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Gravadoras aproveitam a Copa para lançar CDs

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Por Lauro Lisboa Garcia

Da mesma maneira que a “pátria de chuteiras” se permite  um vale tudo para vencer, as gravadoras atacam na área com compilações oportunistas  de samba e afins na cola da Copa do Mundo. É no mínimo ingênuo achar que seria diferente. Aí abundam os clichês nos textos publicitários e pseudocríticos:  afinal, é uma oportunidade de ouro para se associar música e futebol como os  maiores orgulhos nacionais, blablablá…  

Agora, o repertório escalado (com  o perdão da metáfora “lulante”) para as tais coletâneas está longe de bater  um bolão (hum…). Está mais para motivo de vergonha nacional. Mas é claro que  muitos incautos vão cair nas armadilhas desta temporada de “todos juntos num  só coração”.

Para quem não agüenta mais ver a cara do Ronaldinho Gaúcho em tudo que é anúncio de futilidades, “SambaGoal” (Universal) tem esse agravante na capa. E ele ainda  divide os vocais com um tal grupo Sambatri na faixa de abertura, “Goleador”.  Além disso, a gravadora usa como trunfo o fato de o próprio jogador ter escolhido  o repertório. Dá para acreditar? A mistureba tem Ivete Sangalo, Babado Novo, Jeito Moleque, MC Leozinho, Zeca Pagodinho, Caetano Veloso, Jorge Ben Jor, Gilberto Gil, Tamba Trio. As faixas que se salvam são “Deixa a Vida me Levar”, “Meia-Lua  Inteira”, “Taj Mahal”, “Chiclete com Banana” e “Mas Que Nada”, interpretadas  pelos últimos quatro, mas obviamente não valem o investimento.  

A mesma Universal mandou ver outra compilação só de Ben Jor (“Football & Samba  Groove”), com alguns clássicos relacionados ao tema, como “Ponta de Lança Africano”  (Umbabaraúma), “Camisa 10 da Gávea”, “Filho Maravilha” (Fio Maravilha) e “Zagueiro”,  o que já melhora bastante o panorama.

Outras, porém, apesar de também boas  e animadas, entraram meio na forçação de barra. A dupla de emboladores Caju  & Castanha, que já lançou um CD temático no ano passado, “Embolando no Futebol”, ressurge com outro bem inferior, “Levante a Taça” (Trama). São melodias forçadas,  arranjos pasteurizados, forrozinhos e emboladas recheados de letras ufanistas,  repetitivas e pitadas de humor machista porno-escatológico (“A Copa do Perna  de Pau x Perneta”). Há quem ache graça nisso, mas ô preguiiiiça que dá…De “Hexa Brasil!”(EMI) só o que segura a onda é “Levada Brasileira”, de Daniela  Mercury, que abre o CD num misto de capoeira, samba e eletrônica e foi hit absoluto do carnaval baiano.

O resto é a sucata do axé (Harmonia do Samba, É o  Tchan e similares), brega de toda espécie (Latino, Frank Aguiar) e até uma armação chamada Hexageradas (atenção para o trocadilho “ishperrrto”) da Copa. 

Visando ao mercado internacional como o “Samba Goal”, a Warner lançou “Play  Brazil”, outro vexame em verde-e-amarelo.

 

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