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Governo vai indenizar UNE em R$ 44 milhões

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Rio e Brasília (AE) – A construção da nova sede da União Nacional dos Estudantes (UNE) abrange um projeto imponente, com assinatura de Oscar Niemeyer, participação do escritório do arquiteto e previsão de dois anos de obras, consumindo R$ 44,6 milhões. A pedra fundamental do prédio que será erguido na Praia do Flamengo, na zona sul do Rio, será lançada na segunda-feira (20) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O valor da obra seria ainda maior se Niemeyer não tivesse doado o projeto do edifício para a UNE em 2007, atendendo a um pedido feito pela entidade nos anos 80. Na apresentação da obra, o arquiteto escreveu: “A minha preocupação foi que os estudantes da UNE sentissem que, afinal, aquilo que desejavam lhes vai pertencer”.

A construção será composta por um prédio principal de 13 andares, uma praça aberta e um anexo, que deve funcionar como anfiteatro. Além dos departamentos administrativos da UNE, a sede abrigará um museu do movimento estudantil e centros culturais.

“Queremos desenvolver um espaço de cultura com feição democrática, de esquerda, semelhante ao Centro Popular de Cultura (CPC, extinto pela ditadura militar)”, afirmou o presidente da entidade, Augusto Chagas. “Nosso objetivo é contribuir para a produção da cultura com uma visão popular e valorização do que é ligado ao Brasil.”

Com o novo espaço, a UNE também pretende ampliar sua ouvidoria, para atender e defender estudantes que tiverem conflitos com suas universidades ou com o Ministério da Educação. A previsão é que as obras comecem no primeiro semestre de 2011, após a finalização do projeto executivo feito pelo escritório de Niemeyer, e que o novo prédio seja inaugurado em 2013.

A sede original da UNE na Praia do Flamengo havia sido doada à entidade em 1942 pelo presidente Getúlio Vargas. O espaço concentrou campanhas importantes e atividades do movimento estudantil brasileiro até 1º de abril de 1964, um dia depois do golpe militar, quando o prédio foi destruído por um incêndio. A construção foi demolida na década de 80 e o terreno, transformado em estacionamento.

“Era um prédio de muito valor simbólico. Não à toa, foi atacado, pois representava a luta por democracia, liberdade e justiça”, disse o presidente da entidade. “Boa parte do acervo oficial foi perdido, como fotografias e documentos históricos. Queremos apresentar agora o acervo do movimento estudantil, que foi reconstruído.”

Em junho deste ano, o Congresso e a Presidência da República reconheceram a responsabilidade do Estado pela destruição do prédio, o que garantiu o pagamento da indenização à UNE. O governo determinou que o valor destinado à entidade deve ser usado integralmente na reconstrução da sede.

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