Existe um motivo a mais para conhecer o sítio histórico de Extremoz: a Casa do Grude se tornou um point para quem aprecia uma boa tapioca feita na pedra, como antigamente. Localizada entre a lagoa e as ruínas da velha igreja jesuíta do século 18, a casinha de taipa existe há quatro anos e já cativou os paladares de muita gente – de todas as partes – que deseja um bom acompanhamento para um café matutino ou vespertino.
Dona Sônia Vieira prepara a tapioca em um dos fornos de cimento com
fogo à lenha por baixo – um para as tapiocas e outro para o café
A Casa do Grude surgiu como uma proposta da antiga secretaria de cultura de Extremoz para tornar o local um polo de ‘grudeiras’ reunidas. Vieram muitas, mas no final, quem assumiu o controle foi Sônia Maria Vieira, que aprendeu a fazer grudes, tapiocas, bolos e afins com a mãe. Nascida em Canguaretama, mora há cerca de 25 anos em Extremoz, e se tornou uma celebridade gastronômica da área.
O local é uma casa de taipa simples, rústica, construída aos seculares modos sertanejos. É mais um cenário, já que as mesas e cadeiras ficam do lado de fora, assim como os dois fornos aonde são preparadas as iguarias da casa. Os fornos são de cimento com fogo à lenha por baixo – um para as tapiocas e outro para o café. A tapioca sai molhada no coco ou seca com manteiga, além de recheadas com camarão, carne de sol, queijo, presunto, frango, leite condensado e creme de avelã. Tem ainda grude, bolo preto e bolo da moça.
Casa do Grude surgiu como espaço para reunir as grudeiras de São Gonçalo
“As pessoas vêm aqui, comem, fazem foto e botam na internet. E foi assim que a Casa do Grude cresceu. Nossa propaganda é toda espontânea, no boca a boca”, conta Sônia. Além da divulgação na internet, a Casa já rendeu várias matérias de televisão e até capa de revista. “Extremoz é conhecida como a ‘terra do grude’, e eu aproveitei a oportunidade para trabalhar isso junto a um público além da cidade. E felizmente está dando certo”, afirma. O local recebe até 40 pessoas sentadas.
A Casa do Grude funciona de terça a domingo, mas é nos fins de semana (e feriados) que ela recebe o seu maior público, de acordo com Sônia. “Nosso público vem de Natal, Parnamirim, Macaíba, Ceará-Mirim, etc. Não é gente que está só passando. Eles vêm aqui só para comer nossa tapioca e nosso grude mesmo”, ressalta. O forno de pedra à lenha também é importante nessa escolha. “As pessoas dizem que tem um gosto diferente, melhor do que elas estão acostumadas a comer no dia a dia. Eu acredito nisso”, fala, enfatizando a importância do conhecimento que obteve com a mãe nas receitas.
Casinha de taipa é decorada com objetos antigos de família
Serviço: Casa do Grude. Rua da Lagoa, Extremoz. Aberto de terça à sexta das 7h30 às 18h, e sábados e domingos das 7 às 18h. Reservas e encomendas pelo 98619-3214.