Rio – Sete homens armados, vestindo uniformes camuflados e usando toucas ninja, invadiram um quartel do Exército, agrediram militares e roubaram dez fuzis FAL 762 e uma pistola na madrugada de ontem. O grupo atacou o Estabelecimento Central de Transportes (ECT), em São Cristóvão, zona norte do Rio, às 3h50. Durante a ação, três militares foram agredidos na cabeça com coronhadas, sem ferimentos graves. Um tiro foi disparado contra a porta de um armário que guardava armas. Os ladrões fugiram em vários carros.
No fim da tarde, o Exército e a Polícia Militar fizeram uma operação de busca e apreensão no complexo de favelas do Alemão, na zona norte. Participaram duas companhias do Primeiro Batalhão de Polícia do Exército (PE) e 30 policiais do 16.º Batalhão da PM (Olaria). Uma equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM foi colocada de prontidão.
Na primeira quinzena de fevereiro, um cabo foi morto com um tiro de fuzil em uma operação desse tipo no Morro do Vidigal, em São Conrado, zona sul. Paulo Roberto Cavalcanti, de 35 anos, integrava um grupo de quatro militares da Polícia do Exército que foram à favela verificar informações de que havia armamento de uso exclusivo das Forças Armadas no local. Em dezembro do ano passado, um fuzil FAL 762 foi recuperado pelo Exército na favela da Maré.
Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi iniciado e os soldados que estavam no quartel foram ouvidos. O crime não foi registrado na 17.ª Delegacia Policial (São Cristóvão). O Comando Militar do Leste (CML) informou que a Polícia Civil só entrará no caso a pedido do Exército. “O inquérito é do Exército, mas sempre que for preciso pediremos a ajuda da polícia”, disse o coronel Fernando Lemos, porta-voz do CML.
Em nota, o Exército afirmou ainda não ter conhecimento sobre o modo como os bandidos entraram no quartel, mas provavelmente o grupo pulou o muro, apesar do arame farpado que cerca o ECT. “Pelo portão não foi”, disse Lemos. O inquérito vai analisar imagens das câmeras de vigilância da unidade, mas as toucas ninja devem impedir a identificação dos ladrões. Lemos afirmou que eles conheciam o local do crime. “O pessoal entra camuflado e com touca ninja. Pra quê a touca? Depois vai direto ao local que tem armamento”, questionou.