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Greve prejudica atendimento do Samu

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Yuno Silva
Repórter

A greve parcial que atinge o sistema público de saúde do Rio Grande do Norte completa 21 dias nesta terça-feira (12). Desde o dia 22 de junho, o atendimento em vários hospitais da Região Metropolitana de Natal está comprometido devido a paralisação de 70% dos técnicos de enfermagem vinculados à Secretaria Estadual de Saúde (Sesap), e o Serviço Móvel de Urgência (Samu) também fica prejudicado: das dez ambulâncias de suporte básico, que cobrem municípios da Grande Natal, seis estão paradas por falta de pessoal. O desfalque nas equipes acarreta demora no atendimento à população, cujo tempo médio recomendado pelo Ministério da Saúde oscila entre 8 e 15 minutos.
Parte das ambulâncias do Samu Metropolitano está parada
“Nossa central continua recebendo as mesmas cerca de 250, 300 chamadas por dia”, observou o médico Cláudio Macêdo, coordenador do Samu Metropolitano desde outubro de 2015. “O que estamos fazendo é um trabalho de orientação por telefone e de triagem maior, priorizando as chamadas consideradas de médio e alto risco”, informou.

O Samu Metropolitano possui 12 viaturas, sendo dez Unidades de Suporte Básico (USB) que operam com técnico de enfermagem e condutor socorrista; e duas Unidades de Suporte Avançado (USA) – as chamadas UTIs móveis – com equipe formada por médico, enfermeiro e condutor socorrista. Ao todo Samu Estadual trabalha com 54 viaturas, sendo nove unidades avançadas e 34 Pontos de Apoio fixos, mais um helicóptero compartilhado com a área de Segurança.

“A única área realmente afetada pela greve é a Região Metropolitana de Natal. O tempo de espera aumentou, mas não temos como ter uma média precisa pois a celeridade do atendimento depende de diversos fatores como distância da ocorrência dos Pontos de Apoio (em Ceará Mirim, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante e Macaíba) e se as unidades estão disponíveis, além do próprio perfil da urgência e da disponibilidade de atendimento por viaturas vinculadas à municípios parceiros”, explicou o coordenador do Samu Estadual.

Cláudio Macêdo destacou que os condutores socorristas do Estado são terceirizados, contratados com recursos federais; e que os técnicos de enfermagem que atuam além das fronteiras da Região Metropolitana de Natal são servidores de cada municípios que presta o Serviço Móvel de Urgência. Já as cidades de Natal e Mossoró mantém o serviço por conta. “Em alguns casos, para atendermos a demanda, acionamos serviços de municípios parceiros, e apoio do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. E para evitar lotação no Pronto Socorro Clóvis Sarinho, buscamos alternativas para distribuir os pacientes em outras unidades de saúde”, ressaltou.

Simone Dutra, vice-coordenadora do Sindicato dos Servidores da Saúde do RN (Sindsaúde-RN), disse que a greve continua por tempo indefinido. “As negociações não avançam. Há oito dias estivemos reunidos na Governadoria com Tatiana Cunha Mendes [secretária-chefe do Gabinete Civil], que ficou de marcar novo encontro com os secretários de Saúde, Planejamento e Administração, mas até agora não tivemos nenhum retorno”, criticou.

A sindicalista alertou para redução no serviço de atendimento nas unidades de saúde da RMN. Os servidores reivindicam reposição de perdas salariais que somam 50,13% desde 2010; melhorias nas condições de trabalho, abertura de concurso público para a Saúde e suspensão do contingenciamento de recursos que chega a 50%. “Dos R$ 40 milhões mensais necessários para manter o sistema funcionando, o Governo do RN tem liberado apenas metade disso”, disse.

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