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Greve paralisa atendimento no CRI

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Mariana Ceci
Repórter

A greve dos servidores da Saúde estadual está tendo uma adesão considerável, tanto por parte de médicos como técnicos e profissionais da área de enfermagem. O único serviço que está com atendimento médico parado, no entanto, é o Centro Especializado em Reabilitação (CER) – antigo Centro de Reabilitação Infantil (CRI), que oferece atendimento ambulatorial. A diretora Silvana Ramalho afirma que alguns serviços básicos como administração, recursos humanos e refeitório estão funcionando em capacidade mínima para tentar atender às muitas mães que acabam vindo dos interiores para buscar atendimento e, por não terem conhecimento da greve, se deparam com a impossibilidade de receberem tratamento médico para seus filhos.

Sem conhecimento da paralisação, Ângela Maria, que mora em Arez, procurava atendimento ontem para o filho Gabriel, de 4 anos

Sem conhecimento da paralisação, Ângela Maria, que mora em Arez,
procurava atendimento ontem para o filho Gabriel, de 4 anos

#SAIBAMAIS#Esse é o caso de Ângela Maria, de 38 anos. Residente de Arez, localizada à 58km da capital potiguar, a mulher levantou às 4h30 da manhã para ser levada pelo transporte municipal até o CRI, onde seu filho Gabriel, de 4 anos, que realizou uma cirurgia no tendão, deveria ser atendido no setor de ortopedia e fisioterapia. “Eles poderiam ao menos ter nos avisado, porque perdemos o dia inteiro aqui. Agora, só vou poder voltar para casa depois de meio dia, que é quando o carro da Prefeitura passa novamente para nos buscar”, conta a mulher.

Ao seu lado, outra mãe, Lucinete Tavares, de 51 anos, também aguardava atendimento para a filha Juliana, de 9 anos, nos setores de ortopedia e fonoaudiologia. Lucinete e a filha, que possui Síndrome de Down, vieram de Goianinha nas primeiras horas da manhã para serem atendidas e, desavisadas, se depararam com a ausência de médicos no local. Ela relata que muitas das mães não foram avisadas da greve.

A falta de aviso, no entanto, teve um fator determinante: há três meses as linhas telefônicas do CRI foram cortadas por falta de pagamento do Governo do Estado, caso que se repete em outras repartições públicas. Funcionários relataram à equipe de reportagem que tentam ligar de seus telefones pessoais para os pacientes, mas que o número de pessoas atendidas é alto, o que dificulta a situação, principalmente diante da falta de pagamento do Governo.

Mensalmente, o CRI realiza cerca de 12 mil atendimentos, número maior do que o total de pacientes, pois muitas das pessoas atendidas no local são consultadas por diversas especialidades médicas diferentes. “Estamos tentando fazer o máximo possível para que essas pessoas que estão desavisadas possam ter o mínimo de assistência ao chegar aqui. Por isso deixamos o refeitório aberto, e estamos tentando disponibilizar alguns serviços, mas há um limite para o que podemos fazer”, completou a diretora Silvana Ramalho.

Segundo o diretor do Sindicato dos Servidores da Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde), Manoel Egídio, a estratégia de greve é fazer com que a atuação dos servidores seja reduzida à capacidade mínima permitida por lei, que é de 30%.

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