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Greves se espalham por Natal

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SAÚDE - Agentes se concentraram em frente à AssembléiaAs manifestações e paralisações têm sido recorrentes em Natal nos últimos dias. Só ontem os agentes de saúde comunitária e de endemias, o sistema de transporte público e os professores da rede estadual tiveram seu trabalho reduzido.

Hoje acontecem várias negociações referentes às manifestações, mas todas as categorias citadas pretendem continuar os protestos caso suas necessidades não sejam atendidas.

Desde segunda-feira os agentes comunitários de saúde e endemias (prevenção e monitoramento da dengue) se reúnem em frente à Assembléia Legislativa para cobrar o repasse retroativo dos R$ 50,00 que deveriam ter sido pagos ainda no mês passado.

As inspeções domiciliares à procura de focos de lavas do mosquito da dengue, que totalizam 20 por dia, foram suspensas. Também não haverá a visita dos agentes de saúde às casas carentes, trabalho realizado junto ao Programa Saúde da Família, que fazem o acompanhamento de hipertensos, diabéticos, gestantes, pacientes de hanseníase e tuberculose e a pesagem e controle do cartão de vacinação de crianças, além das ações educativas que fazem individualmente e em grupo. “Toda a agenda vai ser prejudicada”, diz Simone Dutra, diretora do Sindsaude.

Por já terem sido dados três prazos para realizar o pagamento, “as pessoas já estão muito desacreditadas, e só voltam a trabalhar com o dinheiro no bolso”, explicou Simone.

Dos 1.200 trabalhadores do sindicato, cerca de 70% suspenderam suas atividades.

Os motoristas de ônibus, encorajados pelo presidente do Sintro-RN, Júnior Rodoviário, protestaram sem paralisar totalmente o transporte público urbano. Conforme já tinha prometido antes de ser eleito no início desse mês, Júnior Rodoviário promoveu o “minhocão”, que consiste na circulação dos ônibus em velocidade baixa.

Pela manhã os ônibus que participaram do protesto foram os que vinham da Bernardo Vieira até o terminal da Ribeira. “Eles pegaram esse trecho porque assim seguram os ônibus na ida, fazendo quem está esperando no terminal ter que esperar também”, comenta o Subinspetor da STTU Jair Jefferson. Os carros que vinham pela Av. Deodoro da Fonseca foram desviados para juntar-se à frota na Av. Rio Branco. O tráfego no sentido Alecrim-Centro foi prejudicado e ficou congestionado. À noite o regime de marcha lenta teve continuidade  a partir das 17h40 na avenida Rio Branco e procedeu de forma pacífica, até a altura do relógio do Alecrim, congestionando o trânsito.

Júnior Rodoviário explica que os empresários não estão negociando e cedendo aos pedidos do sindicatos. “Achamos que o melhor é sentar numa mesa e discutir, mas eles querem ir logo ao tribunal, para fazer a gente perder os nossos direitos já adquiridos”, completa. Entre as conquistas a serem alcançadas estão o reajuste salarial, a aquisição de planos de saúde, o qüinqüênio (que aumenta em 5% o salário dos funcionários a cada 5 anos) e melhores condições de trabalho, sob a justificativa de ações violentas que cobradores e motoristas vêm sofrendo. “E se for preciso, faremos todo tipo de paralisação até conseguirmos o que queremos”, diz o presidente sindical, que chegou a sugerir a um passageiro que ligasse à STTU para reclamar por eles, assim alguma coisa poderia ser feita e eles não precisariam agir prejudicando a população.

O presidente, em frente ao Sintro, próximo ao viaduto da Av. Rio Branco, enquanto coordenava o movimento, recebia o apoio dos motoristas que lhe apertavam a mão e diziam frases de apoio como “agora você mostra porque você venceu”. Por outro lado, recebia reclamações da população que, de dentro dos ônibus, reclamavam: “o povo não deveria estar pagando pelos problemas da categoria”, gritou uma senhora.

Hoje às 14h  será realizada uma nova reunião comos empresários de ônibus e a STTU na sede da  DRT (Delegacia Regional do Trabalho).

Auditores suspendem os serviços

Os auditores fiscais do trabalho suspendem por hoje os serviços de orientações trabalhistas  prestados na Delegacia Regional do Trabalho, mas sem sinalizar greve ou outra paralisação. O ato é parte do Movimento Nacional em defesa do Estado Brasileiro, que acontece em todo o país.

Milton Vasconcelos, vice-presidente da Associação Norte-riograndense dos Fiscais do Trabalho, explica que trata-se de um movimento lançado no dia 17 de maio, em Brasília, com o apoio de várias lideranças do governo, para melhorar o trabalho realizado por eles e outras 12 entidades, dentre elas, apenas 4 têm delegacia em Natal: a ANFIP (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social), FENAFISP (Federação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social), SINAIT (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho), SINDRECEITA (Sindicato Nacional de Técnicos da Receita Federal) e a Receita Federal.

“Os servidores públicos têm o desejo de fazer do Brasil um país mais forte em muitos aspectos”, diz Vasconcelos. O objetivo é melhorar as condições de trabalho; reduzir a terceirização de funções, alegando que os setores terceirizados não têm vínculo com o compromisso social e diminuir o número de cargos por indicação política, “Eles não têm preparo e não são punidos. Se fossem servidores públicos poderiam ser banidos em caso de  irregularidade”.

Estudantes saem às ruas e pedem o passe livre

“Pela desmercantilização da logística do transporte público.” Foi com esse lema que cerca de 50 estudantes do Henrique Castriciano se uniram ao Movimento Passe Livre (MPL) em uma manifestação que parou o trânsito da avenida Salgado Filho, em frente ao Natal Shopping ontem por volta das 15 horas.

A passeata teve concentração no Largo do Machadão e os manifestantes caminharam até o Shopping Via Direta, onde bloquearam uma das vias no sentido Ponta Negra. Motoristas incomodados com o protesto chegaram a passar o carro por cima de alguns estudantes, que foram obrigados a abrir um lado da via para não obstruir o trânsito por completo.

A intenção é justamente essa: incomodar. Com faixas, apitos e latões, os estudantes estão dispostos a ‘fazer barulho’ até que suas reivindicações sejam levadas em consideração pelo poder público. “Estamos lutando contra o aumento da tarifa e a favor do passe livre para todo e qualquer estudante: de escolas públicas e particulares, até o ensino superior”, explicou um dos militantes do MPL, André Luiz Sales, avisando que os protestos se fortalecerão no decorrer da semana com a adesão dos estudantes da UFRN e do Cefet.

A respeito da nova tarifa, de R$ 1,60, o militante é enfático: “somos contra o aumento e isso é inegociável. Ela deveria, no mínimo, ter continuado no preço antigo, de R$1,45”, disse. Um dos estudantes, que preferiu não se identificar, concorda. “Queremos acabar com o lucro que as empresas ganham em cima do cidadão.”

Servidores do Detran obtêm reajuste

A greve dos servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), iniciada na segunda-feira passada, chegou ao fim na tarde de ontem, após negociação da categoria com a direção do órgão. Eles conseguiram reajuste salarial de 13% e a promessa de realização de concurso público até o final do ano.

Alegando falta de reajuste em seus salários há mais de quatro anos, os servidores reivindicavam reposição salarial de 47% e ainda a realização de concurso público — uma vez que o último processo seletivo para órgão teria sido realizado há 30 anos, segundo Alexandre Guedes, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Direta e Indireta (Sinai/RN).

Para ele, a realização de concurso ainda este ano foi uma vitória “tremenda” pois colocará fim à defasagem no quadro funcional do Detran, que hoje é de 287 servidores efetivos para mais de 500 estagiários. “Imagine quantas pessoas desempregadas e estudantes vão apostar nesse concurso? Para nós, essa confirmação foi espetacular”.

O diretor do Detran, Carlos Theodorico Bezerra, considerou o movimento pacífico e sem maiores prejuízos para o órgão e para os cidadãos, já que durante a greve o atendimento ao público não foi interrompido totalmente. “Agora falta acertar a data de realização do concurso com a Secretaria de Administração.”

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