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Guedes decide a economia, diz Bolsonaro

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Brasília (AE) – O presidente Jair Bolsonaro fez um afago ontem ao ministro da Economia, Paulo Guedes, ao dizer que é seu “Posto Ipiranga” quem decide sobre a política econômica. O presidente, no entanto, quer que o ministro negocie com os colegas um plano de recuperação econômica para começar ainda em 2020.
“Acabei mais uma reunião aqui tratando de economia. E o homem que decide a economia no Brasil é um só: chama-se Paulo Guedes. Ele nos dá o norte, nos dá recomendações e o que nós realmente devemos seguir”, disse Bolsonaro, em frente ao Palácio da Alvorada.
#SAIBAMAIS#O entendimento de auxiliares do Planalto é que qualquer sinal de enfraquecimento do ministro da Economia pode potencializar uma instabilidade no governo. Bolsonaro é alvo de 31 pedidos de impeachment na Câmara de Deputados e de um pedido de investigação da Procuradoria-Geral para que o Supremo Tribunal Federal (STF) apure as acusações do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.
A declaração ocorre uma semana depois de o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, anunciar um programa de recuperação econômica e social, o Pró-Brasil, sem a participação da equipe de Guedes. A iniciativa fomentou rumores de que Guedes poderia deixar o governo porque o plano prevê o aumento de gastos públicos em infraestrutura, contra o que defende a cartilha liberal do ministro.
Apesar de reforçar a autonomia de Guedes, em reunião no Alvorada com a participação dos ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Tereza Cristina (Agricultura), e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Bolsonaro cobrou do ministro da Economia investimento para o pós-covid-19.
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, Campos Neto foi escalado por Guedes para alertar que a gastança de recursos públicos previstas no plano desenvolvimentista já tinha efeito no aumento dos juros futuros. “A disciplina fiscal é que vai nos manter em curso e fazer com que o País consiga viver com juros baixos e inflação controlada”, reforçou Campos Neto ontem. “Queremos reafirmar a todos que acreditam na política econômica que ela segue, é a mesma”, disse Guedes.
Outro motivo de divergência com o ministro da Economia é a aproximação do governo com liderança partidárias do chamado Centrão. Em troca de apoio, o Executivo tem prometido cargos às legendas.
A interlocutores, Guedes demonstrou contrariedade com a possibilidade de o comando do Banco do Nordeste ser entregue para o líder dos Progressistas, o deputado Arthur Lira (AL). Em conversas reservadas, o ministro diz que ele se tornou um obstáculo para as lideranças do Centrão que querem aumento de gastos para se beneficiarem eleitoralmente.
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