Brasília – Caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a decisão final sobre o processo de concessão à iniciativa privada de sete trechos de rodovias federais, incluindo a Régis Bittencourt e a Fernão Dias. O governo decidiu ontem criar mais um grupo de trabalho (o 97º desde 2003), que terá prazo de 15 dias para entregar a Lula um parecer sobre o assunto. Farão parte desse grupo representantes da Casa Civil, dos Ministério do Transportes e da Fazenda e da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT). Para o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, há disposição dentro do governo para retomar o processo de concessão dessas estradas, suspenso na semana passada. “Até este momento, a discussão está dentro dessa diretriz (de realizar a concessão)”, disse o ministro, após participar de reunião com Lula e os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da Fazenda, Guido Mantega.
Segundo Passos, o grupo de trabalho avaliará o conteúdo do edital de concessão a partir do que já foi feito, e não estudará outro modelo, diferente do das concessões, para esses trechos. “Não se está discutindo outro modelo”, afirmou o ministro. Fontes do Palácio do Planalto, porém, disseram que o tema da concessão das rodovias à iniciativa privada, e a conseqüente instalação de pedágios nessas vias, ainda divide o governo. O principal foco de resistência, principalmente com relação aos preços dos pedágios, é atribuído à ministra Dilma Rousseff. Ela teria manifestado desconforto com relação aos preços dos pedágios que seriam cobrados nesses sete trechos – apesar de os preços máximos estabelecidos pela ANTT no edital serem bem menores do que os que são cobrados nas rodovias federais que já foram concedidas à iniciativa privada. 0Uma dessas fontes chegou, inclusive, a avaliar que a decisão de criar outro grupo de trabalho para analisar as concessões apenas mostra que o governo pretende “arrastar o assunto com a barriga”.