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Greve ou chantagem?

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Woden Madruga
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O Brasil foi nocauteado pela greve dos caminheiros. O pais parou, a economia bambeia, o caos se estende pelas estradas, chegando também as áreas urbanas. O trânsito é uma loucura. O menino não pode ir à escola, a avó não consegue chegar ao posto de saúde para tomar a vacina e o padre cancelou a missa das 6 horas porque os pneus queimados na estrada impediram o seu fusca passar. Como se explica que uma paralização de um setor de trabalhadores pode provocar este cenário absurdo?  Andei lendo alguns analistas dos principais jornais do país em busca de uma resposta. Comecei por Josias de Souza, na sua coluna do UOL.  Transcrevo trechos do seu comentário, começando pelo começo:

– Chamar de greve de caminhoneiros uma paralização que não existiria sem o apoio das empresas transportadoras de carga é o mesmo é o mesmo que chamar de negociação uma chantagem. Seja qual for o desfecho da crise provocada pela alta dos combustíveis, ficou entendido que o Brasil, com sua predileção pelo transporte rodoviário, está nas mãos do empresário que controla a frota de caminhões e contrata os serviços de caminhoneiros autônomos.

– Nem CUT nem o “Exército do Stédile”. Quem demostrou força para paralisar o país e encurralar Michel Temer foi o baronato do setor de transportes. Três dias de bloqueios nas estradas foram suficientes para provocar o desabastecimento em todas as regiões do país. Não é a primeira vez. Nem será a última. Dá pena a enrascada em que se meteu o presidente. Fraco e impopular, Temer não governa os acontecimentos. É desgovernado pelos fatos.

– Em reunião no Planalto, Temer pediu uma trégua de três dias aos representantes do tumulto. Foi prontamente desatendido. Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, presidentes da Câmara e do Senado, se juntaram para tirar uma lasca do governo. A pretexto de arrumar dinheiro para compensar a isenção de impostos que encarecem o diesel. Maia e Eunício decidiram fazer o favor de colocar para andar a proposta da reoneração da folha de pagamento.

A chantagem
Numa matéria com o título de “Empresários podem estar estimulando a greve de transportes”, publicada no jornal O Globo (chamada de capa), Miriam Leitão, analista de Economia e que atua também no complicado gramado da política, disse:

– Essa greve não é apenas do caminhoneiro autônomo. A paralização é do setor de transporte. E a greve só chegou a esse ponto porque as grandes empresas estão estimulando o movimento. O país precisa discutir, com a participação do Judiciário, o limite de uma ação como essa, porque o empresário não pode fazer greve, está na lei. Tem que ser debatido como as maiores empresas podem participar da solução do problema, porque nesse momento quem sofre é o consumidor, que já não encontra determinados produtos para comprar. A paralização do setor está estrangulando a economia.

– O debate tem que acontecer. Em uma reunião com o governo, um dos grandes do setor disse que concorda com a paralização e não aceita a política de preços da Petrobras. Deixou claro aos participantes do encontro que seu objetivo é mudar a forma como a companhia vem repassando as variações da cotação internacional.

Já em sua coluna, no mesmo jornal, Miriam Leitão escreveu:

– A greve dos caminhoneiros só pode chegar ao ponto em que chegou com conivência dos empresários da indústria de transportes. Tanto é verdade que um dos pedidos feitos é de que não houvesse reoneração da contribuição patronal do setor. Todos os outros serão reonerados. O governo pode ceder nos impostos ou na política de preços, mas não se livra do fato de que o país estrá vulnerável a essa chantagem.

Chuva 
Dois dias seguidos poucas chuvas no Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. Para falar a verdade, em nossas bandas potiguares não choveu nada, ontem, tirando um leblina rápida, de 1 milímetro, em Baia Formosa.

Na Paraíba, aparece João Pessoa com 1,6 milímetros. No Ceará choveu em 11 municípios. Aa chuva melhor foi em Uruburetama, no Litoral do Pecém, 21 milímetros. Nos sertões, nada.

Camarões, etc Hoje e amanhã, entrando pela noite, acontece em Tibau do Sul o II Encontro do Camarão e da Ostra, duas delícias da gastronomia daquelas praias e lagoas, palco montado na Praça Central, com direito a esticadas até a Praia de Pipa, ao lado.

Jurídica
O ministro Luiz Alberto Gurgel de Faria, do STJ, potiguar, é um dos palestrantes de hoje da Quinta Jurídica, que começou ontem. Falará sobre o tema “A economia digital e o futuro da tributação”, dividindo a mesa com o juiz federal Marco Bruno Miranda. Começa ás 11 horas.

Na parte da tarde, começando ás 14 horas, o ministro Néfi Cordeiro (STJ) falará sobre “A atuação do Poder Judiciário no combate à microcriminalidade”. Logo em seguida, o promotor Marcus Aurélio de Freitas Barros e o professor Edilson Vitorelli falarão sobre “As influências do novo CPC sobre o processo coletivo. Ás 16h30 será a vez do desembargador federal Rubens Canuto e o juiz federal Walter Nunes abordarem o tema “Novos paradigmas do processo penal”.

O encontro será encerrado às 18 horas com a palestra do ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas sobre “O papel da advocacia nos processos criminais”. A Quinta Jurídica acontece no auditório da sede da Justiça Federal do Rio Grande do Norte, Rua Lauro Pinto, Lagoa Nova.

Um olhar
Foi aberta ontem na Galeria Conviv’Art, do NAC, no Centro de Convivência do Campus da UFRN, a exposição “Um olhar sobre outros olhares”, da artista plástica Ana Rique. Estará aberta ao público até o dia 15 de junho, das 9 ás 17 horas.

Vereança
Quinta feira da semana passada, dia 17, a Câmara Municipal de Natal realizou uma sessão especial para homenagear o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, na passagem dos 116 anos de sua fundação, proposta da vereadora Nina Souza. O IHGRM é a instituição cultural mais antiga do Estado. Merece todas as homenagens.

O que chamou a atenção dos historidoreses (anotação para futuras pesquisas) é que somente 3 dos 24 vereadores compareceram à sessão. Nem o presidente da Casa foi. Coisas de vereação. A sessão foi presidida pela vereadora Nina Souza, autora da proposta de homenagem.

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