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Henrique Meirelles admite disputar contra Temer

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Brasília (AE) – Um dia após crescerem os rumores sobre uma eventual candidatura de Michel Temer a um segundo mandato, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu que pode disputar o Palácio do Planalto contra o presidente. Pela primeira vez, Meirelles afirmou que nem mesmo a entrada de Temer no páreo inibiria sua intenção de concorrer à eleição de outubro.

Meirelles defende votação
ela primeira vez, o ministro da Fazenda afirma que nem mesmo a entrada do atual presidente no páreo inibiria a intenção de concorrer

#SAIBAMAIS#”Seria uma competição”, disse o ministro ao Estadão/Broadcast. “Evidentemente, com mais candidatos fora dos dois extremos, a competição seria maior”, completou ele. Para Meirelles, a participação de Temer “não invalidaria” sua candidatura, mas apenas elevaria as alternativas no centro político. Até agora, porém, o titular da Fazenda enfrenta dificuldades para pôr seu projeto eleitoral de pé. O PSD, partido ao qual é filiado, articula apoio ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). A negociação inclui a vaga de vice na provável chapa liderada pelo prefeito João Doria (PSDB) ao governo paulista. Nesse caso, o ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, chefe do PSD, reforçaria a dobradinha com Doria.

Diante do “abandono” do PSD, Meirelles passou a conversar com o MDB de Temer e partidos menores, como o PRB, que também flerta com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) – outro pré-candidato ao Planalto no espectro de centro. Dirigentes do MDB afirmam que a migração de Meirelles para a sigla é considerada, mas nada está fechado. O ministro tem dito que não aceitará ser vice. Ele pode mudar de partido até 7 de abril e, se decidir mesmo disputar a Presidência, terá de sair da Fazenda até essa data.

“Ainda não parei para tomar a decisão. Não acho razoável um ministro de Estado já em campanha”, argumentou Meirelles. “Tenho que analisar a viabilidade político-partidária para avaliar a disposição de concorrer.”

Antes, em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas, o titular da Fazenda disse estar “contemplando” o cenário, com a possibilidade de entrar na corrida presidencial. Questionado se aceitaria continuar no comando da economia se for indicado para o mesmo cargo pelo próximo governante, em 2019, Meirelles foi mais enfático sobre seus planos eleitorais. “Acho que a etapa como ministro da Fazenda é uma etapa cumprida. Estamos agora contemplando essa nova etapa de uma possível candidatura à Presidência.”

No Planalto, as declarações de Meirelles foram interpretadas como tentativa de forçar uma decisão por parte do presidente. Em entrevista à colunista do jornal O Estado de S. Paulo Eliane Cantanhêde, publicada em janeiro, Temer elogiou “a inteligência e a capacidade política” do ministro, mas disse preferir que ele ficasse na direção da economia.

O núcleo político do governo defende a candidatura de Temer, ancorada pelo mote da intervenção na segurança do Rio, mas avalia que o “lançamento” prematuro do seu nome, por parte do marqueteiro Elsinho Mouco, não só causou desgaste como pode ter dado a impressão de que a medida foi eleitoreira. O presidente não quer antecipar a campanha para não ser ainda mais criticado. Dono de alta impopularidade, ele pretende anunciar se será ou não candidato apenas no fim de maio ou em junho.

O problema é que, diferentemente de Temer, Meirelles precisa deixar o cargo até o início de abril, se quiser concorrer ao Planalto. Nos bastidores, interlocutores do ministro dizem que, com o fracasso da reforma da Previdência, ele ficou sem sua principal bandeira: o ajuste das contas públicas. Além disso, no melhor dos cenários, se Maia e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não forem candidatos, Meirelles não passa de 2% das intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha do fim de janeiro. No mesmo levantamento, Temer aparece com 1% e o deputado Jair Bolsonaro (PSC) tem de 16% a 20% das preferências.

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