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Guedes fala em Congresso decidir sobre cortes e contingenciamentos

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Após a repercussão negativa do contingenciamento de
recursos do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou que
pode apoiar iniciativa que transfere ao Congresso a responsabilidade por
decidir quais programas e ações terão seus recursos congelados quando
necessário.

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O ministro da Economia, Paulo Guedes falou que Congresso pode decidir sobre cortes e contingenciamentos

A ideia foi apresentada pelo deputado federal Roberto Peterneli
(PSL-SP), em reunião da Comissão Mista de Orçamento, na semana passada,
na qual Guedes estava presente.

“Já que o Congresso aprova onde vai gastar, que aprove também onde vai
contingenciar ou cortar. Se houver falta de arrecadação não pode deixar
essa responsabilidade para o Executivo”, disse Peternelli.

“Eu acho que é isso mesmo. A minha visão é de que os senhores vão ter de
chegar um dia a controlar o orçamento inteiro e os contingenciamentos”,
afirmou Guedes na sequência.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em março, o ministro da
Economia já havia defendido uma proposta de emenda à Constituição (PEC)
que acabaria com as despesas obrigatórias e as vinculações
orçamentárias. Segundo afirmou à época, a ideia é delegar aos
parlamentares 100% do controle sobre os orçamentos da União, Estados e
municípios. A medida, porém, não prosperou para não conflitar com a
discussão da reforma da Previdência.

Na reunião em que pediu apoio de Guedes à proposta, o deputado
Peternelli sugeriu que, ao aprovar o Orçamento de 2020, o Congresso
apontasse, de antemão, quais programas e áreas sofreriam
contingenciamento caso as projeções de arrecadação não se confirmassem.

Nesse cenário, os bloqueios seriam decididos pelo Legislativo, e não
pelo Executivo, transferindo, assim, o desgaste do governo ao ter de
cortar verbas de universidades, por exemplo, aos parlamentares. O
contingenciamento de 30% dos recursos destinados a universidades
federais motivou protestos por todo o País na semana passada.

A intenção de transferir aos parlamentares a responsabilidade de indicar
em quais áreas serão feitos os bloqueios, porém, não tem apoio de pelo
menos duas lideranças consultadas pelo Estado. O presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra
Coelho (MDB-PE), disseram ser contrários à proposta. Na avaliação deles,
a medida fere o sistema presidencialista.

“A responsabilidade de executar o Orçamento é do Executivo”, afirmou
Maia. Para ele, a questão não é o desgaste, mas o fato de o governo
conhecer melhor as áreas que podem ter recursos contingenciados. Bezerra
Coelho vai na mesma linha. “O ato de governar tem bônus e ônus”, disse.

Já o senador Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da comissão de
orçamento, afirmou concordar. “Acho a proposição razoável e prudente
quanto aos cortes previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Caso não
haja recursos suficientes, é necessário prever esses cortes.” As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Estadão Conteúdo

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