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Greve derruba venda de TVs para a Copa

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Às vésperas da estreia do Brasil na Copa do Mundo, o comércio aposta todas as fichas no bom desempenho da seleção nos jogos da primeira fase do torneio para tentar reverter totalmente a queda que houve nas vendas de TVs por causa da greve dos caminhoneiros.

Comércio acredita que venderá ainda mais neste segundo trimestre por causa da Copa do Mundo
Segundo IBGE, preço das TVs teve queda de 12% até maio e pode recuar ainda mais

Com a paralisação e a mudança no humor do consumidor, pressionado pelo desemprego elevado e pelo endividamento, o varejo deixou de vender cerca R$ 245 milhões em TVs entre o Dia das Mães e a primeira semana da greve, iniciada no dia 21 de maio, aponta um estudo da consultoria GFK, que monitora as vendas online e nas lojas físicas. Os cálculos foram feitos comparando as vendas realizadas nesse período deste ano com as de 2014, quando houve Copa.

“Analisamos a tendência de venda de TVs em anos de Copa e notamos crescimento nos períodos mais próximos do início do evento”, diz a diretora da consultoria, Gisela Pougy. O pico de vendas de TVs para Copa geralmente ocorre na segunda quinzena de maio. Neste ano, a terceira semana de maio coincidiu com a primeira semana de greve e as vendas de TVs recuaram 24% em comparação com a semana anterior, mostra o estudo. Na última semana de maio, que foi a segunda de greve, houve um avanço de 18% no faturamento com TVs ante o período imediatamente anterior. Apesar da reação, as perdas não foram totalmente cobertas.

“Tem muito estoque de TVs e o maior volume está no varejo”, afirma José Jorge do Nascimento Jr., presidente da Eletros, associação que reúne a indústria. Só no primeiro trimestre, as vendas de TVs da indústria para o comércio cresceram 46,5% em unidades em comparação com igual período de 2017. Foram entregues 3,7 milhões de aparelhos. Para o ano, a perspectiva inicial era produzir 12,5 milhões de TVs, um pouco acima do ano passado (11,3 milhões), mas muito abaixo de 2014, quando houve Copa e foram fabricados 14,9 milhões de TVs. “Projetamos 12,5 milhões de TVs para este ano, mas o viés é de baixa”, admite o presidente da Eletros.

Paulo Naliato, diretor da Via Varejo, dona das redes Ponto Frio e Casas Bahia, diz, por meio de nota, que “as vendas estão dentro da expectativa da companhia”. A rede Extra informa, também por meio de nota, que definiu uma meta elevada para o período e, até o momento, as vendas de TVs estão acima das expectativas.

No entanto, segundo fontes do mercado varejista, até o momento as vendas de TVs por conta da Copa estão bem abaixo das expectativas. “O volume de vendas é hoje entre 30% e 40% da meta”, diz o executivo de uma grande rede que prefere o anonimato. O fraco desempenho até o momento ocorre por causa da greve dos caminhoneiros que tirou o impulso do consumidor para as compras, que já não era tão forte devido ao endividamento e ao desemprego elevados.

Apesar de torcer para que o mercado “vire” com o bom desempenho da seleção nessa primeira fase do campeonato, o executivo não acredita que essa recuperação nas vendas seja factível. Esse prognóstico é contrário ao da diretora da GFK. “A venda deve se recuperar com o fim da greve e a demanda natural da Copa”, diz Gisela.

Liquidação
Se as vendas não se recuperarem totalmente nos próximos dias, aumentam as chances de o varejo começar a liquidar TVs nas próximas semanas. Com isso, o preço das TVs que já caiu 12,07% neste ano até maio, segundo o IBGE, pode recuar ainda mais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo

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