
Entre outras projetos que entram em votação ou discussão na Câmara estão a regulamentação da PEC das Domésticas e o que que transforma a corrupção em crime hediondo. Mesmo com a agenda apertada, o presidente afirma que será possível manter o cronograma do Congresso Nacional e as atividades como pré-candidato ao Governo do Estado. Henrique Alves pretende manter a agenda semanal, com visitas ao RN nas quintas-feiras e retorno à capital federal às segundas-feiras. Após o recesso parlamentar, em julho, ele pretende repensar a agenda, uma vez que as sessões da Casa também entram em regime diferenciado.
“Uma atividade não incompatibiliza a outra. Como pré-candidato, vou participar de algumas reuniões no interior do estado para preparar o nosso programa de governo”, justificou o presidente da Câmara. De acordo com Alves, o programa que está sendo preparado tem foco em ações voltadas para a recuperação da saúde pública, da segurança e da mobilidade urbana. “Temos uma pauta bastante variada, pois queremos ouvir diversos segmentos regionais. Assim, poderemos apresentar um programa consolidado na convenção do partido, ao final de junho”, pontuou.
O pré-candidato articula uma coalizão formada, inicialmente, por 12 partidos, que também congrega João Maia (PR), pré-candidato à vice-governador, e Wilma de Faria (PSB), pré-candidata ao Senado Federal. Entretanto, o deputado não descarta o crescimento da base de apoio. “Estamos conversando com outros oito partidos que podem se juntar a nós”, revelou. A coalização pode reunir, ainda, legendas diametralmente opostas, como o Partido Comunista do Brasil (PcdoB), o Partido Popular Socialista (PPS), Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o Partido Humanista da Solidariedade (PHS).
O parlamentar esclareceu, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, que a aliança com o PSB estadual, representado por Wilma, não determinará o seu apoio ao pré-candidato da legenda à presidência da República – Eduardo Campos, governador de Pernambuco. “O candidato Eduardo Campos tem o seu espaço natural no estado e é repeitado. Mesmo assim, há um respeito na minha aliança com Wilma. O meu apoio continua à chapa definida pelo PMDB, que é representada pelo nosso vice-presidente, Michel Temer”, reiterou.
Na presidência da Câmara dos Deputados há quase dois anos, Henrique Eduardo Alves é o segundo na linha sucessória da República. Cabe ao presidente da Câmara ocupar o Poder Executivo na ausência da presidenta, Dilma Roussef, e do vice, Michel Temer. Entretanto, ele afirma que deixar as atividades do Legislativo, após 44 anos como deputado federal e 11 mandados, é uma obrigação no atual momento do Rio Grande do Norte.
“Se eu fosse me candidatar a reeleição, era certeza que teria sucesso. Mas chegou a hora de assumir uma convocação que não foi feita, de oferecer meus serviços ao estado. O estado está completamente quebrado, apesar de ser rico em petróleo, de ter um aeroporto moderno em construção e as eólicas em funcionamento. É preciso restaurar a confiança do povo no estado”, avaliou.
Pré-candidatura
A pré-candidatura de Henrique Eduardo Alves foi lançada na última sexta-feira, no Hotel Praiamar, em Ponta Negra. O evento lotou o auditório com evento, e contou com a presença do ministro da Previdência Social, Garibaldi Filho (PMDB), o prefeito da cidade, Carlos Eduardo (PDT), e o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta (PROS). O tom das lideranças foi de aliança em prol da retomada do desenvolvimento do Rio Grande do Norte.O presidente da Câmara dos Deputados teve um leve mal-estar após o lançamento da pré-candidatura, e saiu do evento sem falar com a imprensa. Segundo Alves, o mal-estar foi causado por uma crise de hipoglicemia, que se resolveu logo. Ele também credita o mal-estar à grande comoção que tomou conta do evento.
“Senti a presença do meu pai me abençoando do evento. Foi uma emoção muito grande. Há 44 anos eu preparava para esse dia, e toda a luta pela qual minha família já passou estava na minha cabeça. Foi um cansaço leve, já estou bem”, esclareceu.