A campanha eleitoral da senadora alagoana Heloísa Helena (PSol) para a Presidência da República chega hoje a Natal. Ela também vem pedir votos para o candidato do seu partido ao governo do Rio Grande do Norte, o servidor federal Sandro Pimentel, que tem como candidato a vice-governador o advogado Valério Fonseca (PSTU), enquanto para o Senado a candidata é a servidora pública Simone Dutra (PSTU).
Heloisa Helena participa de uma carreata a partir das 8h30, com saída da praça do conjunto Mirassol, na Zona Sul de Natal. Às 10 horas a senadora por Alagoas, que tem como slogan de campanha “Coração valente”, faz uma caminhada com os candidatos da coligação “Frente de Esquerda” no bairro do Alecrim, passando pela feira livre da avenida Presidente Quaresma, a antiga Av. 1, encerrando-se a programação na praça Gentil Ferreira, por volta do meio-dia.
A senadora esteve ontem em Campina Grande, interior paraibano e em João Pessoa, capital da Paraíba. Amanhã, ela estará em São Paulo.
Pesquisa Datalha divulgada nesta semana mostra o crescimento das intenções de voto da candidata do PSol. Ela subiu quatro pontos, passando de de 6% para 10% na pesquisa e acrescentou à disputa presidencial, além da possibilidade concreta de um segundo turno, um novo componente: o voto de protesto.
“É um fenômeno geograficamente localizado na região Sul do País”, observa o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, “e mais especificamente no Rio Grande do Sul”. Enquanto os dois principais candidatos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o tucano Geraldo Alckmin (PSDB), mantiveram praticamente as mesmas posições na soma geral, o total de eleitores da senadora mais que dobrou naquela região, indo de 6% para 13%. “E quem pagou foi Alckmin, que encolheu de 37% para 31%. Ele liderava no Sul e agora empata com Lula em 31%”, diz ele. “Mas não dá para saber ainda se é uma tendência”, acrescenta Paulino, “pois é a primeira vez que se captou essa mudança”.
Ele ressalta, também, que Heloísa cresceu entre eleitores de instrução superior, entre os quais tem 18% dos votos (contra 31% de Lula e 36% de Alckmin). “É significativo que a senadora tenha tal crescimento especialmente em Porto Alegre, onde o PT teve três gestões consecutivas”, ressalta o cientista social Carlos Pereira, da Universidade de Michigan. Pereira lembra que o grau de insatisfação com os administradores petistas na cidade é considerável.
Mas há outros indícios, na própria pesquisa, dessa disposição para o protesto. O próprio Datafolha perguntou aos 6.264 eleitores consultados se escolhiam seu candidato “porque é o ideal” ou “por não haver opção melhor”. No caso de Lula, 59% o consideraram o ideal e 36% dizem tê-lo indicado por falta de opção melhor. No caso da senadora alagoana, a ordem se inverte. Apenas 44% a indicaram por considerá-la a melhor solução, enquanto outros 51% admitiram votar por exclusão.