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Granizo em Teresina

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Passava das 9 horas da noite de quinta-feira, saindo da Casa de Helio Galvão onde se festejava o centenário de nascimento do seu patrono, toca o celular já no meio da rua. Me encosto no carro e atendo. Era Luís Fernando Pereira de Melo falando de Teresina, onde reside faz tempo.  Dá a notícia que não estava na pauta:  “Chove muito agora em Teresina, chuva com relâmpagos e trovoada. Não digo que é começo de inverno, mas é um bom sinal”.  Luís Fernando, que é do ramo, criador de boi e plantador de cana, informa ainda que há notícias animadoras para as bandas do sul do Piauí. Animadoras para todos nós, pois está na tradição e nas rezas dos sertanejos que o inverno começa com as primeiras chuvas caídas no sul piauiense, região da Gurguéia, depois subindo no rumo do centro do Estado, ribeiras de Picos, de onde pegam o caminho do cariri cearense ao lado, parede-meia com o oeste de Pernambuco – a Chapada de Araripe de Luiz Gonzaga, e o alto sertão paraibano sentindo o cheiro do chão molhado. Em alguns anos do passado tem-se registro de relâmpagos em novembro alumiando os céus da “tromba do elefante”, das serras de Luís Gomes ao Apodi.

Na conversa com Luís Fernando vi esse cineminha passando de novo na minha frente.  Fui dormir mais esperançoso, sem falar também da emoção que senti ao participar da festa do centenário de Helio Galvão, vendo a performance do grupo (Cia. Independente) do coreógrafo Dimas Carlos, o ator Arlindo Bezerra recitando as Cartas da Praia e Chico Bethoven, no sax, interpretando as músicas (todas brasileiras) preferidas de Helio, mais a performance da Cia Troupe Trupe, os Cocos, o Boi de Reis de Cassiano Pontes. Todo o fantástico mundo maravilhoso que inspirou a rica obra do etnógrafo, antropólogo, historiador e escritor Helio Galvão.

Manhã cedo de ontem já andava pelas esquinas da internet para conferir as notícias das chuvas de Teresina. Me deparo com esta manchete do jornal Meio Norte, da capital piauiense: “Teresina registra chuva de granizo e 40 bairros ficam se energia”. Vou debulhando a notícia, destacando trechos. Começa assim:

– Chuva de granizo caiu na noite desta quinta-feira (21), nas zonas sudeste e leste de Teresina e em vários bairros de Timon (MA). A chuva começou no fim da tarde. A chuva forte deixou mais de 40 bairros de Teresina sem energia elétrica.

– As fortes chuvas e os ventos derrubaram duas árvores e alagaram as avenidas Barão de Castelo Branco e Joaquim Ribeiro, na zona sul. Ocorreram alagamentos em cruzamentos de várias avenidas e ruas da cidade.

– As crianças aproveitaram para brincar com as pedras de gelo.

Viva o Piauí!

Inverno mais cedo
O jornal Meio Norte publica ainda uma entrevista com o professor Carlos Sait, da Universidade Federal do Piauí, pesquisador em Climatologia. Ele afirma que, por conta do La Niña, o Piauí terá boas chuvas já no final deste ano, antecipando o inverno de 2016. Transcrevo na íntegra a sua entrevista, na qual também é citada uma análise da Emparn:

– O Piauí terá boas chuvas no final deste ano e em 2017, em virtude do fenômeno La Niña pode contribuir com chuvas para o Nordeste e seca para as regiões Sul e Sudeste, informou o professor Carlos Sait, pesquisador em Climatologia e coordenador do curso de Geografia da UFPI, área em que tem doutorado.

– “O fenômeno La Niña é o contrário do El Niño, ocorre no oceano Pacífico e é uma mudança no comportamento da pressão do nível do mar. É um fenômeno atmosférico global, que altera o comportamento climático no Brasil, de Norte a Sul. Com o fenômeno La Niña temos seca no Sul e chuvas no Nordeste e Norte, enquanto com o El Niño, nós temos seca no Norte e Nordeste e chuvas no Sul e no Sudeste”, falou o professor.

– De acordo com o professor, a perspectiva é que o Piauí saía da atual temporada de seca e tenha chuvas no final de 2016 e em 2017. “Essa é a previsão”, salientou Carlos Sait.

– Segundo as análises feita pelo setor de Meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), as previsões de inverno para 2017 são bem melhores do que as dos últimos cinco anos, período em que o Nordeste vem amargando prejuízos causados por uma forte seca até então ininterrupta.

– Carlos Sait informou que nesta época do ano, o mês de outubro é muito quente e muito seco. “Durante o ano todo, o mês de outubro é o que nós temos mais seco, com a mais taxa baixa de umidade relativa do ar e, ao mesmo tempo, com a temperatura mais alta”, falou Sait.

Tempo
Do saite do Climatempo, destaco esta anotação:

– Até domingo, mais pancadas de chuva poderão ocorrer sobre o Maranhão, Piauí, no oeste da Bahia e também em algumas áreas do Ceará e do sertão de Pernambuco. O litoral leste do Nordeste também poderá ter um pouco de chuva nos próximos dias (…) A previsão de chuva para os próximos dias não significa que o período de estiagem acabou.  O quadro grave de seca ainda predomina sobre o Nordeste.

Leopoldo  Terça-feira que vem, dia 25, é o aniversário de nascimento de Leopoldo Nelson, o grande pintor. Se vivo fosse estaria completando 76 anos. Leopoldo faleceu em 4 de fevereiro de 1994. Tinha 54 anos de idade.

Escrevendo  O poeta e cronista Sanderson Negreiros rejeitou o computador, aposentou a velha máquina datilográfica olivetti e voltou a escrever à mão. Anda assobiando, como gostava de fazer Ariano Suassuna.

Poesia  Semana que vem, dia 27, o poeta Leonam Cruz lança em Natal o seu novo livro Condutor de Tempestades, uma edição tipo bolso da Sarau das Letras. Gosto de sua poesia, com aquele sotaque de Manoel de Barros (“Nunca aprendi o tricô de um verso. / Minha função é, no despropósito, / anotar fontes e poços de poesia.”). Gostei também da capa do livrinho, arte de Tatiana Azevedo.

O lançamento será no Mahalila Café & Livros, na rua Doutora Nivea Madruga, Potilândia, a partir das 19 horas.

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