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Governo recusa pleito de baixar IPI

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São Paulo (AE) – As montadoras poderão ser beneficiadas com ampliação dos  financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)  e com novas regras para receber mais rapidamente seus créditos do Imposto sobre  Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Esses foram os principais tópicos  discutidos na reunião de ontem entre os ministros da Fazenda, Guido Mantega,  do Trabalho, Luiz Marinho, e técnicos do Ministério do Desenvolvimento com representantes  das montadoras. 

Marinho descartou qualquer possibilidade de o governo mudar a política cambial  ou reduzir impostos dos carros para compensar a desaceleração das exportações  da indústria automobilística. “Não tem mudança no câmbio ou redução de carga  tributária”, afirmou.  Na terça-feira, Mantega havia afirmado que estudaria pedido de redução do Imposto  sobre Produtos Industrializados (IPI), uma antiga reivindicação das montadoras.

Ontem, porém, a própria Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores  (Anfavea) informou que essa reivindicação não estava na pauta.  O presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, saiu convencido de que o câmbio, principal  ponto de reclamação dos exportadores, não será modificado. “O câmbio é flutuante”,  confirmou.

Segundo o empresário, não há prazo para que decisões sobre ajuda  do BNDES e liberação dos créditos de exportação do ICMS, conforme prevê a Lei  Kandir, sejam tomadas. As discussões entre governo e setor privado sobre o problema  das exportações do setor começaram depois que a Volkswagen, maior exportadora  de veículos do País, anunciou que promoverá milhares de demissões por causa  da queda da produção com a perda de contratos de exportação por causa da política  cambial. A empresa não fala em números, mas o Sindicato dos Metalúrgicos do  ABC afirma, com base em dados da montadora, que as dispensas podem atingir quase  6 mil funcionários até 2008, o equivalente a 27% do atual quadro.

De acordo com Marinho, o governo pode ampliar a linhas de financiamento do BNDES  destinadas à exportação e criar uma linha especial para novos projetos de engenharia,  ambas reivindicações da Anfavea. Marinho disse que o governo está disposto a  estudar medidas que compensem a perda de competitividade causada pelo câmbio  também para outros setores. Afirmou que o governo deixou bem claro aos representantes  do setor automotivo e ao setor calçadista que não haverá mudanças na política  cambial. 

O ministro do Trabalho ressaltou ainda que é preciso separar a reestruturação  que a Volks está realizando mundialmente dos problemas enfrentados pelo setor  como um todo. 

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo,  disse hoje que a decretação de greve nas fábricas da Volks no Brasil é iminente.  “A chance de ocorrer é de 99,99%, só não digo a data para ninguém estragar”.  Na próxima semana haverá passeata com 499 funcionários do Centro de Formação  e Estudo da Volkswagen e seus familiares. Estes trabalhadores, segundo Feijóo,  são os primeiros da lista de demitidos da montadora, que não confirma a informação.

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