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Greve atinge 30% no quadro de servidores do Walfredo

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SAÚDE - Servidores permaneceram na frente do Hospital Walfredo Gurgel

A greve dos médicos e dos servidores da Saúde do Estado não tem uma perspectiva de chegar ao fim. O movimento já resultou na diminuição de cerca de 30% no quadro de funcionários em serviço no hospital Walfredo Gurgel, o que só não tem representado maiores transtornos porque a demanda também foi reduzida no mesmo nível, pois muitos deixam de buscar a unidade acreditando não haver qualquer tipo de atendimento.“Se o governo quiser esperar, a gente chega até o Carnatal com essa greve, pois só voltaremos quando tivermos as reivindicações atendidas”, destacou a diretora do Sindsaude, Sônia Godeiro. Segundo ela, a paralisação já atingiu por completo o serviço ambulatorial no hospital Giselda Trigueiro, o Centro de Saúde Reprodutiva (no Alecrim) e o Centro de Reabilitação Infantil (CRI). Por outro lado, nos hospitais de urgência a adesão estaria próxima dos 50%, uma vez que os atendimentos emergenciais não podem deixar de ser feitos.

Para o diretor geral do Walfredo Gurgel, José Renato Machado, a diminuição  no “contingente de funcionários”, em torno dos 30%, não representou ainda maiores problemas aos serviços, uma vez que a procura pela unidade também teria sido reduzida em um percentual equivalente. “Quando a população toma conhecimento de uma greve, acaba procurando outras alternativas de atendimento, ou, no caso da baixa complexidade, até mesmo deixa de vir”, ressalta.

Para o presidente do Sindicato dos Médicos, Geraldo Ferreira, no entanto, a unidade se encontra internamente “abarrotada”, embora o movimento na recepção seja menor que em dias normais. Ele lembra que a reivindicação da categoria é também por melhores condições de atendimento da população. “Estamos fazendo uma espécie de operação padrão. Se há três médicos, um atende e os outros ficam à disposição em caso de necessidade”, explicou. Ele disse não ter sido avisado, até a manhã de ontem, do cancelamento da reunião previamente marcada com o secretário de Saúde, George Antunes, para às 15h de hoje.

No entanto, a Assessoria de Comunicação da Sesap informou à imprensa, na última sexta-feira, que o titular da secretaria estaria em viagem nesta terça. A informação não pôde ser confirmada ontem porque foi feriado para os servidores estaduais (antecipação do Dia do Servidor Público). Pelo mesmo motivo, não foi possível confirmar como anda o atendimento no CRI e no Centro de Saúde Reprodutiva. No Giselda Trigueiro, a própria direção havia esclarecido que o ambulatório está fechado, mas urgências, internação e o Hospital Dia continuam trabalhando normalmente.

Os servidores entraram em greve no último dia 20 e reivindicam melhores condições de trabalho, reajuste salarial de 23%, pagamento de atrasados relativos a 2006 do plano de cargos e salários, mudança de nível, e garantia de equiparação nos ganhos dos aposentados em relação aos servidores da ativa. Já os médicos aderiram ao movimento na última sexta-feira, com a mesma pauta de reivindicações.

Comando fará protestos em Natal e no interior

Durante toda esta semana os servidores da Saúde em greve irão participar de protestos na capital e interior do Estado. O Sindsaude programou para hoje, às 9h, um ato público no calçadão da rua João Pessoa, Centro. Amanhã será a vez de os grevistas protestarem em frente ao Instituto de Previdência do Estado (Ipern), para chamar atenção às dificuldades enfrentadas pelos aposentados. Na quinta-feira haverá manifestação no hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim.

O ponto alto das mobilizações, porém, está marcado para sexta-feira, quando o sindicato pretende realizar uma grande marcha do Walfredo Gurgel até a sede da Secretaria de Planejamento, no Centro Administrativo, onde está funcionando o Gabinete da governadora Wilma de Faria. “Não temos nada confirmado sobre a audiência de amanhã (hoje) na Sesap, mas vamos continuar lutando para sermos recebidos”, destacou Sônia Godeiro, dizendo não aceitar a “crise financeira internacional” como justificativa para o não atendimento das reivindicações da categoria.

Ontem pela manhã, os servidores se concentraram em frente aos hospitais Walfredo Gurgel e Santa Catarina. Na unidade da zona Norte, eles denunciavam as dificuldades no atendimento à população. “Essa não é uma luta apenas pelos atrasados que temos a receber, mas também por melhores condições de trabalho”, ressaltou a diretora do Sindsaude, Elizabeth Silva.

Apesar do movimento pequeno no hospital, nem todos os usuários concordavam com a paralisação. “Isso só faz atrapalhar o povo e eles não têm o direito de nos deixar sem atendimento”, reclamou a dona-de-casa Maria Gorete Rodrigues. Já no Giselda Trigueiro, onde o movimento na urgência era maior, o funcionário público Marco Antônio Rodrigues lamentou o prejuízo à população, mas reconheceu que a categoria tem o direito de reivindicar um salário melhor.

Nas unidades de pronto-atendimento do Município, funcionários afirmaram que o acréscimo na demanda, em decorrência da greve no Estado, já está sendo percebida. “Deu para notar um aumento, sim, não é muito, mas não deixa de ser significativo. Esperamos que a situação nos hospitais se resolva logo para não piorar”, afirmou José dos Santos Júnior, do setor de Recursos Humanos do Hospital dos Pescadores, nas Rocas.No pronto-atendimento 24 horas de Pajuçara, funcionários que preferiram não se identificar também apontaram uma ampliação na demanda, que não pôde ser quantificada porque a área de estatísticas estava fechada em decorrência do feriado dos servidores.

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