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Graduados ou especialistas: desemprego atinge a todos

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A problemática do desemprego se acentuou nos últimos anos no Brasil e não se restringe somente ao trabalhador sem qualificação técnica. É cada vez mais comum graduados e especialistas sem emprego formal em todo o País e na maioria das profissões. A enfermeira Myrnna Meg é um exemplo. Ela é formada em Enfermagem pela Universidade Potiguar e tem especialização em Enfermagem do Trabalho. Além de todo o custo com os quatro anos de graduação, investiu outros R$ 8 mil em dois anos de Especialização. O objetivo era encurtar a distância entre o desemprego e a inserção no mercado de trabalho através da qualificação, o que ainda não foi possível.

“Desde que me formei, há seis anos, estou procurando por um trabalho fixo. Estou na luta há algum tempo e não consigo”, lamenta a profissional. Myrnna Meg se encaixa em quase todos os perfis do trabalhador brasileiro desempregado apontado na pesquisa do SPC Brasil e CNDL. Ela relembra que chegou a receber propostas de trabalho com carteira assinada, mas com vencimentos mensais abaixo da média recebida pelos enfermeiros locais. “Muitos hospitais e clínicas querem contratar enfermeiros, mas pagando como se fossemos técnicos de enfermagem”, exemplifica.
Myrnna Meg, enfermeira pós-graduada, ainda não conseguiu ser contratada com CTPS assinada
Myrnna Meg, enfermeira pós-graduada, ainda não conseguiu ser contratada com CTPS assinada

#SAIBAMAIS#Para não ficar completamente desocupada, ela faz trabalhos como freelancer em clínicas e hospitais particulares da capital e interior do estado e estuda para concursos. “Esses trabalhos temporários que faço são uma forma de ajudar a pagar as contas”, diz. Por não ter conseguido se inserir no mercado forma de trabalho, ela ainda mora com os pais e recebe ajuda de familiares para manter as contas em dia. “Me sinto frustrada e já pensei em desistir da profissão. Migrar para outra área, talvez. Mas isso tudo está no campo das ideias. Vou conseguir um emprego, se Deus quiser”, declara esperançosa.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, conseguir um novo emprego é mais que recolocar a vida profissional nos trilhos, “é ter a chance de recuperar hábitos cotidianos, poder adquirir produtos e serviços e desfrutar de pequenas comodidades – coisas das quais muitos brasileiros, em maior ou menor grau, tiveram de abrir mão nos últimos tempos em virtude das dificuldades financeiras”. A pesquisa aponta que 25% dos desempregados afirmam estar em busca de capacitação profissional para conseguir oportunidades melhores e 53% estão confiantes de que vão conseguir uma oportunidade nos próximos três meses.

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