiveram que ser arcados pelo estado”, explicou Manuel Gaspar.

Ele está otimista quanto à abertura do complexo ainda este ano e crê que poderá fomentar a vinda de turistas americanos à capital potiguar. “A abertura desse espaço é importante para resgatar esse link entre Brasil e Estados Unidos”. O secretário de turismo acredita que a inauguração poderá aproximar os dois países. O cônsul geral dos EUA no Recife, John Barret, visitou as instalações do complexo na semana passada e assegurou uma possível doação de um hidroavião do início do século para ser exposto no local, e que servirá de atração juntamente com um jipe, semelhante ao usado no encontro entre Getúlio Vargas e o presidente Roosevelt no famoso encontro de 1943, que colocara de vez o Brasil no conflito direto, ao lado dos aliados.

Manuel Gaspar descarta também a possibilidade de inaugurar somente a estrutura do prédio e acredita que já deverá abrir o espaço ao público com uma administração, que deverá ser licitada antes do dia 27.

As duas principais estruturas do complexo estão praticamente prontas, inclusive o projeto paisagístico do entorno já começado. No entanto, são necessários muitos ajustes para poder a abrir o espaço à visitação pública. Na área destinada à exposição permanente, ainda falta a instalação do teto, climatização e acabamentos. Já no Memorial do Aviador, os trabalhos estão em ritmo mais acelerado. Os operários da construtora Ramalho Moreira  se dedicam a implantar o forro, sistema de ar-condicionado e finalização do auditório, cuja capacidade é para 126 pessoas.

O desafio será entregar o prédio com todo o projeto original concluído. Um dos problemas da construção residiu no projeto do deque, que vai permear o prédio dos arcos, onde funcionará o museu propriamente dito. De acordo com o arquiteto Carlos Ribeiro Dantas, que é autor do projeto arquitetônico, foi preciso refazer os cálculos estruturais do equipamento e só depois poderá edificados os dois piers.

Estrutura e atrativos
O Complexo Cultura da Rampa está sendo construído a partir de  28 projetos independentes, desde paisagismo, concepção visual e acústica, até questões de patrimônio histórico, museologia e restauração. A área construída corresponde a 13 mil metros quadrados com destaque para o Memorial do Aviador, dotado de recepção, bilheteria, auditório, espaço em homenagem aos aviadores e promoção de eventos culturais, área de administração e instalações sanitárias.

No espaço total do complexo, constará ainda área de exposição temporária e de exposição permanente (acervo ligado à história da aviação e da Segunda Guerra Mundial), bar temático (American Bar), loja de souvenir e banheiros; além de um espaço externo com área de contemplação do rio Potengi e do pôr do sol, estacionamento para 85 carros, serviços de táxis e de guias, ônibus de turismo, píer a beira-rio para contemplação e outros equipamentos.

Além dos novos equipamentos, o projeto também irá conservar as evidências históricas da edificação com recuperação das estruturaras degradadas e reconstrução das que estão em colapso, contribuindo para a preservação da memória da cidade.

O Complexo Cultural da Rampa é  importante para guardar fatos relacionado à Segunda Guerra Mundial, que colocou Natal nas páginas dos livros de história. A cidade recebeu a maior base dos Estados Unidos fora do território americano à época. E a Rampa teve participação decisiva, já que a partir do local, os americanos passaram a usá-la como base da marinha e construir a base aérea, em Parnamirim.  Recorte que será mostrado no museu através de fotos, artefatos e utensílios usados pelos soldados.

Mas o conflito não é o único foco do complexo, que vai destacar também a importância estratégica de Natal para consolidação do Correio Aéreo do Sul, ainda no final dos anos 20. A capital potiguar, mais especificamente a Rampa, recebia pilotos, como Jean Mermoz e Antoine Saint-Exupery (o autor de O Pequeno Príncipe), trazendo correspondências da França numa rota que traçada a partir da Europa, passando por Dakar e aterrissando em Natal. Da Cidade do Sol, as cartas eram distribuídas pela costa sul, passando pelo Rio de Janeiro, Buenos Aires e Santiago. As evidências do protagonismo de Natal para aviação mundial estarão no Memorial do Aviador. 

Atualizada às 07h19 para correção no título

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