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Grande Natal vira refém das chuvas

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CLIMA - Ieda Patrício com o bebê, cujo quarto foi inundado pelas águas

Mais de 48 horas de chuvas ininterruptas e um cenário caótico: ruas alagadas, lagoas de captação transbordadas, trânsito complicado e muito prejuízo, principalmente para quem mora nos pontos críticos da cidade, como Loteamento José Sarney, Capim Macio, Ponta Negra, Avenida Seis. A cada novo temporal, os mesmos problemas se repetem, deixando claro que Natal não tem estrutura para tanta chuva. Dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) apontam que desde a tarde da última quarta-feira até as 7h00 da manhã de ontem foram registrados 263,6 milímetros de chuva, ultrapassando a média pluviométrica para o mês de agosto,  de 111 mm. Com isso, o acumulado no ano subiu para 2.265,1 mm e se aproxima do recorde do novo milênio, de 2.552 mm (veja gráfico na pagina 3), alcançado em 2004.

Até o início da tarde de ontem, o Corpo de Bombeiros registrou mais de 26 ocorrências, a maioria delas eram inundações. O CB precisou deslocar barcos e lanchas para resgatar a população de alguns pontos como o Loteamento José Sarney. Na zona Sul, a situação também foi complicada. Nem a delegacia de plantão escapou e, pela segunda vez esse ano, o atendimento foi suspenso por algumas horas até que a situação fosse normalizada.

De acordo com o plantão social da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas), 13 famílias, do Loteamento José Sarney e do Santarém, ficaram desabrigadas, mas apenas duas foram levadas para Ginásio de Esporte do Soledade II, as outras estão abrigadas nas casas de parentes.

A maioria das lagoas de captação transbordou. O secretário municipal de obras e viação, Damião Pita, explicou que o maior problema foi na Lagoa do Loteamento José Sarney e de Nossa Senhora da Apresentação, mas que assim como nos outros pontos, as bombas já estão funcionando e que, na tarde de ontem, o nível da água já tinha começado a baixar em todos os bairros.

Os municípios de Parnamirim e Macaíba também foram castigados pelas chuvas. Em Macaíba, foi preciso alugar canoas para retirar os moradores de dentro de casa. O centro comercial da cidade ficou debaixo d’água. Essa é a segunda grande cheia desde de julho, a população considera que essa foi a pior dos últimos anos.

De acordo com a Emparn as chuvas fortes e contínuas foram provocadas pelas instabilidades de origem oceânicas associadas ao o sistema de brisa, esse último com atuação maior durante a madrugada e início da manhã, por isso que as chuvas mais fortes ocorrem durante o período noturno. Para os próximos dias, a previsão da Emparn será de céu nublado. As chuvas que deverão se prolongar até a manhã deste sábado. Na parte da tarde a situação deverá melhorar. Situação parecida para o domingo e segunda-feira, quando as chuvas deverão diminuir consideravelmente. 

O alerta das fortes chuvas já havia sido feito pela Secretaria nacional de Defesa Civil, que fez o comunicado aos Estados do Ceará, RN, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, MG, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

Águas formam lagoas no Centro Administrativo

No Centro Administrativo uma enorme lagoa se formou ao lado do prédio da Consultoria geral do Estado. Em outros pontos pequenas lagoas também se formaram e os servidores ficaram com receio de que algum problema mais grave viesse a acontecer. Isso porque a situação é bem complicada em algumas secretarias. Uma delas é a Secretaria de Planejamento, onde o piso do estacionamento cedeu desde a última chuva, em julho. A situação também se repete em outros prédios, como o da Tributação e  da Agricultura.

O prefeito do Centro Administrativo, Lourival Rocha Júnior, disse em recente entrevista à TN, que esses problemas não abalam a estrutura dos prédios. “Isso acontece porque o Centro Administrativo foi construído sobre a antiga Lagoa de Captação do bairro de Lagoa Nova e sempre que acontece uma chuva mais forte, a bomba que temos aqui não consegue sugar a água”, disse.

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