A greve dos agentes e escrivães da Polícia Civil e servidores do Itep completa, hoje, nove dias, sem nenhuma perspectiva de negociação entre a categoria e o Governo do Estado. Na tarde de hoje, os funcionários do Itep decidem, em assembléia, se param a necrópsia dos corpos de vítimas de morte violenta. Caso a decisão seja aprovada, a polícia técnica vai periciar os locais de crime, mas não vai examinar os corpos no necrotério e, como conseqüência, eles não serão liberados para sepultamento.
A proposta dos servidores do Itep é extremamente impopular e pode causar um enorme mal estar para a cúpula da polícia potiguar. Se for colocada em prática, o protesto pode abrir uma crise semelhante a ocorrida este ano durante a greve da Polícia Civil de Pernambuco. Em Recife, a tropa de choque foi chamada para invadir o necrotério porque a população estava revoltada com a impossibilidade de sepultar os mortos.
O presidente do Sindicato, Silvano Ferreira, deixará a decisão de parar o necrotério com a categoria. Ele, no entanto, diz que a proposta vem sendo discutida desde a semana passada. Ontem, em Natal, apenas as delegacias de plantão da Zona Sul (na avenida Ayrton Sena) e a da Zona Norte (na avenida Doutor João Medeiros Filho) funcionaram. As DPs, no entanto, registraram apenas os casos de prisão em flagrante. O registro de boletins de ocorrência está suspenso.
Os policiais reivindicam mudanças no Estatuto da Polícia Civil, melhores condições de trabalho e a retirada dos presos das delegacias. Os servidores do Itep pleiteiam melhorias salariais.
