Um grupo formado por 32 guias de turismo de Natal promoveu por volta das 10h30 de ontem um apitaço na avenida Duque de Caxias, na Ribeira. O trânsito não chegou a ser interrompido por muito tempo. O protesto foi motivado pela quantidade de guias clandestinos que atuam junto às agências de viagem como se fossem profissionais especializados na área. De acordo com a presidente do sindicato da categoria, Iacy Vasconcelos, os “piratas” – como são chamados – representam 20% do número de guias que possuem curso técnico. Hoje, existem cerca de 700 guias de turismo trabalhando legalmente no Rio Grande do Norte.
Em Natal, apenas o Senac e o Cefet oferecem o curso. “Viemos aqui, no Dia Nacional do Guia de Turismo, cobrar mais respeito das empresas de viagens, do trade e do poder público porque nossa profissão é regulamentada por uma lei federal e municipal. Existem casos em que os piratas se dizem guias e assaltam o turista. A comunidade precisa saber o que está acontecendo. Os piratas estão tirando emprego de guias cadastrados quando cobram a metade ou até menos da metade do valor da diária normal de um profissional legalizado”, disse.
Pela tabela do Ministério do Turismo, a diária de um guia profissional varia entre R$ 100 (para os que atuam em Natal) e R$ 120 (no caso de viagens para fora da cidade).
Os guias chamam a atenção da população para que exijam sempre do profissional a apresentação da carteira funcional com o carimbo do Ministério do Turismo. Isso porque a categoria denuncia que a maioria das empresas usa como único critério para contratar os “piratas” o fato de a pessoa saber falar uma língua estrangeira.
Pelos cálculos do sindicato, devem existir em Natal pelo menos 60 empresas cadastradas junto à Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav).
“Aparece um bando de filhinho de papai que tem o privilégio de morar fora do país e é contratado apenas porque sabe falar inglês. Isso tem que acabar. Nosso combate é contra o pé-de-lã. Essa é uma luta nacional”, disse o diretor de cadastramento do sindicato, Alberon Soares, que admitiu a existência de um Plano de Fiscalização Integrada de combate aos piratas com participação e apoio das polícias militar, federal e rodoviária estadual.
“As coisas já foram muito piores. Esse plano deu uma ajuda, embora não tenha resolvido o problema. Pela lei 8623/93, que regulamenta a nossa profissão, os piratas podem até ser presos.