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Grupo quer refletir sobre a gastronomia potiguar

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Sabor, a culinária potiguar tem de sobra, mas ainda faltavam alguns  ingredientes para acertar o ponto de vez: união e informação. E assim foi criado o coletivo Ginga Potiguar, projeto de chefs, cozinheiros e pesquisadores natalenses, que visa dar a liga certa na cultura gastronômica local, promovendo pesquisas, debates, e divulgação de material informativo através das redes sociais. A ação pretende fortalecer a identidade gustativa e também demarcar território.
Retrato em xilogravura de Câmara Cascudo, feita pelo artista potiguar Erick Lima, ilustrao coletivo Ginga Potiguar
A iniciativa surgiu logo após a polêmica envolvendo o badalado chef Alex Atala e o convite recebido por ele para gerenciar o Pólo de Gastronomia da Amazônia, no Pará. As críticas foram gerais, fizeram o chef retroceder – e muita gente questionar. Foi provocado o debate sobre apropriação cultural e gastronômica, e os alguns chefs potiguares decidiram levantar a bandeira para divulgar, discutir e fortalecer o que se cozinha por aqui.

“Por que chamar alguém de fora para mostrar o que temos de bom, se tanta gente competente já atua por aqui? A culinária potiguar precisa de mais visibilidade e união, por isso resolvemos criar o Ginga Potiguar, para divulgar e cuidar do que é nosso”, afirma o chef Angelo Medeiros, que pensou o coletivo ao lado da colega Gabriela Sales, no final de junho. Foram acrescidos Adriana Lucena, Warison Albino, Larissa Azevedo, e Jonathan Canela. Os seis formam o núcleo das ações.

Gingada
A atuação do coletivo será focada inicialmente em sua página do Facebook. A cada período será escolhido um tema para estudo com o objetivo de criar, pesquisar, registrar, sistematizar, divulgar e compilar todo o material em publicações digitais de livre acesso. O primeiro tema será o milho na culinária potiguar. O material ainda está sendo elaborado e será publicado em breve. “Os nossos pesquisadores escreverão sobre variados aspectos do milho, desde o histórico até as receitas. Reunido esse material, publicaremos na página”, explica Angelo, ressaltando que o material é aberto a colaboradores de fora do núcleo. O movimento já foi batizado de “Gingada”, um arquivo real e ativo de gastronomia papa-jerimum. Os textos serão compilados e publicados de uma vez só.

As pesquisas do Ginga Potiguar também incluem o resgate de tradições culinárias e antigas receitas. “Muita coisa não está nos livros ou sites de receitas. Estão na memória dos veteranos, e nós já temos um bom acervo sobre isso, que será mostrado ao longo das ações”, diz.

A “gingada” potiguar consiste em agir local, com um pensamento global. “Queremos uma identidade gastronômica mais forte. Lembramos da soberania da cozinha francesa e seu trabalho constante de valorização, se adaptando, respeitando as tradições, mas acreditando no novo, criando movimentos, sistematizando, registrando, organizando, melhorando e sempre se fortalecendo”, analisa. Há planos de transformar o coletivo num projeto cultural, com atividades externas e eventos.

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