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Guamaré entra na fase do refino

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Fruto de um investimento de R$ 18 milhões na época de sua inauguração, o Pólo de Guamaré é o principal ponto de processamento e tratamento de toda produção de petróleo e gás natural do Rio Grande do Norte. Com 25 anos de atuação, a estrutura ganha nova visibilidade com as expectativas de início do funcionamento da planta de gasolina e da futura refinaria anunciada pela Petrobras. 

Denominado oficialmente de Unidade de Tratamento e Processamento de Fluidos (UTPF), o Pólo de Guamaré ocupa uma área de 1,5 mil quilômetros quadrados e começou a ser pensado em 1973 devido à necessidade de receber o grande potencial de produção do campo de Ubarana. Dez anos depois, a estrutura começou a funcionar como Estação de Compressores de Ubarana (Ecub), sendo ampliada nas duas últimas décadas.

Atualmente, além de tratar e processar o petróleo e o gás natural, a unidade produz também diesel e querosene de aviação (QAV) e, em 2005, incorporou à sua estrutura duas plantas experimentais de produção de biodiesel. Uma delas, conta com uma tecnologia única, capaz de produzir o combustível direto da própria semente da oleaginosa.

Auto-suficiente em diversos produtos que saem de Guamaré, o Rio Grande do Norte encaminha parte da produção para outros estados e empresas. No caso do petróleo, 11 mil barris diários são destinados ao Ceará. Já o gás natural é encaminhado para as distribuidoras do RN (no caso, a Potigas) e dos estados da Paraíba, Pernambuco e Ceará. No caso do gás de gozinha, a produção atende a três empresas locais e outras três que atuam no Ceará, Paraíba e Pernambuco. O óleo diesel produzido na UTPF é consumido também no Ceará e Maranhão. Devido ao grande consumo no Aeroporto Augusto Severo, apenas o QAV é eventualmente exportado para a Paraíba, mas a produção consegue atender toda a demanda interna do estado.

Continuando seu projeto de ampliação do Pólo de Guamaré, a Petrobras está investindo em  grandes projetos que vão ampliar ou melhorar os processos realizados na UTPF, além de incrementar a produção local. Juntos eles estão orçados em cerca de US$ 959 milhões.

O primeiro deles é a reinjeção de água no Campo de Ubarana, processo que ampliará a produção de petróleo no campo pioneiro do estado em até 15,2 mil barris diários. A água utilizada será obtida a partir dos processos de tratamento de efluentes realizados no Pólo de Guamaré e está orçado em US$ 265 milhões.

A mesma ação será realizada em Canto do Amaro, em Mossoró, fazendo com que até 2011 a produção atinja 37 mil barris/dia. Serão investidos US$ 496 milhões. As obras para garantir a implantação do projeto estão em pleno andamento. Na base do Canto do Amaro, distante 25 quilômetros da cidade de Mossoró, dois novos tanques estão em construção. Cada um tem 3.500 m³ de capacidade para armazenamento de petróleo. Também estão sendo ampliadas 14 estações de coleta e construídas duas estações de injeção de água, adequando equipamentos, tanques e dutos para o aumento das vazões e da pressão no sistema injetor. Duzentos novos poços serão perfurados, sendo que 35 já foram concluídos.
Por fim, com a implantação da Termoaçu em setembro, a expectativa é ampliar a produção dos campos de petróleo de Estreito e Alto do Rodrigues incrementando em até 18 mil barris por dia.

Luiz Carneiro: “É a partir de Guamaré que o gás é distribuído”

O que representa a UTPF dentro do sistema de produção da Petrobras no Rio Grande do Norte?
A UTPF é o coração da produção no RN. Para esta unidade, converge toda a produção terrestre e marítima, de petróleo e gás. É a partir desse pólo, por exemplo, que o gás do Nordeste é distribuído. Podemos dividir os processos produtivos realizados em quatro grandes grupos: o tratamento de petróleo, que é enviado para as refinarias fora do estado; a produção de gás, que é distribuído através de dois gasodutos; o tratamento de efluentes resultantes da atividade; e refino de petróleo, com a produção de diesel e querosene de aviação.

Quantas pessoas atuam hoje na unidade?
Hoje temos 911 empregados próprios e 750 prestadores de serviços. Nossa força de trabalho total é de mais de mil empregos diretos. E em volta de todo o complexo temos uma geração muito grande de empregos indiretos. Aí eu me refiro aos restaurantes e fornecedores de alimentação, transporte. Então estimamos que teríamos aproximadamente 4 mil empregos indiretos gerados nesta região por esta unidade.

Os produtos processados aqui em Guamaré estão totalmente destinados ao mercado ou há também consumo interno?
O petróleo é todo utilizado pela própria Petrobras, ou nas unidades internas, ou nas refinarias mais próximas, principalmente a refinaria da Bahia. O gás tem uma gama de usuários, sendo que para a Petrobras ele tem um único cliente que é a companhia distribuidora de gás natural de cada estado. Por força da constituição, elas detêm o monopólio do gás em cada região, no caso do RN, a Potigas. O gás de cozinha é destinado às distribuidoras e engarrafadoras de gás de cozinha que também estão incluídas naquelas atividades econômicas indiretas produzidas aqui pela UTPF. E diesel e querosene de aviação são entregues às distribuidoras.

Quais são os projetos futuros da Petrobras para esta unidade?
Temos algumas previsões de ampliação. Primeiro com relação ao tratamento de Petróleo. Temos aqui uma Unidade de Estabilização de Petróleo (UEO) que tem como principal característica a melhoria da qualidade do produto. Para isso, teremos uma torre que vai retirar o gás sulfídrico do petróleo. No processo de tratamento de efluentes estamos implantando dois processos. Um é a unidade de remoção de sulfetos. E o outro será uma estação que está dentro do projeto de aumento da produção de petróleo em Ubarana. Toda a água que vai para a estação sai daqui tratada na pressão adequada de injeção. Teremos um novo duto que sai daqui para a plataforma de Ubarana.

Por  que injetar água em Ubarana?
Quando você tem o petróleo em um determinado reservatório, logo que ele é descoberto, o reservatório está submetido a uma determinada pressão. À medida que vamos retirando o petróleo, deixamos espaços de tal forma que a pressão vai diminuindo. O objetivo da injeção é repor e manter a pressão de tal forma que você consiga recuperar mais petróleo. Porque chega um momento em que não se consegue fazer com que o petróleo se desloque na rocha. E aí você não recupera o que poderia recuperar lá embaixo.

E os demais projetos de ampliação das atividades no Pólo de Guamaré?
O projeto de injeção de água vai demandar na plataforma um consumo de energia elétrica muito alto na medida que estes poços vão aumentando a produção, você precisa de mais energia para deslocar essa produção. Então dentro deste projeto existe a distribuição de energia elétrica para a plataforma a partir de terra com o lançamento de cabos submarinos que vão alimentar cada plataforma. Na área de gás, estamos implantando uma ampliação na estação de recompressão. Após o processamento do gás, nós elevamos a sua pressão para que haja distribuição nos dois gasodutos. Por isso, existe uma bateria de compressores que está sendo ampliada. Com relação ao refino de petróleo, que inclui também o projeto da unidade de gasolina e as unidades de refino já existentes haverá mudanças já que agora elas estão gerenciadas pela produção e devem passar ao abastecimento.

Quando a Termoaçu começar a funcionar, haverá uma ampliação da produção de petróleo através da injeção de vapor nos poços. Que mudanças esse incremento trará para o trabalho aqui na UTPF?
Aqui vamos ampliar somente a tancagem para estocar a produção. Isso não só vai atender o acréscimo na produção da região como também de Canto do Amaro.

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