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Há trabalhadores, mas faltam vagas

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Ricardo Araújo
Editor de Economia

Natal, 10 de janeiro de 2019. A data marca o início do que pode ser uma nova vida para Maciel Silveira dos Santos, 34 anos. Um ano após ter perdido o emprego de carteira assinada, ele saiu do Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda da Prefeitura do Natal, na Cidade Alta, com um encaminhamento para entrevista de emprego. O cargo pretendido, podador de árvores. O salário, mínimo. Para trás, Maciel deixou pelo menos 50 pessoas que buscavam, assim como ele, uma colocação no mercado de trabalho e a possibilidade de inicializar um novo ciclo na mesma data. Mas, para a maioria, o desemprego segue sem data para findar.

Maciel tenta recolocação no mercado de trabalho há um ano
Maciel tenta recolocação no mercado de trabalho há um ano

#SAIBAMAIS#“Recebi vários nãos nesse período e sobrevivi fazendo bicos como servente de pedreiro. Minha mulher também ficou desempregada. Se não fosse o seguro desemprego que ela recebe, a situação seria pior. Às vezes, temos que receber ajuda de familiares”, relata Maciel Silveira dos Santos. Ele era só mais um, naquela manhã de quinta-feira que procurava por um emprego, qualquer que fosse a função. A desproporção entre o número de vagas oferecidas e o quantitativo de candidatos comprova que o exército de desempregados ainda é robusto no Rio Grande do Norte. Por dia, a média de abertura de vagas não é superior a 10 nos Centros Públicos de Emprego, Trabalho e Renda. “Houve uma leve recuperação no segundo semestre de 2018 na quantidade de vagas oferecidas pelas empresas, mas elas estão mais preocupadas em preencher vagas de cotas. Além disso, nós temos dificuldades em preencher postos de trabalho que requerem mais requisitos técnicos”, destaca Valéria de Oliveira Ferreira, chefe do Setor de Ações para o Trabalho da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas).

Numa tentativa de mitigar a situação, os Centros Públicos oferecem curso de qualificação e fazem a intermediação com empresas diversas com vagas em aberto. Cursos para formação de recepcionista, garçom, camareira, auxiliar de serviços gerais, manicure, cabeleireiro, barceiro, designer de sobrancelhas, por exemplo, são oferecidos de forma gratuita. “Os candidatos devem procurar a qualificação. O mercado está muito seletivo e mais excludente”, alerta Valéria de Oliveira Ferreira.

Entre os perfilados aguardando um ficha para atendimento, destaca-se Erik Ebert, de 16 anos. O adolescente, de feições quase infantis, busca o primeiro emprego. Ainda sem ter concluído o Ensino Fundamental, ele diz que é “hora de trabalhar e ajudar em casa”. Aos 16 anos, ele é “casado” com uma adolescente da mesma idade. Juntos, eles moram com a mãe de Erik. “Minha família está precisando de ajuda. Já sou junto (sic) e preciso ajudar a pagar as contas da casa”, argumenta.

Questionado se conseguiria trabalhar e continuar os estudos, ele responde que não pensa “em desistir” pois tem sonhos a realizar. Um deles, conforme relata, é se formar em Direito. “Vou continuar estudando. Eu quero ser advogado”, declara com firmeza. Conforme Valéria de Oliveira Ferreira, o adolescente Erik Ebert é somente mais um exemplo dos milhares que passam todos os meses pelos Centros Públicos. “Como nós ofertamos vagas para adolescentes a partir dos 14 anos, como jovem aprendiz, temos um público diverso. Percebemos que as pessoas estão procurando emprego cada vez mais cedo”, afirma.    

Procurando emprego?

O Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda é uma unidade gerida pela Semtas para o enfrentamento ao desemprego no Município. As unidades estão distribuídas assim:

Rua Fonseca e Silva, 1112
Alecrim – Fone: 3232 4233

Rua João Pessoa, 78
Cidade Alta – Fone: 3232 4922

Rua Bariri, S/N – Gramoré
Fone: 3232 8209

Rua Manoel Miranda, 1860
Quintas – Fone: 3232 9498

Site: natal.rn.gov.br/semtas

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