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Grécia: ‘sonho de infância realizado’

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Karla Larissa – Especial para a Tribuna do Norte

A Grécia era o país mais esperado de toda a Volta ao Mundo. Um sonho que tinha desde a infância. Quando o avião vindo da Bélgica desembarcou na ilha de Zakynthos, a emoção foi inevitável.

Os dez dias que viajamos pelo país foram intensos. Fomos das ilhas às montanhas, e, é claro, também à capital, Atenas.

Na tarde que chegamos a Zakynthos, o tempo estava fechado. Era o primeiro dia de chuva em 6 meses. A previsão para os dois dias seguintes, período em que ficaríamos na ilha, era de mau tempo. Mas por sorte não se cumpriu.

Aproveitamos o sol, alugamos uma “motinha” e percorremos os quatro cantos da ilha.

Zakynthos é uma das ilhas Jónicas e fica do lado grego mais próximo à Itália. Talvez, por isso, a ilha não tem as tradicionais casinhas gregas brancas e azuis, mas casas que se assemelham às das vilas italianas.

As plantações de azeitonas e a criações de cabra dão a Zante, como a chamam os italianos, uma atmosfera bucólica.

Mas, é claro, são as praias que levam os turistas à ilha. E uma em especial: Navagio Beach, em italiano, Shipwreck, em inglês, ou a Praia do Naufrágio, em português.

Sobram nomes para esta praia, mas faltam palavras para descrevê-la. Diante dela uma expressão é inevitável: Uau!!

Do mirante no noroeste da ilha, vimos a pequena baía, em meio a falésias de calcário, um mar de um azul claríssimo, uma estreita faixa de areia branca. Isso bastaria para torná-la uma das praias mais lindas que já vimos no mundo, mas andando mais um pouco vimos o motivo da fama da praia, os restos do barco de contrabandistas que naufragou ali por volta de 1980, e que a deixou simplesmente perfeita.

O acesso a Navagio Beach é feito apenas por barcos pequenos. Por duas vez, fomos ao Porto Vromi na tentativa de conhecer mais de perto a praia deslumbrante, mas não foi possível, pois o mar não estava em boas condições.

A beleza de Navagio faz as outras praias da ilha parecerem ordinárias. Mas na verdade não são. São de águas cristalinas e calmas com as montanhas ao redor. Algumas mais frequentadas e com maior estrutura de bares e restaurantes, outras mais tranquilas. E apesar do início do inverno, a temperatura da água continuava boa. A minha favorita foi Keri Beach, onde nos hospedamos. Linda e calma.

Zante é um paraíso há muitos anos descoberto pelos europeus, mas ainda um destino pouco conhecido pelos brasileiros, que não sabem o que estão perdendo!
Construída em 450 a.C, a Acrópole de Atenas fica bem no coração da cidade, no alto de uma colina: “O lugar que mais desejei conhecer em todo mundo”, Karla Larissa
Atenas

De Zakynthos fomos de barco até o porto de Kilini, no continente, e de lá pegamos um ônibus até Atenas. Após mais ou menos seis horas de viagem chegamos a capital da Grécia, berço do mundo Ocidental.

Já era fim de tarde, mas fomos correndo visitar a Acrópole. Nova emoção. Estava no lugar que mais desejei conhecer em todo mundo.

Em grego, acrópolis significa cidades altas. Construída em 450 a.C, a Acrópole de Atenas fica bem no coração da cidade, no alto de uma colina.

A maior parte de suas edificações está em ruínas. Mas entre as mais preservadas estão o Erecteion, o Athena Nice e o Partenón, o mais famoso de todos os templos.

Em seu entorno estão ainda o Teatro Antigo de Dionísio e o Teatro de Herodes Atticus, onde uma orquestra ensaiava a apresentação que faria naquela noite.

Lá de cima têm-se uma vista de 360 graus da cidade. E em meio ao número sem fim de construções brancas é possível observar outros importantes sítios arqueológicos, que conhecemos no dia seguinte: o Arco de Adriano, Templo Olímpico de Zeus, a Antiga Agora, a Agora Romana, e a Biblioteca de Adriano.

Para ter a melhor vista da Acrópole, subimos a colina Filipappou, que está bem a sua frente.  

Estar em Atenas é como mergulhar nos livros de história, sem precisar visitar nenhum museu. Até mesmo nas estações do metrô é possível ver os achados de escavações, vestígios do rico passado cultural grego.

A maior parte dos monumentos antigos se encontra nos bairros de Anafiotika, Makrygianni e Plaka. Este último é o mais charmoso e o mais turístico deles, com muito cafés, restaurantes, lojas e hotéis.

A visita por Atenas só está completa, no entanto, quando se prova a deliciosa gastronomia grega. O gyro de pita e o iogurte com mel viraram um vício.

Viagem ao antigo ‘centro do universo’

Depois dos dias em Atenas, fomos de carro até Delfos, a cidade que na antiguidade era considerada o centro do universo.

Viajar pelas estradas gregas é uma emoção. Pois, as placas de sinalização, é claro, estão em alfabeto grego. As que indicam destinos mais turísticos também aparecem em nosso alfabeto. Mas nem sempre os nomes estão inglês, muitas vezes, a tradução é feita apenas de um alfabeto para o outro. Assim, Delfos, que inglês, é Delphi, aparece como Delfio e Atenas, que seria Athens, como Athina. No fim, dá para chegar.

Na base do Monte Parnaso, Delfos é uma cidade de duas ruas, mas de uma importância incalculável.

Era em Delfos que as pessoas iam consultar o oráculo. Segundo a mitologia grega, na cidade havia uma fonte que emitia vapores que permitiam as sacerdotisas, chamadas pitonisas, fazerem profecias.

Com seus enigmas, elas influenciavam as principais decisões do país. E, segundo a história, até o grande filósofo Sócrates teria se consultado.

O sítio arqueológico de Delfos é Patrimônio Mundial da UNESCO e inclui o templo de Apolo e os Tesouros da Cidade, pequenas capelas onde eram guardados os votos e oferendas aos deuses gregos, que hoje estão guardados no museu da cidade; um estádio, um teatro e o santuário de Atena Pronaia, onde está também o Tholos.
Meteora: monastérios em montanhas de até 549 metros de altura
Meteora é “simplesmente inacreditável”

De Delfos seguimos viagem até Meteora na região da Tessália, também Patrimônio Mundial da UNESCO. Meteora não é uma cidade, mas um complexo de monastérios ortodoxos construídos no topo de montanhas que vão de 305 a 549 metros de altura.

O lugar é simplesmente inacreditável. As montanhas de arenito têm um formato único e são como pilares. E no alto de seis delas estão os monastérios construídos a partir do século 12.

Até 1920, o único jeito de chegar aos monastérios era por escadas precárias feitas de cordas. Já os alimentos, móveis e materiais de construção eram puxados por “elevadores” de cordas e redes.  Hoje, além de escadas, há estradas que levam até bem próximo aos monastérios que estão abertos à visitação. Estivemos em três dos seis, incluindo, o maior deles, o chamado, Grande Meteoro, onde está a Igreja da Transfiguração de Cristo e o Museu.

Cada monastério guarda valiosos tesouros históricos, entre documentos, obras de arte e peças religiosas. Neles também é possível ver móveis e utensílios utilizados pelos monges durante centenas de anos e ter uma ideia de como tudo funcionava, mas ainda assim é difícil de acreditar na audácia daqueles monges de construir e viver tão perto do céu.
Santorini, antes chamada de Kalliste: “a mais bela”, em grego
Santorini

A Grécia é mesmo feita de lugares surpreendentes. Mas um em especial não pode faltar no roteiro de quem visita o país: Santorini. O nome oficial da ilha é Thira, mas poderia ter permanecido como Kalliste, como era chamada anteriormente, e que em grego significa “a mais bela”. Santorini não é simplesmente uma ilha é, na verdade, um vulcão ativo, onde ao redor da caldeira foi construída a cidade, com casas “cavernas” pintadas de branco e azul, as cores da bandeira grega.

É o destino mais romântico da Grécia. O pôr do sol visto de Oia é imperdível . Por sorte fomos após o verão, a ilha estava mais vazia e a brisa mais fresca. Independente da estação, Santorini é um lugar que todo mundo deveria ir pelo menos uma vez na vida.

A Grécia deixará saudades, mas a viagem tem que seguir. Desta vez, por Espanha e Marrocos.

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